06 - Um presente peculiar

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"s ᴠᴇᴢᴇs, ʟᴜᴀ ᴍᴇʟʜᴏʀ ᴄᴏɴғɪᴅᴇɴᴛᴇ"

Medo. Era essa a palavra que rotulava perfeitamente o sentimento presente em Harry. Entretanto, se fosse defini-lo mais estritamente, diria que se sentia como se seu estômago estivesse farto de grandes e apertados nós. Embora dizer que sua sede se mostrava insaciável — mesmo com a ingestão de líquidos — também lhe parecia uma boa explicação, afinal havia um amontoado de opções.

Por uma fresta na cortina fechada, o garoto pôde ver que, para a sua surpresa — mas felicidade — o sol já raiava forte. O que significava que já deveriam ser lá pelas 9:00 da manhã.

Sentado em sua cama, ele se sentia estranho — estranho de um jeito que nunca se sentira antes. Estava convencido de que o sonho — ou melhor, pesadelo — que tivera naquela madrugada não era nada comum. Era verdade que Harry já ouvira histórias de bruxos que um dia também haviam passado por uma situação semelhante, mas a maioria terminou com um desaparecimento repentino ou acabou que era apenas um sonho maluco.

O dele não foi isso. Foi real. Seria capaz de jurar na frente da Rainha Elizabeth, Albus Dumbledore, Merlin, seja lá quem fosse o sujeito; lutaria com Lord Voldemort e até com Grindelwald — mesmo que não fosse páreo —, tudo para entender o que foi aquela... visão?

Às vezes Harry queria ter amigos de sua idade, e bruxos, lógico. Na escola trouxa ele não tinha bem amigos, eram só duas crianças que faziam companhia a ele, as quais ele achava que se chamavam Bart e Bela... ou Matt e Rose, ele definitivamente não sabia e nem se preocupava em saber.

Ora, ele era nada mais e nada menos do que o Menino-Que-Sobreviveu! Era de se estranhar que nenhuma criança se interessasse por ele, por mais que Harry não tivesse muito contato com bruxos. Seus padrinhos preferiam que ele ficasse em casa, sempre diziam que por ele ter sobrevivido, arruinou as vidas de diversos Comensais da Morte — seguidores de Voldemort —, que não hesitariam em se vingar, sem contar com Peter Pettigrew, que ainda estava foragido.

Definitivamente já passava da hora de se levantar, ficar sentado de pijama e criando paranóias não iria levá-lo à lugar nenhum, ele só iria desperdiçar o tempo que poderia passar aproveitando seu dia, afinal com visão ou sem visão, ele estava disposto a curtir ao máximo seu aniversário.

Dito e feito. Se vestiu, foi ao banheiro realizar sua higienes pessoais matinais e desceu para a cozinha se sentindo peculiar. Claro que havia esquecido de concluir a tarefa talvez mais importante: colocar seus óculos. Por isso se sentia estranho, não enxergava quase nada, pelo menos não as coisas que estivessem à um longo alcançe.

Ah, como odiava ser míope. Odiava precisar daquelas lentes para enxergar. Era de seu conhecimento que existia uma poção para melhorar a visão, mas era clandestina e duvidosa, nenhum bruxo que usou sobreviveu para contar história, então, sim, ele preferia ser cego a isso.

Já de volta à cozinha — depois de retornar para pegar os óculos —, estranhou algo pela milésima vez naquela manhã: não havia nenhuma alma viva no cômodo. Geralmente Remus já estaria cozinhando e Sirius assistindo ele a cozinhar.

Sua atenção foi rapidamente atraída por um bolo que se encontrava bem no centro da mesa de cinco lugares, que se localizava em um canto da cozinha. Mas não era bem o tipo de bolo que podia se chamar de normal. Era gigante, poderia facilmente acomodar 3 Harry's e ainda sobraria algum espaço.

O menino deu de ombros, decidiu por ir ao quarto dos seus padrinhos e perguntar o que exatamente aquela coisa estava fazendo ali.

BUM!

Little Things - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora