10 - Plataforma 9¾ part.2

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"ᴀᴍɪᴢᴀᴅᴇ ᴠᴇʀᴅᴀᴅᴇɪʀᴀ ɴᴀᴏ s ᴄʀɪᴀ, sɪᴍᴘʟᴇsᴍᴇɴᴛᴇ ᴀᴄᴏɴᴛᴇᴄᴇ, ᴀᴘᴇɴᴀs sᴇɴᴛɪᴍᴏs"

— Estou te dizendo, o Chudley Cannons ainda irá subir na divisão — garantiu o menino ruivo.

O anteriormente citado era Ronald Weasley, embora preferisse ser chamado apenas de Ron. Ele e Harry, além de possuírem a mesma idade, descobriram ter outros interesses em comum e, por esse motivo, se deram excepcionalmente bem desde o momento em que o garoto adentrou a cabine onde o outro estava, em busca de algum assento disponível.

— Nada a ver. O time não ganha nada desde de 1892, é melhor desistir — pontuou Harry, tentando convencer o recém conhecido de que o time em questão já tivera sua era de sucesso.

De fato, o time para qual Ron torcia não era superestimado por ninguém. Somente seus torcedores mais fiéis continuavam esperançosos de que, algum dia, eles se recuperariam da má fase — na qual se encontravam há quase um século — e seriam campeões novamente.

Era por esse motivo que Harry preferia o Holyhead Harpies. Em sua opinião, esse sim era um time de respeito. Possuía milhares de títulos, sem contar com a derrota infligida pelo Harpies ao Heidelberg Harries no ano de 1953 — que com a duração de 7 dias, se encerrou com a captura espetacular do pomo, pela apanhadora Dulce Griffiths. Esse jogo histórico, foi considerado a melhor partida de Quadribol de todos os tempos.

Vale ressaltar que a equipe era inteiramente formada por mulheres, e esse era o seu diferencial.

— Vão ganhar, você verá — insistiu o ruivo, que cismava em contar que haveria uma reviravolta, e então os Cannons voltariam para os primeiros lugares da tabela de classificação, onde, segundo ele, não mereciam ter saído.

Okay, se você acha... — Harry resolveu dar razão ao amigo — se é que podia chamá-lo assim —. Em pouco tempo ele já havia se mostrado muito teimoso, seria inútil tentar convencê-lo do contrário. — Mas me conte, para qual casa você quer ir? — interrogou, curioso.

— Bom, os membros da minha família pertenceram todos a Grifinória, então, lógico que eu também quero ir — contou o garoto. — Mas sabe.... Às vezes acho que não sou corajoso o suficiente para ser um grifinório, tenho pavor até mesmo de aranhas. Como serei capaz de combater a Arte das Trevas se tenho medo de um simples aracnídeo? — desabafou. Sua voz soou monótona, não enfatizava mais as palavras importantes com um tom agudo. Seu entusiasmo fraquejou.

— Bobagem isso! Você verá, eu e você seremos excelentes grifinórios — encorajou-o, mesmo que também tivesse essa mesma insegurança. Porém, se dependesse dele, o outro não precisaria saber de suas paranoias tão cedo.

— Querem alguma coisa do carrinho, queridos? — Uma senhora, já considerada de idade, abriu a porta da cabine e com um sorriso doce lhes apontou o carrinho, que estava farto de guloseimas.

— Não, obrigado. Vim preparado — Ron logo prontificou-se a dizer, levantando um pacote feito com papel kraft, que parecia conter sanduíches.

Por outro lado, Harry já se encontrava em pé. Moony havia lhe dito para não exagerar nos doces, mas um pouquinho não faria mal a ninguém. Optou por comprar alguns sapos de chocolate, tortinhas de abóbora, bolos de caldeirão e, para refrescar, adquiriu suco de abóbora.

— São 10 galeões no total, querido — informou, logo recebendo o valor pedido e se retirando.

Voltou a se sentar em frente ao ruivo. Esse, o fitava com uma expressão de pura surpresa, que só não era mais assombrosa do que a que ele fez quando descobriu que o moreno era, na verdade, Harry Potter.

Little Things - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora