Capítulo 04

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-Seus pais chegarão quando? - Toni perguntou enquanto estavam deitadas no sofá da sala de Cheryl vendo um filme qualquer.

A mais velha alisava carinhosamente a barriga da latina. A toda hora ela queria estar em contato com Cheryl. Tocá-la para sentir sua pele macia e cheirosa. A mais nova permanecia  envergonhada em relação a aproximação com Toni. Não queria assustá-la com seus toques, muito menos demonstrar que sempre fora apaixonada por ela. Preferia se manter com seus carinhos comedidos para que a mais velha não fugisse dela.

-Amanhã a noite. - Disse segurando a vontade louca que tinha de puxar Toni para seu colo e beijá-la. - Mas passarão pouco tempo aqui, devem viajar novamente para o Canadá.

Seus pais possuíam algumas empresas de contabilidade com diferentes sedes. Viviam visitando as suas empresas no decorrer do ano, Cheryl já havia se acostumado com a ausência dos pais. Isso não a chateava mais, só queria ter mais tempo com eles, curtí-los sem que eles só pensassem na sua próxima viagem a negócios.

Porém, uma coisa que eles não deixavam de estar presentes era em datas importantes. Por isso voltariam mais cedo de sua viagem, não queriam perder o aniversário de Cheryl.

-Você sente falta deles? - Toni perguntou apreensiva. Durante este pouco tempo de amizade, sabia que o assunto sobre os pais era delicado para ambas.

-Bastante. - Disse abaixando a cabeça. Falar dos pais a deixava mais sensível do que era. - Sabe, eles não são pais ruins. Sempre me deram tudo que precisei e até o que não tinha necessidade, mas eu os queria mais tempo junto a mim. Às vezes acho que eles nem se importam comigo.

-Não fale isso, cher. - Disse puxando seu rosto para próximo do seu para encarar de perto seu olhar. - Eles só precisam resolver algumas coisas, mas logo estarão ao seu lado.

-Eles têm vivido desta forma há muito tempo, não sei mais se querem estar ao meu lado.

-Ei, eles te amam. Não duvide disso. - Disse dando-lhe um beijo no rosto por puro reflexo.

Odiava ver Cheryl triste. Queria protegê-la, mostrar o quão era especial.

-Obrigada, T-T. - Disse envergonhada por ter a sensação dos lábios da menor em sua pele. Amava quando Toni lhe dava um beijo que, por mais inocente que fosse, era o melhor do mundo.

Toni notava a reação de Cheryl quando a beijava e isso lhe dava mais vontade de colar seus lábios na pele da ruiva. Ultimamente, estava pensando até como seria a sensação de encostar seus lábios nos dela.

-Cher, você já beijou alguém? - Toni perguntou não conseguindo controlar a curiosidade. Vinha pensando nisso há um tempo.

Cheryl ficou tensa com a pergunta já imaginando a zoação que lhe aguardava quando revelasse que nunca se quer havia ficado tão perto de uma garota como estava agora com Toni. Ela era a primeira pessoa que a mais nova se permitiu se aproximar, não queria que ninguém mais soubesse de sua condição. Já bastava o bullying sofrido na escola.

-E...eu... - Cheryl sabia que seria zoada, já que não era orgulho para ninguém nunca ter beijado alguém já tendo 17 anos. - Tinha uma garota...eu... nós nos conhecemos...

Tentou inventar uma história em cima da hora, pois havia sido pega de surpresa. Não imaginava nunca ter esse tipo de conversa com Toni.

-Não precisa mentir pra mim, Cher. Eu não estou aqui para te julgar. - Disse tentando fazê-la se sentir a vontade para lhe contar a verdade.

-Eu nunca beijei ninguém. - No mesmo segundo quis mostrar para Toni que isso não fazia diferença na sua vida, mesmo que ultimamente venha pensando tanto como seria beijar sua única amiga. - Mas eu não tenho problema quanto a isso, meus objetivos na vida são mais profissionais. 

