"ᴘᴇɴsᴀᴠᴀ ǫᴜᴇ ǫᴜᴀɴᴅᴏ sᴇ sᴏɴʜᴀ ᴛᴀᴏ ɢʀᴀɴᴅᴇ ᴀ ʀᴇᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴀᴘʀᴇɴᴅᴇ"
Harry era capaz de contar nos dedos as vezes que já sentira aquele formigamento perto do estômago, aquelas borboletas na barriga, a tremedeira nos membros superiores, sua respiração falha. Eram os sintomas explícitos de ansiedade, a qual ele desejava profundamente não apresentar.
— Jamie? Tudo bem? Moony está aqui agora, não vai abrir sua carta? — Sirius se expressou hesitante, provavelmente não estava compreendendo o porquê do afilhado estar tão hesitante, o que era completamente compreensível, uma vez que nem o próprio menino entendia o que estava o paralisando.
Esperou por tanto tempo aquele pedaço de papel, mas agora que o tinha em mãos, simplesmente não queria abrir.
— Hazz? Harry, o que há de errado? Por favor fale alguma coisa — suplicava Remus, em claro tom de preocupação e desespero. Com razão, a cor do rosto do menor fugiu-lhe, estava empalidecendo aos poucos.
Harry tremeu. Como se tivesse saído da outra realidade que parecia estar.
— "V-vocês p-p-podem a-abrir p-p-para mi-mim?" E lhes entregou o envelope selado.
Estranhando a atitude do afilhado, Sirius recebeu-o, pigarreou e em voz alta recitou:
"Prezado Sr. Potter,
Temos o prazer de informar que V. Sa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários.
O ano letivo começa em 1° de Setembro. Aguardamos sua coruja até 31 de Julho, no mais tardar.Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora Substituta"— Estou me sentindo tão velho, nem acredito que você logo irá para Hogwarts. Por favor me prometa que não esquecerá de seu velho padrinho, eu nem... — Incapaz de terminar a fala que começara, o mais velho se desmanchou em lágrimas. — Moony, você lembra que ontem ele era só um bebê? Você... Ah, que merda! Estou parecendo a velha Euphemia, ela bem que me disse que eu pagaria com a língua quando fosse pai — E se rendeu as lágrimas mais uma vez.
Do outro lado, Harry e seu outro padrinho (de consideração) se encontravam gargalhando abundantemente, não conseguiram resistir ao drama de Sirius. Não era à toa que pelas costas diziam que ele faria um bom personagem de qualquer novela mexicana.
— Parabéns mini Prongs... tenho certeza de que será... um grande bruxo — disse o loiro entre gargalhadas.
Assim os três passaram o resto da tarde e início da noite, rindo e relembrando histórias — a maioria eram sobre as confusões que Harry causava quando bebê, mas as peças que os adultos pregaram em Hogwarts também foram um assunto popular.
— Teve aquela vez que seu pai, feliz por ter feito você finalmente dormir, te cobriu acidentalmente com uma capa de invisibilidade — comentou Sirius, nostálgico.
— Foi um trabalho e tanto para te achar Harry. Lily ameaçou azarar James se ele não te achasse na próxima meia hora, lembro como se fosse ontem a raiva presente em sua voz quando disse, ou melhor, gritou: "JAMES FLEAMONT POTTER EU VOU TE ESGANAR, MATAR E DAR DE COMER PARA O NOSSO GATO SE NÃO ENCONTRÁ-LO AGORA MESMO. EU DEVIA TER CASADO COM O REMUS" — contou o loiro.
— Mas Lily, ele é gay — completou o moreno, se acabando de rir.
O mais moço não ficara para trás, semelhante aos dois homens a sua frente, ele também não foi capaz de segurar o riso — ria abertamente.
Estavam tão dispersos que nem perceberam que o relógio já marcava 00:30, o que significava que já era dia 31 de Julho, mais conhecido como o aniversário de Harry.
