Capítulo 16

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POV. Laura

Acordei com o cheirinho do café sendo passado pela minha mãe e de repente me bateu um saudade de casa, estranho como sofremos para nós adaptar fora da casa dos nossos pais, nos primeiros meses e agora passado alguns anos a história se repete só que ao contrário, levantei olhei para o celular na esperança de ter alguma notificação dele na tela, mas nada! Parei pra pensar tá cedo Laura ele deve tá dormindo, nem gosta de uma cama...comecei a rir de mim mesma.
Me dirigi ao banheiro pois meu cabelo estava horrível, liguei o chuveiro coloquei minha playlist costumeira e me permiti a fugir para meu mundinho cor de rosa.
Fui tirada minutos depois do meu transe pela minha mãe batendo na porta.

-Laura, não demora muito filha o café tá na mesa, tem pão quentinho da venda da dona Inácia, aquele que tu gosta tanto!

- Já vou mãe! Falei balançando a cabeça lembrando das brigas minha e do Eduardo pela última fatia de pão.

Sai do banho, me enxuguei o mais rápido que pude, coloquei um shorts e um cropped e minhas rasteirinhas, pois estava muito quente.

No que meu pai me avistou chegando a mesa em que ele já estava sentado, com o bom humor de sempre me perguntou.

- Laura, você sabe o porquê deste jantar, estive pensando não há ninguém de aniversário?

- Pai, tenho algo pra lhe falar! Falei sentando ao seu lado, notei que ele me observava esperando o restante da minha fala.

- Bom! Respirei fundo, pois como é difícil mesmo sendo adulta encarar nosso próprio pai.

- Eu e o Marcelo estamos namorando é isso! Falei o mais rápido que consegui, me senti como uma criança que admitiu uma travessura.

- Sério?! Falou ele recostando-se na cadeira, parecendo surpreso pelo que eu tinha dito.

- Dulce! Vem cá tá sabendo da novidade?!

-Ah, da Laura e do Marcelo? Sim! Falou ela trazendo o açucareiro pra mesa.

-Como assim? Falou meu pai indignado.

- Eu vi eles se beijando na área no dia que chegaram, tua filha que pediu pra mim não dizer nada! Falou apontando pra mim que naquela altura estava com a boca cheia de pão.
Levantei as mãos em rendição.

- Só pra avisar, a idéia era falar de cara, mas o Marcelo quer fazer tudo certinho e esse jantar é pra isso, mas pra deixar claro é ideia Marcelo!

-Tá certo, gostei da atitude dele,saiba minha filha faço muito gosto! Marcelo é um menino de ouro.

Terminamos de tomar café, ajudei minha mãe a colocar as coisas na pia.

- Filha vai pra mãe lá na Banca da Dona Zezé, quero uns abacaxis pra fazer uma sobremesa, não gosto de chegar na casa dos outros de mãos vazias.

- vou sim mãe, quantos? Falei imaginando o quanto hoje vivemos em mundos diferente, mas não nego que sinto falta dessa maneira simples que vivemos no interior.

- Se for pequeno uns três, senão dois dá?!

- Mãe! Como vou saber o que é pequeno ou não? Falei rindo, pois ela nem sequer deu a mínima pra minha pergunta.

- Ein, a minha bicicleta tá aí ainda ou já venderam?!

- Tá lá atrás no galpão, teu pai arrumou ela todinha esses dias.

- Legal, vou ver se ainda sei andar. Falei pegando a bolsinha em cima da geladeira, hábitos da minha mãe que amo, para não precisar mexer com dinheiro graúdo ela tem sempre trocados para compras do dia a dia, muito carreguei essa bolsinha pra cima e para baixo.
Cheguei no galpão lá estava minha bicicleta rosa pink que ganhei aos 15 anos, que se definitivamente se podesse falar, tinha muita história para contar.
Abri o portão e sai pedalando, a sensação do vento no rosto, me fez ser transportada para anos atrás e não nego por instantes me senti nostálgica do quanto minha vida tinha tomado outro rumo e o quanto estava feliz.
Fui tirada do meu transe por um assobio familiar, pois nem tinha percebido estava passando em frente da casa de Marcelo que lavava seu carro na calçada.

Um Amor Em ConstruçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora