Um reencontro caloroso

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Armin acordou assim que o canto do galo retumbou sobre seu ouvidos, o sol já surgia no horizonte dando novos tons quentes de laranja e vermelho a fazenda. Abriu a cortina vendo o nascer do sol, não importava quantas vezes o contemplava, sempre seria tão belo como da primeira vez.
Levantou da cama ouvindo ela ranger e espreguiçou já sentindo o calor dos raios de sol e o cheiro de café e pão quentinhos.
Se levantou e fez suas tarefas matinais, antes de se dirigir a cozinha onde seu avô estava preparando o café da manhã.

- Bom dia - anunciou meio sonolento.

- Armin, meu neto, bom dia! - Seu avô respondeu cheio de energia. Colocou o café na xícara de Armin, junto com um pouco de leite quente.
O loiro descobriu a vasilha que estava em cima da mesa, cheia de pães fresquinho e caseiros. Assim que levou um deles para a boca pôde sentir o gosto de nostalgia a invadir junto com uma pitada de saudade e a conclusão da frase que se aninhou em seus pensamentos.

" Do jeitinho que a mamãe fazia."

- Armin meu filho, vou ter que ir à cidade hoje. - Seu avô se sentou na cadeira, tomou seu café puro em quase um único gole. - Tenho alguns problemas para resolver, mas me preocupa te deixar sozinho depois do que aconteceu, não quer que eu chame a dona Rita para lhe fazer companhia?

- Vovô eu já falei para o senhor que não foi nada demais, ele nem roubou nada. - Armin revirou os olhos e deu mais uma mordida no seu pão.

- Mas meu filho, isso me deixa inquieto, tem certeza que não tem nenhum amigo que você possa chamar para vir aqui e lhe fazer companhia?

- Vovô... sabe que não tenho amigos nessa cidade - ele encarou seu avô sério, e o senhor apenas suspirou tristemente. - Não precisa se preocupar, está bem?

- Está bem, filho, eu prometo voltar rápido. - Ele terminou o seu pão e foi na direção de Armin para bagunçar seus cabelos. - Se cuida, e pare de dar cubos de açúcar para a Maçã, ela está ficando bem redondinha. - Um grande guincho foi ouvido da janela em protesto.

- Acho que ela ouviu o senhor, vovô - o loiro riu, Maçã andava de um lado para o outro furiosa de dentro da cerca.

- Ops, acho que terei que evitar a dama da casa por alguns dias. - O velho fez um cumprimento ao equino retirando seu chapéu e se curvando em desculpa. Maçã ergueu a cabeça e começou a trotar satisfeita.

- Tenha um bom dia - Armin deu um aceno ao avô que concordou com a cabeça e logo após saiu da casa e entrou no carro.

- Você também! - Gritou seu avô de dentro do veículo em movimento.

Após a saída dele Armin começou a arrumar a cozinha, lembrava como sua avó sempre era tão firme com a limpeza, tudo tinha seu devido lugar, seu jeitinho de ser feito e seu toque especial que só ela sabia, mesmo após sua partida Armin e o avô ainda não conseguiam largar o seu jeito de arrumar a casa, era uma forma deles de manter um pedacinho dela ainda ali. Após terminar de arrumar, olhou para o relógio vendo ele marca dez da manhã.
Pegou um balde de água e um pouco do feno que tinha no celeiro e foi até o cercado de Maçã, a égua caminhou suavemente na sua direção soltando um leve ronco, um som grave e contínuo, enquanto sua cabeça balançava devagar e seus cascos batiam no chão.

- Bom dia para você também, Maçã. - Armin a acariciou e ela balançou a cabeça feliz. - Vou por seu café da manhã. - Entrou dentro do cercado e quando se direcionava para o comedouro percebeu que Maçã estava inquieta. - Qual o problema garota? - Deu leves tapinhas nela. A égua soltou um leve urgido, suas narinas estavam dilatadas e suas orelhas apontadas para frente, após algum tempo ela começou a abanar seu rabo rapidamente de um lado para o outro e se pôs a correr em direção ao outro lado da cerca, assim que chegou ao seu destino se ergueu nas duas patas e soltou um relincho agudo.

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