A Volta do Parafuso [Terminada]

Ouroborus.

Sasuke sentia em cada célula do seu corpo um impulso. Um impulso para resolver aquele quebra cabeças. Tudo o que sabia era que Shizune havia sumido depois do acidente do festival. Ele engoliu em seco encarando sua noiva.

-Sakura... Há cinco anos, o iate em que eu estava com os meus sobrinhos e o meu irmão foi sabotado. Ele explodiu na proa mas eu consegui pular na água com as crianças e ainda salvá-los do afogamento. Itachi nunca mais foi o mesmo depois daquilo. Toda vez que eu o vi depois daquilo ele estava chorando quase que copiosamente pelos cantos. Todas as vezes que tentei ajudá-lo, seus olhos estavam sabe... Inexpressivos e ele só passou a nos ignorar. -Sakura escutava tudo aquilo atentamente já entendendo o raciocínio do rapaz.

-Sabe meus pais também sumiram do mapa depois daquilo... Está vendo como tudo aponta para Shizune? Digo... Por que ela se escondeu? Por que não liga mais para os filhos? Ela era uma psicóloga ambiciosa... E se ela faz algo com os internos do Yamaoka? E se ela premeditou que você viesse? E se te deixou fugir por causa de Tsunade? Preciso confrontar essa mulher! -Disse Sasuke se levantando, cada célula dele gritava pela resolução daquele mistério.

-Amanhã de manhã eu vou até lá! Preciso entender tudo! Qual é a dessa mulher! E... -Sasuke parou subitamente.

-Shin disse que ela mandou você aqui, ele disse... Que o tal Takeshi disse que você viria! Tá vendo tudo se encaixa? Por que diabos ela quer nos enlouquecer? Para nos deslegitimar? Provar insanidade e ficar com os bens da família? E Kurenai que nunca mandou notícias? -Sakura se levantou tentando pensar.

-Ela parecia humana demais para pensar coisas do tipo Sasuke... Isso não é possível, quero dizer é... inacreditável que alguém tenha tramado tudo isso dessa forma é... É cruel. -Dizia Sakura aflita. Sasuke caminhou até ela acariciando seu rosto.

-Você é incapaz de fazer mal a alguém Sakura, na verdade, você é quem mais sofre com maldades alheias. Você já sofreu com a ambição das pessoas, já sofreu demais então... Como pode não acreditar no que está na nossa cara? -Algumas lágrimas caíram pelo rosto de Sakura. Ele lhe beijou a testa.

-Está decidido amanhã eu vou até o Yamaoka! -Disse o Uchiha convicto.

-Iee... Eu vou. Se ela está agindo dessa forma, ela espera por você. E espera que eu seja uma peça fora do tabuleiro, agraciada demais com a liberdade para voltar naquele lugar! -Disse a moça convicta captando o raciocínio de Sasuke.

-É isso... Tsunade e eu voltamos, posso pintar o cabelo eu vou disfarçada, eu dou um jeito! Nós vamos investigar isso! Se ela ainda estiver por lá vou confrontá-la. Não posso deixar que vá para um lugar como aquele Sasuke, se ela o trancafiar ali vai ser muito difícil te tirar. As crianças precisam de você. Então está decidido! Ligarei para Tsunade agora! -Se posicionou Sakura extremamente decidida ignorando as súplicas de Sasuke para que ele fosse. Quando Tsunade atendeu ao telefone, Sakura lhe explicou tudo e Tsunade não hesitou em ir com a moça.

-Não vou deixar que volte sozinha para aquele lugar e você está certa. Shizune ficou com o meu cargo administrativo, ela poderia internar Sasuke contra a sua vontade por um tempo até conseguirmos tirá-lo de lá por meios legais. Me espere aí! Sairei de casa pela manhã e por volta das 6 da manhã estarei aí! -Advertiu a moça.

-Eu a espero! -Disse Sakura convicta. Sasuke a encarava extremamente incomodado.

-Me deixe ir no seu lugar! Não quero que se machuque! Não quero que reviva suas dores. -Pediu mais uma vez. Sakura acariciou seu rosto cansado.

-Iee Sasuke, já estou calejada. Aquele lugar vai te consumir mais só de pisar lá. Já está exausto mentalmente. Fique aqui com as crianças! Descanse. Eu volto ao anoitecer e... Vamos ter respostas. Não se preocupe, Tsunade é bem casca grossa. -Disse Sakura arrancando um sorriso fraco dele. O puxou para si abraçando-o, Sasuke estava deitado com a cabeça em seu pescoço. Aconchegou-se em seus braços, com as carícias em seus cabelos ele relaxou e aos poucos em meio a conversas com ela, dormiu.