01. first judgment

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+ SABINA HIDALGO EVANS

—  Declaro prisão preventiva, será liberado para presenciar o próximo e último julgamento. — juíza Sylla bateu com o martelo no artesanal duas vezes, anunciando fim do julgamento. May é levado pelos policiais agressivamente, seus olhos suplicavam por ajuda enquanto os meus suplicavam por perdão.

...

Olhei para a tela do meu computador, paralisada.

Vamos Sabina, se concentre, lembre-se do que aprendeu na universidade. Os três passos principais.

passo 1 — desacreditar as testemunhas.

passo 2 — apresentar um novo suspeito.

passo 3 — enterramos as provas.

Bufando, parei de escrever irritada, agarrando o copo com meu café amargo do Starbucks e bebendo. Em seguida, peguei minha torrada recheada com geleia de morango dando uma mordida.

Eu falhei no primeiro julgamento, não podia falhar no próximo, seria a decisão final. May era inocente, eu tinha que provar isso. Muitas pessoas acham que uma advogada de defesa é só defender um criminoso e ganhar dinheiro, não é nada disso, eu só quero justiça, aquele caso era mais complicado do que eu imaginava, nunca tinha trabalhado ou defendido algo assim, quer dizer, o cara foi acusado de matar a garota estrupando-a.

O mais irritante era Urrea, que se achava por ter acusações suficientes e conseguir fazer com que May tivesse prisão preventiva. Idiota e sedutor, eu estava caindo em seus pés.

Não, não estava!

Eu sou casada e tenho uma filha, não poderia sequer pensar nisso. Além do mais nós somos de áreas diferentes, ele é de acusação e eu de defesa, não daria certo.

Ele está fazendo com que May sofra consequências injustamente. O mais impressionante é que ele não interferiu ninguém a não ser May durante o seu julgamento, nem mesmo Paliwal e as testemunhas.

Testemunhas, certo. Desacreditar as testemunhas. Que testemunhas temos? — comecei a escrever.

01 — Hina Yoshihara.

02 — |

Parei de escrever, novamente. Dei mais uma mordida à minha torrada e bebi mais um pouco do meu café, estremecendo ao ouvir uma voz rouca. Aquela voz.

— Você por aqui senhorita? — Urrea se sentou na cadeira à minha frente. Folgado.

— Sim Urrea-

— Noah fora do trabalho, me sinto velho. Mas, você gemendo meu sobrenome será a única excessão. — sorriu sapeca, se levantando, pegando a outra fatia de torrada e ficando atrás de mim, colocando suas mãos na mesa como apoio para os braços. Bati na sua mão direita, fazendo com que ele murmurasse um "ai" de dor e tirasse suas mãos da mesa.

Tentei me concentrar novamente, olhando para a tela. Bom, ficámos na segunda testemunha, quem seria a segunda testemunha?

Lamar Morris, ele é a segunda testemunha. E deixe-me dizer, os passos estão incompletos.— apontou para a tela.

— Como assim incompletos? — perguntei confusa. — você só quer me prejudicar não é?

— Você tem que explicar o porquê desses passos. Explicar como você os vai fazer. Vamos Hidalgo, explique. — forçou a voz, suplicando.

Respirei fundo, segurando o mouse e deslizando para o início da folha novamente. Vamos Sabina, você consegue.

— Eu... — parei de falar, não sabendo explicar.

Urrea me olhou por alguns segundos, antes de puxar sua cadeira para o lado da minha se sentando na mesma.

— Passo número 1, desacreditar as testemunhas — leu. — como você irá desacreditar essas testemunhas? O que precisa saber primeiro?

— Hum... — parei para pensar, bingo. — precisamos saber as provas que eles têm contra May.

— E quando souber as provas? O que terá que fazer? Terá que... — fez um gesto com a mão, para que eu continuasse a frase.

— Enterrar as provas — arregalei os olhos, percebendo o que ele queria dizer.

— Se as provas forem corporais você terá que...?

— Apresentar um novo suspeito. — sussurrei, olhando para o mesmo admirada. Urrea sorriu e eu peguei no computador, apontando tudo o que havia acabado de dizer. — será fácil nos dois casos. Paliwal se envolvia com muita gente ao mesmo tempo, e no caso de enterrar as provas será ainda mais fácil, pois...

— atiramos tanta informação ao júri que entram na sala de liberação assoberbados pela dúvida. — dissemos em uníssono. Urrea se levantou, colocando a cadeira no lugar e limpou as mãos, pronto para sair.

— Porque você me ajudou? Pensei que queria ganhar esse caso. — o fiz parar de andar, olhando para trás sorriu com seu sorriso encantador e contagiante. Não consegui evitar e também sorri, encantada.

— Você só quer justiça, eu também. Apenas te dei informações que precisava saber, e eu vejo tanto o seu empenho por esse caso, você mostra que todo mundo merece uma defesa. — piscou, acenando para os funcionários da caixa, abrindo a porta e saindo, fazendo com que o sino da porta fizesse barulho.

Uau.

Não Sabina Evans, sem esse "Uau". Você não podia cair nos joguinhos dele.

Ele me ajudou, e muito, mas eu não deixaria que ele me enganasse.

Eu tinha que me afastar dele.

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fanfic nova <3

essa fic tem trechos de "como defender um assassino".

— Diana 🍂

𝐋𝐀𝐖𝐘𝐄𝐑𝐒 𝐈𝐍 𝐀 𝐑𝐎𝐌𝐀𝐍𝐂𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora