"ᴀ ᴄᴇɢᴜᴇɪʀᴀ ᴛᴀᴍʙᴇᴍ ᴇ ɪsᴛᴏ, ᴠɪᴠᴇʀ ɴᴜᴍ ᴍᴜɴᴅᴏ ᴏɴᴅᴇ sᴇ ᴛᴇɴʜᴀ ᴀᴄᴀʙᴀᴅᴏ ᴀ ᴇsᴘᴇʀᴀɴᴄᴀ"
Naquele fatídico feriado de dias das bruxas, a noite não era a única coisa que caía, o mundo de Sirius Black também.
Nenhuma palavra de fato era capaz de explicar o sentimento que explodiu em seu peito ao adentrar a antiga, agora destruída, residência dos Potter.
Sua garganta ficou seca, seus olhos se encheram de lágrimas, sentia como se seu coração fosse esmagado com um grande martelo, cada vez mais forte. O motivo dessas reações? James Potter, ou melhor, seu corpo, jogado na escada.
— Vamos lá! Levante, Prongs, quase conseguiu me pegar, mas vamos lá! Pare. Não tem mais graça — falou o moreno, em uma tentativa desesperada e falha de o acordar.
No fundo ele sabia. Sabia que James estava morto, sabia que havia sido assassinado, mas não podia acreditar, não queria acreditar. Aquele era seu melhor amigo, mais do que isso, seu irmão, a família que ele nunca teve.
Sua vontade era de ficar ali para sempre, lamentando e se culpando por não chegar a tempo para ajudar. Mas infelizmente seus pensamentos e condolências foram interrompidos por um choro vindo do andar de cima. Mais do que rápido, Sirius chegou até a fonte do tal barulho e mais uma vez não pode acreditar no que viu.
No meio do que antes era chamado de quarto do Harry, estava o corpo de Lily Potter — estatelado no chão, mas ainda com as mãos grudadas na grade de um pequeno berço. Até então, Sirius não tinha se dado conta do que, na verdade de quem, estava no berço. Era Harry Potter e, para sua surpresa e felicidade, ele estava vivo.
A descoberta de que pelo menos alguém da família Potter havia conseguido sobreviver, quase fez Black esquecer de tudo o que tinha acontecido. Por um minuto, ele se permitiu imaginar um desfecho diferente, deixou sua mente tomar conta. Não resistiu. A imagem que lhe era projetada era a de todos vivos, sorrindo felizes, sem uma guerra para lhes assombrar.
Deveria ter aproveitado mais, pensara. Desejava poder reviver aqueles momentos mais uma vez, voltar ao tempo em que sua maior preocupação era se iria passar de ano ou não. Daria de tudo para tomar um casual chá da tarde e jogar conversa fora com seus irmãos. Apenas mais uma vez.
Como o homem fraco que julgava ser, ele se iludiu. Porque, por mais forte que fosse, ainda era incapaz de lutar contra sua mente.
Infelizmente, quando abriu os olhos se deparou com uma realidade que contradizia a de sua cabeça. Nessa, aqueles que ele chamava de família estavam mortos, e o filho deles, o coitadinho de apenas 15 meses, agora era órfão. O pior era a dor da dúvida, a dúvida de como aquilo foi acontecer.
Como Lord Voldemort foi capaz de achá-los? Havia se "afastado" da família justamente para que não suspeitassem que ele soubesse de alguma coisa, e outra, Remus e Peter eram os únicos outros que sabiam da localização. Confiava de olhos totalmente fechados nos citados e tinha total convicção de que nenhum deles os deduraria para o Lord.
Poucas coisas o impediam de desabar novamente, e uma delas era ele: o pequeno Harry. Tinha de ser forte por ele, tinha que aguentar. Não cederia ao luto. No momento, olhando bem no fundo dos tão belos olhos verde-esmeralda, que o gatoto herdara da mãe, Sirius se perguntava como seria a partir dali, o que viria depois? Por que crianças não vinham com um manual? E de preferência um explicando como agir caso um surtado mate os pais dela e só reste você?
