O marlboro queima, queima lentamente na mesma medida que espalha a sua fumaça esbranquiçada pelo ar. A média distância já consigo visualizar a toxicidade que ele inala por puro prazer.
De pernas entrelaçadas, braços esticados apoiando-se no capô da caminhonete e sorriso aberto, o homem deixa de fumar o seu cigarro assim que me vê.
De fato, eu não faço idéia do que significa isso para eles. Deter o medo de alguém. A submissão ao invés da conquista. Me parece fácil, mas o que estou fazendo tentando entender a mente desses criminosos?
Ouço um pigarro do tal Taehyung assim que cruzo o portão. Aproximando-me mais, reparo em como sua postura se altera.
Estou prevendo que posso ser apenas uma "leva e trás" de informação. No entanto, seria burro fazer isso na casa do próprio inimigo, não? Tudo certo, é melhor parar de compreender a índole de um narcotraficante.
Quero um dia longe dessa casa. Um passeio. Quem sabe uma chance de fuga.
Aqui não é o inferno, mas a tensão e a paranóia de Jungkook estão me sufocando. Ele é neurótico com tudo.
— O Jungkook tem uma lábia muito boa para te convencer em vir até aqui. — suspende os lábios, fazendo questão de transparecer sua felicidade pela minha chegada.
— É o mal dele. — devolvo a excitação só pelo olhar.
Estamos em frente a mansão, e mesmo que esteja completamente escuro, posso notar o deserto ao redor.
— Disso eu sei e apesar de não sermos amigos, admiro essa habilidade. Ele sabe negociar. — abate mais alguns centímetros que havia de distância entre nós.
Taehyung fica perto de mim. Ergo o queixo para olhá-lo mais afundo e ele me retribui. — Está frio aqui, porque a gente não entra? — sorri e abre a porta da caminhonete preta e porte luxoso. O cheio de carro novo importado, exala por todo o meu campo olfativo.
— Não. Primeiro, quero saber o que quer comigo e o que vai me dar por uma conversa informativa. — jogo a real e corto os rodeios por agora.
— Eu deixei dois seguranças meus com o Jungkook, acha mesmo que eu perderia tempo pedindo para que viesse aqui só pra isso? — abre uma risada debochada e vira o rosto a o interior do carro. — Gosto de garotas como você. Por fora, certinha, mas com a boceta gulosa. — morde um canto da boca atrevido.
Sua postura despojada, causa-me uma série de calafrios. Se eu não arrancasse informações dele, não sairia daqui.
Agora estou surpresa que ele acha que vai me ter tão facilmente.
Suspiro e fecho a porta do automóvel. Queria gargalhar da situação, porém o meu medo é maior. Me sinto em uma cama de gato. Bandidos não gostam da rejeição.
Mas, o Kim não parece ter se importado com a minha aparente negativa.
— Se não queria morder o forro do banco, porquê aceitou vir? — questiona, oscilando para um interesse acima do esperado.
— Se uma certa lábia me convenceu, já deveria saber a resposta. — eu realmente não ligava se o Kim armaria uma mega invasão e mataria a todos. Se roubaria o Jungkook. Eu não me importo com essa galera, com toda certeza.
— Ele está com a minha dourada e eu quero ela de volta. Aquela arma é muito especial pra mim. — é direto. — Podemos fazer um trato? O que quer? — estende a mão tatuada e repleta de anéis para estabelecermos um acordo
— Você não pode comprar outra? Digo que não vai ser fácil pegar. — explico preguiçosa, só por pensar em procurar a arma e vasculhar nas coisas do Jeon para tal, me causa calafrios.
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SÁDICO - Jeon Jungkook (Narcotráfico) +18
FanfictionImpermeável. O eterno olhar de jurisdição sobre os meus orbes entrega um brilho contido, Jungkook analisa cada canto do meu rosto todas às vezes que nos encontramos pelos corredores da sua mansão. Ele mantém uma pose de arrogância tão intensa que si...