A Jornada - Laços

Capítulo 33

|Não e o fim|

Narrador On

O preço da liberdade, quanto você pagaria pra aproveitar seus últimos momentos antes de ser enjaulado? Valeria a pena tanto esforço pra desfrutar de andar com as próprias pernas? Ou saborear sua ultima refeição, beijar quem você amava, ou apenas ficar de mãos dadas com alguém que faça seu coração acelerar?

Itachi tinha desfrutado de sua liberdade desde que colocou os pés naquela vila mais uma vez, realmente livre das amarras da Akatsuki, podia respirar o ar doce da imensa felicidade ao lado de Ayame, uma mulher tão atormentada quanto ele, mas que conseguia sorrir ao seu lado, como pessoas que se conheciam a anos. Mas mesmo que quisesse ficar acordando ao lado da platinada todos os dias de sua vida, teria que pagar o preço da liberdade que teve, mesmo que por poucos dias. O julgamento estava ali na frente, assim como os olhares de quem iria decidir de que lado estaria durante os anos.

- Vai dar certo.._ Ayame sussurrou, segurando as mãos do moreno com força, se esforçando pra não chorar diante dele. Não era conhecida por ser sensível, mas diante dele, podia ser ela mesma, em sua face mais crua.

- Quero que se cuide, e do meu irmão tolo, por favor_ Itachi acariciou o rosto pálido da mulher a sua frente, que segurou a mão calejada em sua bochecha, sentindo seu calor, seu cheiro, sua presença.

- Você vai voltar, vai sim....

- Ayame, por favor.

- Não, isso não, me deixe pelo menos chorar, não me peça pra ser forte diante de uma coisa sem sentido!

- E minha vila, e o lugar que eu protegi com a minha vida, devo isso a eles.

Ayame mordeu os lábios, abraçando Itachi com toda sua força. Queria gritar e dizer o quanto estava sendo estupido, mas se manteve em silencio, não estragaria aquilo por nada, nem mesmo pra sua teimosia e descrença naquela leis, que pareciam tão injustas. Os minutos pareciam horas quando o moreno segurava a mulher em seus braços, mesmo que parecesse frágil aos olhos dos outros, em nada tinha aos dele, que acariciava as madeixas brancas, sentindo seu doce perfume se misturando com o dele, formando um cheiro único, desde que passaram a morar juntos aquele cheiro ficava mais forte e em questão de tempo, tomou a vida deles, como se sempre estivesse la.

Itachi já tinha se despedido de todos. Sasuke ficou relutante se realmente queria ver o irmão naquela situação tensa, mas deu um forte abraço neste antes de deixar os namorados a sós. Ayame ficou com ele até o inicio do julgamento, Obito veio logo atrás, acompanhado de Kakashi, que faria parte da sessão a portas fechadas.

Já dentro do salão dos kages, Tsunade ocupava o centro como a força maior, enquanto os jounnins e ninjas de elite ficavam ao redor, formando os pilares que tinham sobrevivido o conflito contra Konan e seus subordinados. Ino tomava o lugar do pai, representando o clã Yamanaka, assim como futura líder deste e do departamento de inteligencia. Itachi e Obito ficaram no centro, perante todos, recebendo olhares diferentes.

Tsunade começou o julgamento, com Katsuyu em sua forma pequena do lado direito e do outro Shizune, que ajeitava alguns papeis perante a loira, que encarava os acusados com as mãos cruzadas, apoiando o queixo, visivelmente cansada de tanto trabalho.

- Uchiha Obito e Uchiha Itachi, perante estes, que formam os pilares desta nação, você juram falar a verdade e nada além desta?_ Shizune falava com firmeza, encarando ambos, que apenas levantaram os braços, colocando no peito, do lado do coração, falando em conjunto um alto e firme Sim.

- Ótimo, podemos começar.

Do outro lado da porta, Sasuke caminhava de um lado para o outro, sendo seguido com o olhar pela rosada, que mantinha-se encostada na parede, com Ayame e Naruto na sala, assistindo de camarote a inquietação do irmão mais novo de Itachi.