9• Invasion

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Era plena madrugada na torre Stark e Bella ainda não havia pregado os olhos. Na cabeça, a discussão com um tal soldado mais cedo estava bem fresca em sua memória. Apesar de não ter gostado nem um pouco do tom do soldado lhe repreendendo como se fosse uma criança, sabia que no fundo havia se comportado como uma. Sabia que o soldado não iria falar com ela de tal forma se não tivesse sido tão burra. Seu pai costumava dizer que Bella fazia absolutamente tudo que vinha em sua cabeça sem pensar duas vezes. E era óbvio que depois dos acontecimentos recentes envolvendo a sua morte, as coisas ficaram ainda mais complexas.

No próprio quarto, Rogers ensaiava uma maneira de pedir desculpas a mulher por ter sido tão duro. No fim, ainda a convenceu que o que estava prestes a fazer era um convite pra morrer. O soldado não estava acostumado com pessoas o contrariando daquela forma tão aberta. Entretanto, Steve sabia que precisava fazer algo. Estava a menos de dois anos na S.H.I.E.L.D. e nunca havia ouvido falar sobre esse tal de Soldado Invernal. Histórias sobre alguém com uma reputação tão ruim deveriam ser comentadas pelos corredores, não? Rogers ainda tinha a sensação que Fury o escondia algo. Não algo como gigantes aero porta-aviões. Algo como um assassino em série que matou não só um, mas vários de seus agentes. Morgan Stanley não morreu por acaso. A sensação de que Fury escondeu mais coisas de Bella que o mesmo podia imaginar o enfurecia por dentro. A mania do homem de segredos o tirava do sério, principalmente sobre a morte de alguém para algum parente tão próximo como sua filha.

Dentro dos seus aposentos, Isabella brincava com leves descargas elétricas dançando entre seus dedos quando sentiu os pelos de seu braço se arrepiarem. Seus sentidos automaticamente se tornaram defensivos. Não defensivos como se ouvissem alguém se levantando para pegar água na cozinha. Defensivos como se detectassem perigo. Se inclinando para se sentar na cama, passos eram sentidos dentro de sua cabeça, quase que como se estivessem dentro do seus próprio quarto. Inquieta, se levantou da cama e foi até a porta de seu quarto, com passos leves. Levando a mão lentamente a maçaneta, sentiu uma presença a pouquíssimos centímetro de si. Alguém atrás de sua porta. Em um ato rápido, Stanley abre a porta pronta para atacar o que quer que seja, levando um susto quando viu Steve, parado a sua frente com um dos dedos levados a boca indicando a ela para fazer silêncio. Quando ia exclamar um palavrão, o soldado entra num só movimento em seu quarto, tampando sua boca com a mão e não só fechando a porta como a trancando silenciosamente.

- Mas que porra, Rogers. Você quer me matar do coração? Ou isso é um tipo de piada? - Bella exclama em indignação, observando o comportamento atípico do soldado, que ia até suas cortinas entreabertas e as fechando. Só podia ser brincadeira.
- Quer fazer o favor de falar mais baixo? - ele a responde, indo até a cama da mulher e tateando abaixo da mesma, tirando dali uma arma, fazendo Bella o olhar completamente confusa. Bella sabia o que era uma arma e já havia tocado em uma, óbvio. Mas tinha uma embaixo de sua própria cama. Que tipo de pessoas escondem esse tipo de coisa de alguém?
- Eu ouvi passos, Rogers! Não eram apenas seus. Eu estava pronta pra te atacar, poderia ter te machucado! Olha, se não me falar o que esta acontecendo eu juro que... - o soldado não a deixou terminar.
- Invadiram o prédio. Nove a doze homens, estão armados e com equipamentos anti-som. Apenas eu e você conseguimos ouvir. Precisa ficar junto comigo. O resto da equipe segue em seus quartos e nem desconfiam o que esta acontecendo. - ele explica calmamente, mandando um aviso do próprio aparelho celular para Tony, enquanto fazia a mulher entender a gravidade da situação. Quer dizer, quem ou o que consegue invadir uma propriedade ultra protegida sem fazer nem ao menos um som audível para pessoas normais?
- Me lembre de perguntar mais tarde o que uma pistola fazia embaixo da minha cama. E são quinze. - ela o corrige, e ele a olha como "não me diga que quer competir agora, não é ?". Bella revezava o olhar para o loiro e para a arma em suas mãos, que agora era esticada para si mesma.
- Rogers. - ela começa, hesitante. Estava frágil. Os últimos acontecimentos ainda a apavoravam. Era com algo parecido que haviam executado o seu pai, bem na sua frente horas atrás. Não sabia se iria conseguir tocar em uma tão cedo. Mas não iria transparecer isso para ninguém, pois ninguém mais do que ela sabia o quão odiava se sentir frágil, fraca ou indefesa.
- Sabe usar, não sabe? - o loiro  a questiona, percebendo segundos depois o por quê da mulher não pegar a arma de imediato de sua mão. Sua expressão muda de hesitante para decidida assim que pega a pistola da mão do soldado, checando se está carregada e puxando o ferrolho sobre o cano para trás para carregar o cartucho na câmara de disparo.

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