.IV

11 6 0
                                    

Saudei a rainha, que não parava de me encarar, com aqueles olhos cheios de ódios.

__Algum problema Kate? _ Perguntei sentando na mesa. Pode ser considerado falta de educação, mas já não aguentava mais ela me olhar daquele jeito.

__Só com a sua petulância, Carolina. _ Me encarou.

__Você é a que dá mais desgosto para o seu pai, não deveria ser a favorita dele.

__E você deveria ser uma mãe para mim. _ Disse respondendo com o mesmo tom, e também a encarando.

__O seu problema é que você se acha muito, não sou uma mãe para você, e nunca serei. E não ouse falar assim comigo, eu ainda sou a rainha. _ Falou aumentando o tom da sua voz.

 Eu quem me acho muito?

Passei anos trancada aqui com ela, sendo vítima de todos os seus caprichos.

__Eu não ameaço perigo nenhum para você, rainha, ou ameaço? _ Dei um sorriso, olhando para a Letícia e a Sofia.

Elas nunca tiveram a chance de me conhecer, por causa da Kate.

__Acho melhor você começar a rever seus conceitos, e o jeito que você dirige ele para mim. Você está com o demônio no corpo, para se exaltar desse jeito com uma rainha?

__Eu não sei o que te preocupa, Kate, tem medo de eu me tornar igual a minha mãe e todos me amarem assim como amou ela?

Ela deu um sorriso no canto da boca, e disse:

__Eu não preciso que amem, prefiro que me temam.

__Eu não temo você, e nunca temerei. _ Me levantei caminhando até a porta.

Mas meu pai chegou bem na hora da minha saída, me olhando com aqueles olhos que a resposta encontrada é explícita.

Voltei ao meu lugar enquanto todos saúdam a ele.

Eu via a escuridão em Kate, era o próprio mal em forma de pessoa.

Seus olhos e a sua alma fazia questão de mostrar isso. Até às suas atitudes.

__Filha, está tudo bem? _ Perguntou meu pai sentando na mesa.

Olhei em seus olhos e falei:

__Desculpa pai, eu não consigo. _ escorreu uma lágrima._Se nem a minha mãe conseguiu, quem dirá eu.

Sai da mesa subindo em direção ao quarto.

 Roubei uma adaga que estava em uma mesa no corredor. Se eu for embora, preciso estar preparada.

 Sentei na cama, olhando a janela que dava para a vista para imensidão de azul claro, que exaltava na janela.

 A cor da água do mar, com a cor do céu.

 Realmente parecia que aquilo havia sido desenhado por alguém.

 E o meu sentimento de tristeza, logo havia sido tomado pelo sentimento de esperança.

 Havia esperança para mim ainda, eu queria acreditar nisso.

 Mas estava lá fora.

 Como eu me sinto tão insignificante, olhando para esse mar e esse céu. Era tudo tão grande comparado a mim.

__Lina, não desrespeite a sua rainha de novo. _ Falou meu pai entrando no quarto.

__Eu só disse no mesmo tom que ela havia me falado. _Encarei o mesmo. Ele se sentia triste em me olhar._Desculpa, eu sei que sou um desastre papai.É que eu não nasci na época correta.

O Nosso céuOnde histórias criam vida. Descubra agora