— Feliz aniversário Jamie. Que Merlin te proteja, muitos anos de... Ah, vou chorar de novo, meu bebezinho agora tem 11 anos. Amor você... Estou muito velho, daqui a pouco você se casará e me deixará aqui sozinho e... Vocês dois! Parem de rir! Eu estou falando sério, olhem só a minha pele, estou cheio de rugas, é o meu fim — desabafou Sirius, começando o que Harry gostava de chamar de "crises de identidade dramáticas".
Tudo bem que havia um ótimo motivo para sua tamanha comoção, era o resultado de vários shots de whisky de fogo. Ele estava bem longe da sanidade normal.
— Acho melhor você ir se deitar, amor — Agora se virando para Harry — Feliz aniversário, você cresceu tão rápido! Te darei seu presente amanhã, okay? Agora vou levar o cachaçeiro do seu padrinho para dormir. Boa noite, Hazz. — Como dito, apoiou o braço do marido no seu, forçando-o a levantar. Com ele em mãos, começou a subir as escadas.
— Boa noite, Moony — Foi a última coisa que disse antes de ver os dois desaparecerem na escada.
Depois de alguns breves minutos observando a carta, ele decidiu ir se deitar também. Lógico que agora, sabendo que possuía realmente uma vaga em Hogwarts, seu sono seria melhor do que o habitual.
Após subir as escadas a caminho de seu quarto, ele parou na porta do quarto dos padrinhos e divertiu-se ao ver o mais novo tentar convencer o mais velho a parar de cantar e se deitar na cama. Vendo que não havia sido visto, ele rumou ao seu destino inicial. Se trocou, tirou seu óculos, apagou a luz e adormeceu, pensando no grande dia que teria amanhã.
"— VÁ! LILY VÁ! EU...
— Avada Kedrava
— JAMES! NÃO, JAMES! POR FAVOR! — gritou a mulher, logo em seguida saindo correndo para o andar de cima. — Vai ficar tudo bem, Harry. Papai te ama, mamãe te ama e NÃO... — A mulher se atirou a frente do bebê, recebendo um grande jato de luz verde-fluorescente no peito.
BUM!
O homem comprido, alto, magricelo e branco não estava mais lá. Era como se tivesse se dissolvido. Simplesmente desapareceu.
Uma grande fumaça preta cobriu o ambiente, a casa desaparecera. Agora, o mesmo homem esbranquiçado de antes, estava sentando em o que parecia ser um trono feito de ossos.
— Eles estam escondidos em Godric's Hollow, meu lorde, na casa número 6... m-meu lorde — informou um homem com aparência de roedor.
— Muito bem, Rabicho, sabia que me seria útil. Depois dessa noite, ninguém jamais questionará meus poderes — respondeu se levantando.
Harry acordou num baque; suando frio e com a respiração mais falha do que nunca. Tinha que se lembrar de acrescentar essa experiência a lista das vezes em que se sentira tão ansioso.
Sabia muito bem quem era o moço, e era isso o que o apavorava. Aquele era Lord Voldemort, o bruxo cujo qual assassinou seu pais e por um triz não ele. O outro na sala era Peter Pettigrew, o homem que dedurou a localização de sua família, o amigo traíra.
Harry se sentiu desamparado, não sabia exatamente o que tinha sido aquilo, jamais passara por tal coisa antes.
Seria aquilo uma visão?, pensou ele, logo se corrigindo. Visões são sobre o futuro, e o que eu presenciei era passado.
Bom, uma coisa era certa: quando amanhecesse ele teria uma boa conversa com Remus e Sirius. Precisava tirar essa história a limpo. Só não queria dormir, tinha medo de ver mais... lembranças, seria essa a palavra?
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Oiee! Me contem, como vocês estão? Acho que acabei de descobrir o meu problema: a minha cabeça só funciona de noite. Não consigo escrever de dia, parece que eu fico mais burra, juro.
Eu não lembro se já perguntei isso, mas vocês preferem drarry ou hinny?
Não esqueçam de votar e comentar 🤍
xoxo
-- A
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Little Things - Wolfstar
Fanfiction"Ele é uma criança de verdade, Sirius, você tem certeza do que planeja fazer? Não é como se pudéssemos abandoná-lo quando estivermos cansados" "Poucas vezes na minha vida eu tive tanta certeza de uma coisa como agora, Moony"