Uma mãe para minha filha

Tchau, tchau, tio...

No navio Thousand Sunny, o clima era de comemoração e alegria, pois se tratava do aniversário de Shaia.

Todos tinham uma função na execução da pequena festa que aconteceria mais tarde, mas a principal ficava por conta de Vinsmoke Sanji, que levara sua aprendiz para um passeio, a fim de distraí-la, enquanto os demais membros da tripulação arrumavam o navio.

— Tio Sanji – a pequena chamou, olhando para o homem que caminhava ao seu lado, segurando sua mão.

— Sim, minha daminha? – perguntou, olhando-a.

— Por que estamos saindo sozinhos?

O loiro olhou-a, tentando elaborar uma resposta decente e que fizesse o mínimo sentido.

— É que… estamos procurando algo para a cozinha, sem contar que eles não precisam de nada da cidade.

— E o que é ?

— Fermento – respondeu, respirando aliviado por ter pensado rápido.

— Vamos fazer um bolo?

— Não exatamente… mas, caso precisemos fazer um bolo em algum momento, não teremos que sair para comprar e atrasar o bolo.

— Ah, entendi! – a menina assentiu, saltitando ao lado do Vinsmoke.

— Bom, hoje é seu aniversário, não é?

— Ah… – a loira parou, olhando para o cozinheiro, num misto de emoção e animação. — Você lembrou!

— Claro que eu lembrei. Como eu poderia me esquecer? – indagou, sorrindo para sua aprendiz.

— Isso me deixa feliz – ela disse, como se não fosse óbvio pela forma como seu rosto parecia resplandecer e pelos pulinhos que dava.

— Você é muito fofa, sabia?

— Talvez um pouquinho…

Após algum tempo andando, Sanji e Shaia chegaram à loja. O loiro olhou para a sua aprendiz:

— Irei pegar alguns pacotes de fermento. Pode esperar aqui?

— Claro, tio Sanji.

A pequena observou o loiro entrar, olhando atentamente ao seu redor, até que seus olhos se fixaram em uma pequena banca com revistas.

Atrás das inúmeras revistas e mangás, um senhor, com cerca de noventa anos, organizava-as, enquanto cantarolava. Era nítido o bom humor e a tranquilidade do homem. 

A menina olhou para a loja rapidamente, antes de caminhar alegremente em direção ao mais velho. Se aproximando, ela começou a reparar nos detalhes de sua aparência: ele tinha olhos escuros e cabelos grisalhos, com o tom claro se sobressaindo nas laterais.

Seu bigode bem aparado chamava a atenção, assim como a forma elegante de se vestir e os óculos escuros, que ainda permitiam ver seus olhos.

O senhor se virou, e, vendo a criança se aproximar, animada, endireitou sua postura e tirou o pó de sua roupa.

— Bom dia, mocinha. Como vai?

— Bem. E o senhor?

— Estou ótimo. Procura algo?

— Não. Só achei legal – a garota estreitou os olhos, olhando um dos mangás. — “Germa”...

— Esse te chamou atenção? – perguntou o senhor, se abaixando para ficar próximo da altura de Shaia.

A menina de cabelos dourados se lembrou de Sanji falando sobre sua família, mas tudo o que disse foi:

— Sim, parece legal.