Sem manual, ele teve que se virar sob pressão mesmo. Decidiu que o primeiro passo seria conferir se o afilhado estava machucado ou algo do tipo. Harry não havia morrido, mas poderia muito bem ter sido vítima de alguma outra azaração. Voldemort é mau e pessoas más machucam as outras, certo?
Bom, uma machucado no sentido literal ele não encontrou, porém havia uma cicatriz; pequena e em forma de raio, dava indícios de que estivera sangrando a pouco tempo.
O que será isso? Como ele a ganhou?, foram as perguntas que passaram pela sua cabeça. Seria o tão famoso Lord o responsável por ela? Era difícil saber.
Coitado. Era essa palavras que mais definia o bebê naquele momento. Possuía pouco mais de um ano, com certeza não era capaz de compreender o que tinha acabado de acontecer. Como poderia? Não tinha mentalidade suficiente para isso.
O fato era: não fazia ideia de que não veria mais seus pais e nem de o que era uma morte. Era apenas um garotinho, que ainda gritava estericamente algo parecido com mamãe e papai, na esperança de ser atendido.
— Mamãe e papai não estão mais conosco Jamie, eles viraram lindas estrelinhas, você entende? — disse Sirius, na tentativa obviamente falha de conseguir acalmar o pequeno, mas foi surpreendido por uma voz extremamente grossa.
— Sirius? O que faz aqui?
Com o susto, o moreno se virou e não perdeu tempo, sacou sua varinha e sem hesitar a apontou para dono da voz. Logo a abaixando quando, mesmo no escuro, o reconheceu. Era Rubeus Hagrid, Guardião das Chaves e Terrenos de Hogwarts.
— Rubeus? O que faz aqui? — rebateu com a mesma pergunta, num ato involuntário.
— Ora, eu vim a mando do Professor Dumbledore. Pegarei Harry e o levarei até Surrey, onde ele morará com os tios. Mas e você? O que faz aqui?
— LEVÁ-LO À SURREY? Para morar com aqueles desgraçados infelizes? Me desculpe, mas eu não permitirei. Não tem ideia do que Petunia fez a Lily, do quanto elas se odiavam.
— Lamento não ser possível, Sirius, não há algum tipo de escolha. Dumbledore me deu ordens claras, estou autorizado a usar o tanto de magia que julgar necessário, apenas para transportar Harry em segurança. Além disso gostaria de desejar meus pêsames a você, o casal irá fazer muita falta.
— Eu sou a porcaria da merda do padrinho dele, com que você acha que Lily e Jay iriam preferir que ele ficasse? — pontuou, levantando a mão em um pedido de silêncio quando o outro abriu a boca para retrucar. — Você vê? Era vontade deles que eu assumisse a guarda se incidentes, os quais eles sabiam que estavam propensos a ocorrer, acontecessem. E acabaram acontecendo de verdade. Se o problema for o Professor Dumbledore, não vamos perder tempo, me leve até ele e eu mesmo direi que Harry Potter não está e jamais ficará sobre a custódia de Petunia e Vernon.
— Se não há outro jeito, então está bem, o levarei até o encontro do Professor. Pegue o pequeno e me siga. Está com a sua moto, certo?
— Estou sim, vamos logo — suspirou, já cansado de tudo aquilo.
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Oiee gente! Como vocês estão? Bem, mal? Bom, se precisarem de alguém para conversar, eu estou sempre a disposição.
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xoxo
-- A
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Little Things - Wolfstar
Fanfiction"Ele é uma criança de verdade, Sirius, você tem certeza do que planeja fazer? Não é como se pudéssemos abandoná-lo quando estivermos cansados" "Poucas vezes na minha vida eu tive tanta certeza de uma coisa como agora, Moony"