Last

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Nome do capítulo: Último

Abri meus olhos quando senti meu celular vibrar insistentemente, olhei ao meu redor e vi que eu ainda estava sentada no chão do quarto de Cloe, olhei para tela do celular que piscava o nome de Charlie, mandei uma mensagem pra ele dizendo que já estava indo e fui tomar banho.

Depois de um banho gelado, vesti minha roupa, peguei minha bolsa e a última ficha com o nome do Harry, fui pela escada, parei para dar bom dia ao porteiro, entrei no meu carro e rumei para a delegacia, sem cabeça pra comprar um café.

Entrei na sala de Charlie e Cloe virou o rosto pra mim, fingi não me importar e olhei em volta sem achar o Harry, respirei fundo, entreguei a ficha de Charlie e disse um “Sei onde encontra-lo” e saí da sala.

(*)

-Styles, visitinha—Louis disse sorrindo, mas ao ver que eu não o retribuí, ele se calou.

Harry parou de correr atrás do disco, já que ele estava treinando, e patinou em minha direção, tirou o capacete e desmanchou o sorriso.

-Aconteceu alguma coisa?—Ele me perguntou sério

-Sim, você tem até o final do dia para aparecer na delegacia com um advogado e depor.—Dei as costas para ele e caminhei até a saída.

-Como é que é? Você tá falando sério?—Me virei para ele e o vi tirar os patins e correr na minha direção

-Sim, estou.—Dei as costas a ele pela segunda vez e fui para o meu carro.

(*)

-Começa logo a me interrogar como um criminoso, assim como você fez com o seu pai e sua melhor amiga e agora tá fazendo com o seu namorado.

-Vocês me acusam como se eu fosse a culpada, mas escutem bem—Olhei para  vidro onde eu sabia que Cloe estava—Eu não tenho porra de culpa alguma, não foi eu que coloquei o nome de vocês ali, não foi eu que acusei vocês, só estou fazendo o caralho do meu trabalho.—Harry riu

-Seu trabalho sempre em primeiro lugar.—Revirei os olhos

-Sei que estava comigo entre os dia 11 e 18 de Dezembro, sei que no dia 3 de Dezembro você já estava aqui, não foi você quem matou a Bárbara, não foi você que matou o Jorge, pelo amor de Deus, me responda onde você estava nos dias 20 e 22 de Novembro.

-No dia 20 de Novembro a noite eu estava falando com você no telefone sobre como foi o seu dia, no dia 22 de Dezembro a tarde estava treinando, ligue pra quem for pra saber. Mais alguma coisa?

-Se meu trabalho viesse em primeiro lugar, eu não teria passado quase toda a minha vida sem amar alguém para proteger as pessoas.—Eu disse em tom baixo e Harry se levantou

-Pois sinto em te dizer, Anna.—Ele caminhou até a porta—Você vai passar o resto dela sozinha.—Fechei os olhos e ouvi a porta bater.

A porta da sala de interrogação foi aberta, Ian sentou onde Harry estava e segurou minha mão a acariciando.

-Te conheço como ninguém e sei que a qualquer momento você vai desabar—Fechei os olhos balançando a cabeça afirmando

-Eu não sou a culpada, Ian, poderia ser o meu nome, poderia ser eles me interrogando, eu só fiz o meu trabalho, mas o problema todo é esse, não é?

-Anna, fica calma, todos sabemos que eles não são os culpados, tudo vai se resolver.

-E daí que tudo vai se resolver? Vou continuar sem a Cloe e sem o Harry—Soquei a mesa

-Aonde você vai?—Ian perguntou quando eu saí da sala

Sem me preocupar em responder ao Ian, entrei no elevador que fechou as portas antes que ele chegasse. Entrei na sala de Charlie onde ele conversava com Cloe e Harry, ignorando os dois, eu fui até a mesa de Charlie, peguei meu distintivo que estava pendurado na calça e coloquei em cima da mesa.

-Estou me demitindo—Disse depois de soltar um suspiro e os olhos de Charlie se arregalaram

-Anna, o que?—Ele perguntou incrédulo e eu ri em desgosto

-Vai ser impossível trabalhar aqui, a união não existe mais, se é que existiu—Eu ri sarcástica.

-Não venha colocar a culpa em nós, foi você que desconfiou da gente.

-Cloe, vai tomar no se cu!—Ela levantou do sofá e parou de frente pra mim—Não tenho medo de você—Eu ri—Pode ficar aí, falando o que quiser de mim, só fiz o que eu pude, o que estava ao meu alcance, se eu simplesmente dissesse que vocês são inocentes sem interroga-los, eu estaria acobertando, não poderia fazer isso, se estão aqui, sabem as regras.

Me virei para Charlie e entreguei o envelope para ele com um sorriso macabro no rosto.

-Estarei aqui amanhã com um advogado, pode colocar os dois para me interrogar.

Charlie abriu o envelope com os olhos arregalados, leu a parte em que mostrava os meus dados e no final da folha, a parte em que me incriminava por ter matado Bárbara Drins, ele me olhou confuso, nervoso, um misto de coisas em seus olhos.

-Anna,eu...—O calei

-Só estou mostrando que eu não acusei vocês porque eu quis, eu acabei de me colocar na forca junto com todos.

-Mas ela disse que só haviam cinco suspeitos—Charlie comentou

-Ela talvez achou que eu não me entregaria e não quis alertá-los, mas está aí.

-O que tá acontecendo?—Harry pegou o envelope da mão de Charlie e arregalou os olhos, logo o entregando para a Cloe que teve a mesma reação.

-Até amanhã—Saí da sala, corri até o meu carro, liguei o mesmo e fui em disparada até meu apartamento.

Thinking Out Loud (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora