Se você for atento caro leitor, verá que cada ser humano com a sua história de vida é uma história extraordinária. Ao ver Sakura Haruno, você não daria um "vintém" por sua história, seu ponto de vista neste vasto mundo. O que a jovem no canto da balsa teria de tão extraordinário? Lhe convido a ser muito atento à pequenos e maravilhosos detalhes caro amigo. Convido você a vir comigo. Observe!
A miúda menina não gostava muito da chuva, mas mesmo aquela água mística a deixava feliz. Eu posso dizer isto a você meu prezado leitor porque ela é o nosso ponto de vista. Depois que saiu do inferno que era o Yamaoka Asylum em Suna, tudo o que a brava garota queria era sentir o ambiente pois ele trazia o gosto da liberdade. Abriu seus enormes olhos verdes e brilhantes para a vista. Sakura achava engraçado como tudo era terrivelmente azulado pelo tempo fechado. Lhe lembrava a paleta de cores do filme "O chamado" lançado há alguns meses.
A jovem Sakura Haruno estava em uma balsa moderna indo para o seu novo destino. Ela usava uma grossa meia calça de lã que pinicava um pouco em baixo dos jeans escuros tentando ficar quente, usava um suéter cor cinza de gola alta e um casaco impermeável preto para proteger-se da chuva. Seus cabelos sumiam dentro do capuz das vestes. Dentro da balsa, as pessoas podiam sair de seus carros e Sakura se entretia com uma espécie de vagão aberto que carregava um simpático cavalo negro. Sorriu maravilhada. Mesmo com todas as covardias sofridas, Sakura era uma menina/mulher de 22 anos muito humilde, bondosa, corajosa e forte.
Ela voltou suas botas molhadas para o casco da balsa observando o céu fechado enegrecido e meio azulado. O mar azul escuro balançava agitado e a chuva caía fina. A menina já podia ver os rochedos enormes e as pequenas e charmosas casas de Konoha nos morros. Lembrava as ilhas gregas porém com muita chuva. Konoha era uma pequena cidade costeira no norte do Japão. Era isolada. Perfeita. Ninguém procuraria lá a menina do hospício. O Hospital Yamaoka em Suna sofria superlotação e ninguém podia imaginar as enormes covardias de lá. A Reforma Psiquiátrica passara longe do lugar e os pulsos com cicatrizes de contenção evidenciavam isso. Sakura inspirou o cheiro de maresia terrivelmente úmido. Podia ver as gaivotas no céu e a "fumaça" que saía de sua respiração quente no àr frio.
A verdade é que ninguém daria falta de Sakura. Sua família a havia colocado no Hospital Psiquiátrico Yamaoka porque aos dez anos de idade, ela via coisas que ninguém podia. Sakura era uma médium empata. Podia sentir as energias deixadas nos lugares carregados e algumas vezes podia ver espectros. Um deles contou a ela sobre a amante do velho Kizashi Haruno e então Sakura revelou o fato a sua mãe. Ela revelou que uma moça de longo vestido azul a havia lhe contado. Kizashi era um velho banqueiro que nunca aceitou as condições da filha.
Sakura havia nascido com uma alteração genética rara em que a coloração ruiva de seus cabelos era terrivelmente desbotada. Logo seus cabelos e pelos no corpo eram róseos. Quando ela começou a entregar a infidelidade do pai, ele envenenou Mebuki Haruno, sua mãe, a seu favor então... Sakura tornou-se "louca". Fora diagnosticada com transtorno de personalidade esquizotípica e então depositada como uma embalagem velha no Yamaoka. Ela tinha quatorze anos de idade.
O lugar era uma estrutura enorme... Mas as pessoas la dentro eram constantemente dopadas, eletrocutadas e machucadas. Sakura sempre fora tranquila, serena. Aprendeu a ser depois das inúmeras torturas... Mas ela era extraordináriamente observadora. O Yamaoka ficava em uma colina a beira mar... Tudo que ela fez foi se jogar no oceano, sobreviver a queda e ser dada como morta por qualquer incompetente que não averiguou a existência de um corpo. E "bam" Sakura Haruno estava livre e sem qualquer pessoa atrás dela e por Deus agradecia por isso. Antes de pular, certificou-se que todos os arquivos de sua existência tivessem um fim.
Ela possuía dezoito anos quando o fez, quase 19. Foi encontrada por um velho pescador a deriva. Sakua se refugiou em um albergue para pessoas em situação de rua e devido a sua beleza estonteante, não fora difícil conseguir emprego em um café. Nos últimos 3 anos de sua vida, vivera de verdade. Vivera dignamente. Juntou um pouco de dinheiro e se mudou para uma pensão e assim ficou até o anúncio do jovem empresário Uchiha. Em pleno 2002 com todas as pessoas querendo ficar em cidades grandes, ninguém queria ficar no interior. Ou em uma chuvosa ilhazinha do Japão. Aquela faixa era habitada por muitos estrangeiros e a miscigenação era forte. Metade da "família" de Sakura vinha da irlanda por isso tinha poucos traços orientais. Seus olhos verdes miraram o farol da vila, ele era branco e ficava no alto dos rochedos dando um "norte" as embarcações. Notou estar quase chegando na rampa de concreto que ligava a balsa a estrada. Retornou ao seu pequeno carro azulado. Tirou a sorte grande ela acreditava. O salário era muito gordo e era necessário ser uma pessoa jovem que pudesse se dedicar a família e pudesse ser aprendiz da antiga governanta. Talvez pudesse até conciliar uma faculdade. Ao enviar suas humildes referências fora contratada. Teria moradia, um bom salário, folgas e principalmente acolhimento. Poderia fazer uma pequena poupança, trabalhar de carteira assinada para então ter uma vida feliz.
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A Volta do Parafuso [Terminada]
Misterio / SuspensoA misteriosa Sakura Haruno não tem família! A misteriosa Sakura Haruno não tem ninguém que a espere voltar para casa. Antes ela pudesse dizer que era órfã. Sakura era diferente, via ou sentia coisas que ninguém podia ver e isso lhe custou meia vida...