-Você não podia pensar dessa forma, deveria arriscar-se mais. Há sempre alguém no mundo que te completa, você só precisa achá-la.

-Eu prefiro não me iludir, T-T. Quem iria querer ficar comigo? - Disse tentando não soar triste, não gostava de falar disso. Preferia esconder todos os seus planos românticos no seu íntimo. Ninguém precisava saber que tinha um sonho de construir uma família, ser esposa e mãe. 

-Você é linda, Cherry. Precisa acreditar mais em si. - Disse alisando suavemente a pele do rosto da ruiva.

Os olhos castanhos tristes se encontraram com os da morena mais esperançosos e ansiosos por um beijo. Queria provar a boca de Cheryl, a achava linda e não podia ficar mais um dia sem arriscar-se.

Juntou suas bocas num movimento rápido e lambeu delicadamente seus lábios. Queria mostrá-la o quanto necessitava do seu beijo, o quanto vinha sonhando com ele.

Cheryl não entendia o porquê de Toni está fazendo isso, mas queria mais do que tudo curtir aquele momento de loucura da mais velha. Seria a melhor coisa que aconteceria em toda sua vida, então melhor mesmo era curtir até o último segundo.

Sua coragem a fez aprofundar o beijo e puxar Toni para seu colo para conseguir segurar firmemente em sua cintura. Todo desejo que sentia durante todos esses anos estava sendo suprido neste momento, sabia que Toni poderia se arrepender por isso, mas curtiria até que a mais velha quisesse parar.

Nenhuma das duas queria parar o beijo, mas estavam sem fôlego para continuarem e timidamente Cheryl foi largando os lábios da mais nova, dissipando um pouco da aura de desejo que havia se estabelecido e só então notou que sua ereção estava presente.

Nunca havia beijado e o seu primeiro beijo ser na garota com a qual tem sonhado todo esse tempo, só podia lhe dar sensações até então desconhecidas. Delicadamente, empurrou o corpo de Toni para que ela voltasse a se sentar no sofá e baixou a cabeça envergonhada, puxando uma almofada para colocar em seu colo e disfarçar sua ereção.

-Perdoe-me, Toni. - Sabia que havia estragado tudo. Pensava que se a mais velha tivesse um pouco de desejo por ela, ele havia acabado neste segundo. 

-Mas foi eu quem te beijei, Cher. Se tem alguém que tem que pedir desculpas, sou eu. - Disse achando que Cheryl havia odiado o beijo e por isso a havia empurrado para o lado.

-Não precisa pedir desculpas, eu sempre quis provar seus lábios. Mas eu não achei que fosse ficar excitada e... perdão. - Preferiu não falar mais nada. Agora voltaria ao ponto que não tinha nenhum amigo, Toni não iria querer vê-la nunca mais. - Venha, vou te levar até a porta.

-Você sempre quis me beijar? - A mais velha perguntou ignorando o fato de Cheryl estar envergonhada por sua ereção. Ela também havia ficado excitada e adorou sentir o membro duro da ruiva.

-E...eu... nós... - Cheryl percebeu que Toni não estava estressada, talvez ela não houvesse sentido sua ereção e podiam assim recomeçar de novo. - Nós podemos recomeçar do zero? Eu prometo não beijá-la mais.

-Cheryl, eu que a beijei. - Disse firme, não aguentando ver a mais nova pedir perdão por uma coisa tão boa que havia acontecido entre as duas. - E se me permitir, quero fazer isso mais vezes.

-Você quer repetir? - Cheryl perguntou espantada.

-Se você quiser, eu gostaria sim. - Disse insegura, não sabendo se a ruiva havia gostado tanto quanto ela. - Se preferir, podemos manter isso em segredo.

Cheryl ficou sem fala e Toni aproveitou para se aproximar mais dela e beijá-la novamente. Sua boca era viciante e iria querer repetir isso até a latina gostar tanto quanto ela.

Ensina-me o que é o amor - Versão ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora