De onde vêm os bebês?

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Uma intensa tempestade se formava ao redor do Thousand Sunny. Os relâmpagos iluminavam os céus e os trovões soavam como imensos tambores, o que significava que Jinbei não dormiria nessa noite, para impedir que o navio fosse engolido pelas ondas.

Enquanto isso, na cabine de Nami, Shaia se remexia na cama, assustada.

A menina murmurava, tentando se acalmar, o que fez a ruiva ao lado abrir os olhos, sonolenta.

— Shaia? Está tudo bem? — indagou Nami, bocejando e se sentando.

— U-uhum. — A menor assentiu, apertando os cobertores contra o peito.

— Parece com medo… — A navegadora se preocupou, fitando a cozinheira mirim.

— Não gosto de tempestades.

Nami deu um pequeno sorriso de canto, abrindo um espaço entre as cobertas, indagando:

— Quer… dormir comigo?

Uma resposta se fez desnecessária quando a pequena simplesmente correu de sua cama para a da mais velha, que sorriu, cobrindo Shaia de forma protetora, e beijou-a na testa.

— Está tudo bem, Shaia, está segura conosco. — A Chapéu de Palha abraçou a menor, esfregando seus braços, tentando confortá-la.

Nami lembrou-se de Bell-Mere, sua querida mãe, que a encontrara nos braços de Nojiko, em uma noite tempestuosa. Talvez tempestades trouxessem coisas boas também.

O silêncio se fez entre elas, a navegadora observava, atenta, como Shaia parecia mais calma agora. Faziam meses desde que ela estava ali, trazendo à ex-ladra a sensação de que conhecia a garota desde sempre. Sentia que tinha uma conexão com ela, nada menos do que o esperado, já que era a figura feminina mais presente na vida da aprendiz.

— Tia Nami… — A loira chamou, quase num sussurro.

— O que foi, meu anjinho? 

— Ela não vai voltar, né?

Os olhos castanhos encontraram com as orbes de íris violeta, que marcavam a tristeza da pequena.

— Quem? — questionou, franzindo o cenho, acariciando o rosto da menina.

— Minha mãe.

— Infelizmente não… — respondeu, abaixando a cabeça com pesar, sabendo que a garota sentia falta da mãe, uma dor que Nami bem conhecia.

— Onde ela está... pode me ver? — Ergueu os olhos, como se conseguisse imaginar sua mãe, Brandy, olhando para ela sobre as nuvens.

— Claro que sim, ela sempre poderá te ver. — Nami a consolou, vendo-a se aconchegar mais junto a si.

— Será que ela está decepcionada comigo? — Shaia soltou repentinamente, com os lábios tremendo, chorosa.

— Que?! Por que ela estaria?!

— Porque eu tenho uma família nova agora. E se ela se sentir... Trocada?

A navegadora encarou a mais nova por alguns momentos, sem saber bem o que dizer.

— Shaia…

— Sim, tia Nami?

— Você a conhece bem o suficiente pra poder se responder... Por que ela se sentiria trocada pela filhinha dela estar feliz? — Nami deu a ela um sorriso reconfortante, tocando-lhe o nariz.

— Tem razão. Ela deve estar feliz por mim.

A ruiva beijou a bochecha de Shaia, apertando mais o abraço, e garantiu:

Uma mãe para minha filhaOnde histórias criam vida. Descubra agora