03 - Mudanças

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"ɴᴀᴏ ʜᴀᴠᴇʀᴀ ʙᴏʀʙᴏʟᴇᴛᴀs s ᴠɪᴅᴀ ɴᴀᴏ ᴘᴀssᴀʀ ᴘᴏʀ ʟᴏɴɢᴀs sɪʟᴇɴᴄɪᴏss ᴍᴇᴛᴀᴍᴏʀғss"

Mamasoltou o pequeno assim que deixaram a sede da Ordem e chegaram no apartamento onde viviam. O que deixou o jovem casal alarmado, seu maior temor estava se realizando: Harry estava chamando, ou tentando chamar pela mãe. Como eles iriam explicar que sua mãe fora assassinada e que não a veria nunca mais? Como?

Por um breve momento Sirius desejou estar morto também, assim como fugir lhe parecia um ótima ideia, pelo menos não teria que lidar com essa responsabilidade.

Mas caramba, que porra ele estava pensando? Fugir? Como um covarde que não aguentou a pressão?

O que será que Lily diria se o visse agindo assim?, pensou.

Provavelmente me xingaria, se auto repondeu. Afinal, fugir das consequências de suas ações era uma coisa que a deixava vermelha de raiva. O que, na verdade, ele achava cômico. Suas bochechas rechonchudas ficavam em uma coloração vermelha, semelhante a dos seus cabelos.

Ah! Que falta ela fazia.

Por outro lado, toda a cor que existia no rosto de Remus desaparecera, o homem derrepente ficara pálido. Totalmente e bizarramente paralisado, ainda mantinha seu olhar fixo em Harry, como se ele fosse algum tipo de aberração ou entidade.

— MAMA MAMA — repetiu o menino, dessa vez em um tom mais alto, ameaçando chorar. Coitado, pensaram os homens. Nenhum deles podia culpá-lo, era normal que sentisse falta da própria mãe, apesar de não saberem como iriam acalmá-lo.

— Caramba Jamie! Vamos fazer assim, eu te dou esse brinquedo e você cala a boca, que tal? — se pronunciou Sirius, implorando para que o menino compreendesse.

— NÃO PEÇA PARA ELE CALAR A BOCA. É ESSE O TIPO DE EXEMPLO QUE VOCÊ QUER DAR? FRANCAMENTE SIRIUS, VOCÊ SE ACHA CAPAZ DE CRIAR UMA CRIANÇA? — disse — lê-se berrou — Remus. O que foi deveras muito surpreendente, já que era ele quem sempre mantinha a calma e tentava achar a solução mais lógica para contornar o problema.

— SE EU NÃO FOSSE CAPAZ, LILY E PRONGS NÃO ME ESCOLHERIAM COMO PADRINHO, NÃO ACHA? EU ESTOU TENTANDO FAZER ALGUMA COISA, AO CONTRÁRIO DE VOCÊ, QUE SÓ FICA ME CRITICANDO. EU TÔ CANSADO PORRA, C-A-N-S-A-D-O. VOCÊ ENTENDE O QUE É ISSO? EU ASSUMI ESSA RESPONSABILIDADE PORQUE, CARALHO, EU QUERO QUE ESSA CRIANÇA TENHA UMA INFÂNCIA MELHOR DO QUE A QUE EU TIVE, QUERO QUE ELE SEJA AMADO. E SE VOCÊ NÃO ESTÁ DISPOSTO A ME AJUDAR NISSO, A PORTA FICA BEM ALI.

— ENTÃO VAI SER ASSIM? Você vai jogar na minha cara o fato de James ter te amado mais, o suficiente para ter te preferido como padrinho? O que eu mais sei é como me sentir cansado, acredite ou não Black, certas pessoas tem que lidar com transformações toda porra de mês. Mas se você não me quer aqui, tudo bem, eu posso agora mesmo passar... — tentou rebater o loiro, se não fosse um choro seguido de uma voz aguda.

— Cegla de biglar, vuce e vuce — disse calando os dois homem e apontando respectivamente o dedo. — Agola vuces tem que faze aquela cosa com a bica — continuou o menino, se expressando com dificuldade.

— Desculpa, Jamie, desculpa se te incomodamos — se prontificou a falar o moreno.

— Agola a cosa com a bica, pafoo — insistiu o pequenino.

— Que coisa seria essa, Harry? — A voz de Remus ecoou pela primeira vez depois da bronca.

— Assim ó — falou fazendo biquinho e beijando a mão.

— Você quer que a gente se beije? É isso? — Sirius se mostou confuso.

Harry apenas balançou a cabeça. Os mais velhos tiveram a impressão que nem entender ele tinha entendido, mas resolveram prosseguir mesmo assim.

Então, Sirius foi se aproximando cada vez mais, até deixar seu parceiro encurralado. Segurou os braços dele, de forma que os deixasse em cima da cabeça e grudados na parede. Ele pensara que não era possível, mas ao conseguir se aproximar mais um pouco, pode notar as pernas de Remus bambas. Modéstia parte, não precisava se esforçar muito para ver o efeito que tinha sobre o companheiro, afinal sempre fora o ativo da relação. E foi assim que, perdido no seus pensamentos, eles se beijaram. Um beijo verdadeiro. Cheio de amor e saudade.

Fazia tempos que eles já não tinham tanto tempo para si mesmos, foi bom saber que de agora em diante isso mudaria.

Só foram desgrudar os lábios quando ouviram o som do que julgaram ser palmas. Era isso mesmo, elas viam de Harry, animado em ver que os dois atenderam ao seu pedido de beijo, ou como ele chamava, coisa com a boca.

— Ah, seu pestinha! Você gostou é? — começou Sirius, enquanto andava até o sofá onde a criança se localizava, logo o pegando no colo e fazendo o máximo de cócegas que conseguiu.

— Pala, pafooberrava a criança, morrendo de rir. — Me sava, moinexclamou o pequeno, chamando Remus pelo seu apelido, que não sabia muito bem pronunciar, mas amava.

— Agora você não escapa hahaha — continuou o moreno, fazendo uma risada maléfica no final, apenas para adicionar uma pitada de drama.

Mas não é que o pequeno escapou? Escapou depois de Remus dizer que era melhor darem um banho nele.

Igualzinho a James, seu pai. Odiava tomar banho quando menor. Isso segundo Euphemia Potter, mãe dele e por consideração, de Sirius também.

Foi ali, naquela gritaria para pegar o menino, que eles perceberam que, por mais que fossem jovens e tivessem seus momentos ruins, eles formavam uma família bonita. Uau. Família. Seria essa a palavra certa para descrever o que acabara de surgir?

Ninguém sabia. Só havia uma certeza naquela noite, agora madrugada: eles iriam tentar, iriam tentar de tudo para dar a Harry uma família decente. Lógico, não iriam se auto intitular pais, não queriam tomar o lugar que por direito continuava sendo de Lily e James. Apenas queriam ter certeza que Harry teria sempre com quem contar, seja nas dificuldades ou nos prazeres. Pensando bem, eles seriam sim sua família.

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Oieee gente! No próximo capítulo vai haver uma grande quebra de tempo, mas sempre vai ter flashbacks de alguns momentos, não se preocupem.

Me desculpem se o capítulo ficou muito curto, mas eu quis apenas mostrar eles chegando em casa mesmo.

Não se esqueçam de votar e comentar 🤍

xoxo
--A

Little Things - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora