13• I can feel your lies

45 1 1
                                    

Os saltos apertados nos pés de Bella estavam incomodando como nunca antes, fazendo-a sentir seus dedos sendo esmagados pelo bico fino do sapato. A meia calça fina desconfortável ajudava pelo menos Stanley a não se sentir tão exposta pela saia colada social com uma fenda em uma das pernas. O terninho e a camisa branca que Tony revirou nas coisas de Pepper serviram perfeitamente, mas, nem que lhe pagassem, Isabella usaria essas roupas novamente. O salto fazia barulho no chão branco e limpo do Triskelion, e os olhares para a mulher não foram nem um pouco poupados. Cochichos e olhares tortos vinham de toda direção, mas ela sabia exatamente o por que. Quando o agente Morgan foi declarado oficialmente morto, seu sobrenome não foi divulgado. Porém, dias depois, durante um dia qualquer de arquivamento de documentos, fora descoberto que a única filha de Morgan Stanley era uma aprimorada. A notícia, de um agente conhecido e respeitado por todos por ser um dos vários braços direitos do diretor, fora espalhada rapidamente e durante duas semanas Isabella não conseguia respirar devido às milhões de mensagens que diziam que ela era uma aberração. Entretanto, algumas mensagem de pêsames foram recebidas também. E era exatamente por isso que aqueles olhares a estavam incomodando mais do que gostaria.

Caminhando até o elevador e mantendo uma postura reta a inabalável, Stanley entra no pequeno espaço e aperta o botão do último andar. Segundos depois, no 3° andar, entra uma das únicas pessoas que Isabella não gostaria de encontrar: Runlow.
- Ora, ora - ele começa, assim que pôs os olhos em Bella. O agente era famoso por ser extremamente inconveniente e muito, muito babaca quando queria ser. O pai de Isabella sempre chegava em casa reclamando do mesmo, contando o quão desagradável ele conseguia ser. Não era a toa que só por estar com a presença dele, Stanley queria eletrizar seus neurônios.
- Isabella Stanley. De verdade, nunca achei que a conheceria. - ele estende a mão. Hesitante, Stanley estende de volta, e assiste Runlow levar sua mão até a boca e a beijar. Enojada, a mulher recolhe a mão rapidamente. Por Deus, como ela gostaria de não estar sozinha com ele naquele elevador.
- Ficou sabendo da nova? O diretor está escalando esquisitões para o cargo de estagiários. Não é muita coisa, e era pra ser segredo, mas acho que pra você já da pro gasto pra se sustentar - ele diz, sorrindo entre as falas. O sangue fervia pelas veias da mulher, que apertou os arquivos e documentos que segurava com força. Não queria causar uma confusão e denunciar ainda mais sua presença ali, porém Runlow estava pedindo pra ela chegar no nível dele. Mas ela não chegaria.
- Eu não soube. Obrigada pela informação na qual eu não havia perguntado, Runlow. É muito gentil da sua parte. - ela sorri amarelo, enquanto ele dá uma risada baixa. Era incrível como o elevador estava demorando tanto para subir até o andar no qual ele iria descer.
- Notícias importantes chegam apenas em pessoas importantes, não é? - ele diz, e um silêncio paira no ar. A audácia e o quão desagradável o homem conseguia ser não impressionava nem um pouco Stanley. Ela já havia conhecido piores.

- O que veio fazer aqui? Acho que nunca te vi por esses lados... - ele ainda tenta puxar assunto, enquanto Isabella apenas se esquivava.
- Tenho uma reunião com o diretor. Tenho assuntos pendentes com ele. - ela diz, tentando não falar muito para a pessoa errada.
- Achei que o diretor não estava recebendo ninguém desde maio. Tem certeza? - ele pergunta no modo mais debochado possível. Isabella bufa alto e não esconde sua paciência claramente se esgotando.
- O diretor aceitou a minha vinda. Eu soube que ele aceita apenas quem lhe convém. Deve ser por isso que nunca mais o visitou, Runlow - ela sorri, vendo a porta do elevador se abrir e o andar do agente finalmente chegar.
- Aliás... Notícias importantes chegam apenas pessoas importantes. - ela termina, assistindo o agente dar uma risada fraca e sair do recinto. As portas se fecharam e Stanley sentiu o ar voltar para os pulmões novamente. Precisaria se encontrar com Banner e ter algumas aulas sobre controle de nervos. Estava prestes a socar a cara do homem ali mesmo. Depois de alguns minutos, a porta do 13° andar se abriu. Olhando para o corredor extenso, Stanley caminha até o agente e informa seu nome, dizendo que Stark a mandou ali no lugar dele. Não podia acreditar. Estava prestes a ficar cara a cara com o homem que traiu seu pai. Prestes a enfrentá-lo. A grande porta se abriu, dando vista a uma sala extensa com grandes janelas de vidro, e, ao encarar a grande mesa, Stanley viu um homem sentado ao centro dela. Um homem no quão não era Nick Fury.
- Você não me parece nem um pouco com o Stark, Coulson. - ele começa, cruzando os braços e encarando a mulher. Alexandre Pierce encarava Isabella como se soubesse de todos os seus pecados. Ótimo, ela pensou. Estava prestes a ser presa. E pior: pelo homem que era um ídolo pro seu pai. Era muita decepção para um dia só. Pierce costumava ser gentil e amigável com todos, mas seu pai sempre a lembrava que ele odiava mentiras.

Energy Onde histórias criam vida. Descubra agora