U - UNIDOS

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Na manhã seguinte o mais velho acordou com o cheiro que há muito não sentia do café da manhã de seu namorado. Sorriu e foi até a cozinha vendo Kongpob colocando os pratos de panquecas americanas na mesa junto com seu leite rosa e um café gelado.
-Bom dia P'! _ o mais novo sorriu de lado_ acordou cedo...
-Bom dia... o cheiro está maravilhoso...
-Va se lavar e venha comer na...
Com um aceno de cabeça ele pegou a toalha e se dirigiu ao banheiro. Ao sair optou por ficar de box e vestiu uma blusa do moreno que ficava um pouco maior em si devido ao tamanho. Era sábado e seu único plano era ficar aninhado com Kongpob dentro de casa o resto do dia.
Antes que pudessem sentar à mesa ouviram uma batida. Arthit abriu a porta e chocou-se ao ver seu pai e sua mae parados diante de si. O júnior diminuiu o sorriso e se colocou ao lado de seu P' fazendo um breve wai para as visitas:
-Por, Mae... o que fazem aqui? _ questionou o filho enquanto eles entravam na pequena sala.
Arthit sentiu vergonha. Pela casa e por como estava em frente aos seus pais... era muito insinuante:
-Ainda não tirou isso da orelha? _ seu patriarca questionou o avaliando de cima abaixo_ por que está vestido de forma tão vulgar? E com esse fedelho!
-Por! Não fale assim do Kong! Ele não fez nada! Será que dá pra dizerem por que estão aqui?
-Você saiu correndo ontem filho pensamos que não estava bem..._ comentou a mãe_ bem eu pensei até que seu pai me disse que você já está comprometido? Como pode fazer isso Oon?
-Mae eu já estou fora de casa há anos é claro que eu ia me apaixonar...
-Viemos conhece-la. _ o pai finalizou.
-Hã?
-Você diz ser comprometido, mas nunca vimos nem ouvimos nada sobre essa garota. Viemos conhece-la.
Kongpob viu Arthit retesar os ombros e automaticamente depositou a mão ali. O sr. Rojnapat observou a mão do jovem e viu algo brilhante pairando ali.
-Então eu não ouvi errado. _ ele continuou_ você se tornou uma vagabunda! O dinheiro que lhe demos não foi suficiente?
-Que decepção... _ sua mãe disse entre lagrimas.
-E eu ainda tinha esperança de que pudesse fazer algo...
-Por me escute na..._ Arthit começou a murmurar.
-Não te mandei pra universidade pra se tornar uma prostituta Arthit! Com quantos você se deitou antes dele?!
-Você está errado! Nunca existiu outros Kong é o único e eu o amo! _ o filho gritou em desespero.
-Então? Ele é o culpado? Por suas escolhas?
-Sai! _ ele gritou novamente assustando os mais velhos_ saiam da nossa casa agora!
-Nossa casa? _ a mae repetiu desgostosa_ você realmente prefere dar as costas pra sua família Arthit?
-Minha família apoiaria minhas escolhas e não me manteria em cativeiro! Kongpob é minha família!
Se tivesse algo que continuaria falando não pode completar, pois a mão de seu pai fechou em seu rosto. Ainda atormentado o veterano sentiu o sangue escorrer no canto dos lábios e a força que imaginava ter se foi...
-É mesmo uma bonequinha..._ comentou o homem ao vê-lo chorar e armou o punho novamente.
O segundo golpe nunca chegou ao rosto de Arthit. O sr. Rojnapat viu Kongpob segurar seu pulso e o apertar consideravelmente forte:
-Se o senhor tocar mais uma vez em P'Arthit esquecerei o pouco respeito que ainda tenho e o tirarei daqui a força.
-Com quem você pensa que está falando seu depravado? _ a mulher gritou ousadamente.
O mais jovem nem se importou apenas agarrou seu faen o abraçando protetoramente. O sênior estava exausto... ele não reclamou ou se esquivou e se permitiu ficar ali na segurança dos braços de Kongpob enquanto chorava silenciosamente.
-Peço a vocês que saiam. _ o mais novo tornou a falar.
-Por..._ Arthit o chamou fungando_ na khap... eu não quero brigar com vocês...
-Arthit... _ sua mae começou_ por que fez isso com a gente?
-Mae... você sempre me disse que não se pode fugir do destino e se o meu destino não é o que vocês querem? E sim Kongpob...
