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 Abaixei até a altura da mesma falando:

__O que está fazendo aí, pobre criança?

__Você veio aqui para zombar mais ainda de mim. _Disse ela apertando mais ainda sua perna.

__Claro que não, nunca faria uma coisa dessas. _Tentei falar o mais baixo possível. _ Eu quero te ajudar. _ Olhei em seus pequenos olhos cor de mel

Estava farta de ver pessoas inocentes morrer. Isso é um dos motivos por eu querer largar todas as minha obrigações de princesa, e viver para ser livre, fora dos padrões impostos.

__Essa bruxa está te incomodando, majestade? _Falou um dos cavaleiros, batendo a sua espada na cela.

 Dei um pulo para trás, assustada.

__De modo algum, não precisa bater com tal brutalidade. _Falei me referindo a espada.

__Perdão, majestade.

Assenti.

__Olha menininha, eu vou tentar te tirar daí, você sabe onde eles guardam a chave? _ Cochichei na tentativa de ninguém ouvir.

__Em um prego, atrás da porta. ­_ Apontou o dedo. _Mas não quero ninguém se encrencando por causa de mim. _ Disse gentilmente.

Mal sabia ela que eu, naquele momento, seria capaz de tudo, só para libertá-la.

__Não se preocupe comigo. _ Olhei para os seus olhos totalmente amedrontados. _Qual é o seu nome?

__Catarina, e o seu?

__Pode me chamar de Lina. _Dei um sorriso tentando passar esperança.

Se o padre ver esse pequeno raio de luz, com certeza vai fazer muito mal a ela. Ela é encantadora.

Estou cansada de ver ele matando meninas como Catarina. Eu lutarei para isso mudar, ajudarei todas que eu puder.

Mas eu sozinha sou ineficiente. Porém não agora, e não para a Catarina.

__Eu vou pegar a chave, daqui a pouco quando os guardas tiverem trocando de turno, eu volto para te liberta.

Agora como eu vou pegar um molho com umas 15 chaves sem que ninguém perceba?

Tinha algumas celas, e os dois guardas vigiando, não era muitos isso é um ponto positivo, mas eu era a única mulher circulando entre eles, e a princesa.

Os olhares que eles tinham sobre mim. Eu absolutamente, odeio ter essa sensação, sei que isso não é normal. Eu estava desconfortável ali.

Mas iria ajudar aquela pobre garota. Não merecemos passar por isso.

O molho todos, eles iriam sentir falta, agora só uma chave, pode ser que não sinta.

O lugar era de pouca iluminação, tinha cinco tochas apenas iluminando. Preciso de coragem.

Eu tinha que salvar aquela pobre alma, de um destino infeliz.

Sai em direção a porta secreta que dava para parte superior do castelo. Fechei a mesma. Tirei meu vestido, ficando apenas com as minhas roupas de baixo. Imagina se alguém me ver assim. O vestido chamava muita atenção. Os cabelos longos também, amarrei o mesmo em um coque.

Abri uma brecha da porta, e por ela passei. Nunca havia feito um ato assim de rebeldia. Meu coração estava disparado, fui em direção ao molho de chaves e o peguei escondendo entre o resto das minhas roupas. A minha sorte era que os guardas estavam distraídos conversando entre si.

 Corri de volta para porta. Cada chave tinha o número correspondente da cela. Tirei a da cela em que a Catarina estava.

Coloquei o meu vestido de volta, subindo todas aquelas escadas, que era exatamente 100 degraus pequenos e altos.

Onde ela iria depois que eu a libertasse?

Fui em direção ao meu aposento. Rezando para que nem o rei, nem a rainha me visse. Que ninguém que fosse me interromper me visse.

No caminho vi Letícia e Sofia. Elas passam por mim com total silencio.

Com certeza meu pai ia notar a minha falta na capela hoje.

Não me sentia bem naquele lugar.

Não que eu não acreditasse em Deus. Só não acreditava nesse Deus que eles havia criado. Devemos nos prender só a nós mesmos em primeiro lugar. Deus é importante nas nossas vidas, mas não fará nada para nos ajudar.

Não posso acreditar que ele como é retratado. A igreja faz tanta coisa de impiedosa, acabam com as vidas daqueles que não se submissa totalmente a eles.

Eles são os únicos que merecem ser castigados, não doces meninas.

Eu acredito que Deus seja solidariedade, e em primeiro lugar, amor.

Peguei uma capa toda bordada por um longo tecido branco, dava para tampar perfeitamente o rosto lindo de Catarina. E algumas moedas, o suficiente para ela recomeçar a vida, longe daqui. Talvez tivesse alguma chance de encontrar a sua felicidade.

Aquelas moedas iriam me servir muito, para quando eu decidisse que era a hora de partir. Eu havia juntado elas a anos. E depois dessa que eu fiz, sinceramente quero ir embora de tudo isso.

Mas ela precisa delas do que eu.

Desci as escadas que dava em direção ao grande salão, torcendo para a Helena não me visse. Ela ia me fazer trocar de roupa para o jantar.

Eu só pensava em ajudar a menina. E era só isso que me importava.

__Lina, por onde esteve? Porque não apareceu na capela filha? _ Meu pai apareceu do nada, ele era a última pessoa que eu gostaria de ver.

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