Você é todo meu

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Rodopio sobre os saltos suavemente na minha entrada discreta na sala cinza. A música de fundo é intensa no vibrar, ao passo que a melodia é serena e sensual. Minha boca está seca e há uma sensação profundamente estranha em mim. Eu estou rompendo um preconceito, acho. Nunca pensei ousar desse modo, nunca pensei estar aqui chamando tanto a atenção. E o que eu estou fazendo? A raiva que eu tive de Jungkook mais cedo foi um propulsor e tanto para que eu despirocasse. De fato, o ódio e o amor são sentimentos muito ambíguos, mas iguais na intensidade, no impacto de mudança.

Um flash de luz me atinge quando me torno mais presente. Aquilo me deixa cega por uns segundos. Porque eu olhei diretamente? Já não começou bem…

Aperto os olhos, arrefecendo minhas retinas e localizando de novo o olhar da platéia sobre o meu corpo. Uso uma roupa mais discreta do que as das outras strippers e quando eu digo que estou minimamente decente é com um sutiã brilhoso e uma saia curtíssima de mesmo tom. Foi o conjunto que possuía mais tecido, acredite.

Tateio a barra metálica fria e agarrando com uma mão, transformo a energia que usei para puxá-la, como um apoio para iniciar uma dança que só existia na minha mente. Deixo-me conduzir pela melodia que vibra, vibra da barra de metal até as minhas veias, tornando os movimentos mais fixos e quentes. 

Ensino a minha bunda a rebolar e os meus calcanhares a girar, jogando após um rodopio leve, minha visão para os homens. Noto como a plateia está lotada e como os olhos se prendem em cada gesto meu. Porque os homens são assim? Sempre desejando e não se cansando de querer algo para transar? Meu coração se incendeia novamente com questões ainda não respondidas, mas que eu abandono para não perder o foco e sigo dançando de modo sexy.

Até que, ao estar mais uma vez de costas, ouço um tapa sendo dado no palco. Me viro de súbito, assustada. O cara colocou tanta força que eu me arrepiei inteira.

E sabe quem era meu admirador?

— Gina?! Não acreditei que podia mesmo ser você! — Jimin. Ele mesmo me rapta com sua fala grossa e surpresa, como se o que estivesse em sua frente fosse uma espécie  de dinossauro raro que foi ressuscitado pelo próprio Deus no dia do julgamento final.

Está estupefato e imobilizado pela atração que a ausência de roupas causa nele. Jimin simplesmente não pode olhar outra coisa senão meu corpo. Ele não consegue. 

— Pensei que estava cuidando da segurança. — continuo dançando e dando atenção para o meu caro amigo intrometido. Eu sou uma ótima profissional.

— Das strippers. Parece que houve um incidente com uma delas e o Jungkook me convocou. Disse que se alguém mexesse com alguma dançarina, eu poderia fazer o que quiser com o infeliz. — confere minuciosamente minha movimentação. Até me sinto mal, visto que ele é casado. Mas aí também não é problema meu e eu não vou me atrever a parar com algo por um compromisso que os outros assumiram. — E você? Porque está rebolando pra esses caras? — suspira fundo. Seus orbes saltam interessados a cada mínima alteração de ângulo que realizo.

— Queria fazer algo de legal nessa mansão… Me sentir menos prisioneira… — giro, deslizando sensual no cano como se estivesse bastante habituada com isso. No entanto, estava só "feliz" por conta da caipirinha que tomei. Me sentindo mais livre. Deve ser por isso que as pessoas bebem e bebem tanto.

— Você tem uma sorte do caralho pelo seu pai estar no Rio uma hora dessas… — sorri ladino, citando a localização do meu progenitor. Nem consigo mais chamá-lo de pai depois dele ter me oferecido como uma moeda de troca. Mesmo eu me atraindo terrivelmente pelo Jungkook, ele não tinha o direito. Eu já estava muito decepcionada pelas mentiras que ele me contou a vida toda e isso foi o estopim para quebrar a ponte de confiança que eu tinha nele. — E seria uma pena se ele estragasse esse momento. Você é incrível assim. — inclina o pescoço para olhar a fundo o vinco que havia da calcinha no meu bumbum embaixo da mini saia. Será mesmo que o Jimin é comprometido? Ele não aparenta. — Um incentivo. Tem dias que eu amo o meu trabalho. — o Park tira notas altas do compartimento da camisa que usa. Ele deposita cédulas de libras esterlinas na correia do meu salto esquerdo, aproveitando para dar uma olhadela na calcinha. São tantos euros que chego a ter um parâmetro bem diferente daquele que já tive: Jimin estava bem longe de ganhar pouco.

SÁDICO - Jeon Jungkook (Narcotráfico) +18Onde histórias criam vida. Descubra agora