O senhor não conseguia esconder a carranca, mas se seu filho não o ouvisse tentaria outras táticas:
-Seus pais sabem Nong. _ ele se direcionou ao júnior pela primeira vez.
O calouro ficou tenso, mas com o olhar feroz respondeu:
-Ainda não.
-Vocês dizem estar juntos há anos e nenhuma das famílias sabe? E vocês se dizem certos?
-Por é difícil pra ele... _ o veterano saiu dos braços de Kong e agora segurava sua mão_ ele não vem de uma família tradicional como nos, mas você conhece sua linhagem...
-Quem é pai dele?
-Khun Kekkrai Suttiluck.
O Sr. Rojnapat encarou novamente o mais novo com os olhos inchados. E respondeu novamente:
-Então fez isso por interesse Arthit?
-Pare de falar coisas assim... eu fui bem criado você sabe...
-Então está decidido. _ o homem mais velho falou.
-O que? _ questionou sua esposa.
-Ligue para os seus pais Nong. Vamos jantar juntos... já que fomos os primeiros a saber devemos estar presentes quando você confessar. Faz parte do nosso costume.
-Por o que está falando? Não pode forçar Kongpob a sair assim!
-Eu aceito khun. Aguarde um momento falarei com eles.
Kongpob afastou indo ate o quarto e voltando com o telefone enquanto discava o pai de Arthit fez um sinal para que ele colocasse no viva-voz. Do outro lado da linha sua mae atendeu:
-Kong!
-Mae...
-Está tudo bem querido? Você saiu de casa tão depressa...
-Sim... eu queria pedir algo...
-Claro! O que é?
-Eu estava pensando eu queria levar os pais de P'Arthit pra conhecer vocês... há algum problema?
-Isso é ótimo! Sempre quis conhecer esse amigo famoso e devo agradece-lo por buscar você no aeroporto ontem... venham sim vou fazer um banquete! Te amo filho...
-Também te amo mae...
Assim que desligou o telefone viu o olhar de satisfação no olhar do velho. Ele sabia qual era o plano, mas não deixaria nada se colocar em seu caminho.
-Perfeito. Vejo vocês a noite.
O homem puxou sua esposa que estava completamente confusa. O casal agora sozinho se jogara no sofá Arthit sentado no colo de Kongpob e aconchegado em seu peito recebendo um leve carinho nas costas.
-Khothot na Kong... _ o mais velho murmurou choroso.
-Então era por isso que estava daquele jeito ontem? _ depositou um beijo em sua testa.
-Eles queriam me casar... como eu poderia te deixar? Como eu viveria sem você Kong... eu precisava sentir que você está aqui de verdade...
-Nunca mais sairei do seu lado P'.
-O que você acha... que vai acontecer se seus pais forem contra nós?
-Eu os amo, mas se isso acontecer você é minha família Ai'Oon... somos um do outro.
-Não quero ficar entre você e sua família...
-P'Arthit khap. Estamos noivos eu não vou deixar você nunca.
-Espera aí? Estamos?
-Khap. A partir de agora e vou anunciar isso no jantar.
-Kong, mas...
-Você me ama?
-O que?
-Você me ama P'Arthit?
-Sim, mas...
-Não precisamos de mais nada. Somos adultos e estabilizados. Nem se quer precisamos da aprovação de nossos pais!
-Kongpob não podemos casar é proibido... a sua ideia é linda, mas...
-De fato aqui não. Mas existe um mundo imenso onde pessoas como nós vivem felizes e livres... elas escolhem o amor P'... vamos escolher também.
Arthit estava emocionado. Ele nunca imaginou que chegaria onde estava e o amor de Kongpob transbordava nele que quase o fazia se sentir especial. Digno. Beijou-o calmamente e sentiu seu lábio inferior ser arranhado e puxado levemente pelos dentes de seu Nong, ele podia cair só com essa ação. Sentiu uma pontada no lugar do golpe e se afastou sorrindo meio sem graça:
-Eu vou dar um jeito no meu rosto. Pode começar a procurar roupas para nós. Precisamos estar bem na...
Isso fez o calouro erguer-se rapidamente do sofá e seguir para o quarto onde finalmente sua expressão confiante se quebrou. O que tinha acabado de fazer? O que seus pais iam pensar? Não podia deixar o pânico tomar conta de si. Precisava proteger seu sol... ele não sabia mais o que seria dele sem seu veterano tímido e rabugento fez uma prece muda aos céus para que tudo desse certo e começou a pensar que não estava ansioso para ver os pais novamente.

Não existe eu se não existir vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora