POV. Laura
Acordei com o cheirinho do café sendo passado pela minha mãe e de repente me bateu um saudade de casa, estranho como sofremos para nós adaptar fora da casa dos nossos pais, nos primeiros meses e agora passado alguns anos a história se repete só que ao contrário, levantei olhei para o celular na esperança de ter alguma notificação dele na tela, mas nada! Parei pra pensar tá cedo Laura ele deve tá dormindo, nem gosta de uma cama...comecei a rir de mim mesma.
Me dirigi ao banheiro pois meu cabelo estava horrível, liguei o chuveiro coloquei minha playlist costumeira e me permiti a fugir para meu mundinho cor de rosa.
Fui tirada minutos depois do meu transe pela minha mãe batendo na porta.-Laura, não demora muito filha o café tá na mesa, tem pão quentinho da venda da dona Inácia, aquele que tu gosta tanto!
- Já vou mãe! Falei balançando a cabeça lembrando das brigas minha e do Eduardo pela última fatia de pão.
Sai do banho, me enxuguei o mais rápido que pude, coloquei um shorts e um cropped e minhas rasteirinhas, pois estava muito quente.
No que meu pai me avistou chegando a mesa em que ele já estava sentado, com o bom humor de sempre me perguntou.
- Laura, você sabe o porquê deste jantar, estive pensando não há ninguém de aniversário?
- Pai, tenho algo pra lhe falar! Falei sentando ao seu lado, notei que ele me observava esperando o restante da minha fala.
- Bom! Respirei fundo, pois como é difícil mesmo sendo adulta encarar nosso próprio pai.
- Eu e o Marcelo estamos namorando é isso! Falei o mais rápido que consegui, me senti como uma criança que admitiu uma travessura.
- Sério?! Falou ele recostando-se na cadeira, parecendo surpreso pelo que eu tinha dito.
- Dulce! Vem cá tá sabendo da novidade?!
-Ah, da Laura e do Marcelo? Sim! Falou ela trazendo o açucareiro pra mesa.
-Como assim? Falou meu pai indignado.
- Eu vi eles se beijando na área no dia que chegaram, tua filha que pediu pra mim não dizer nada! Falou apontando pra mim que naquela altura estava com a boca cheia de pão.
Levantei as mãos em rendição.- Só pra avisar, a idéia era falar de cara, mas o Marcelo quer fazer tudo certinho e esse jantar é pra isso, mas pra deixar claro é ideia Marcelo!
-Tá certo, gostei da atitude dele,saiba minha filha faço muito gosto! Marcelo é um menino de ouro.
Terminamos de tomar café, ajudei minha mãe a colocar as coisas na pia.
- Filha vai pra mãe lá na Banca da Dona Zezé, quero uns abacaxis pra fazer uma sobremesa, não gosto de chegar na casa dos outros de mãos vazias.
- vou sim mãe, quantos? Falei imaginando o quanto hoje vivemos em mundos diferente, mas não nego que sinto falta dessa maneira simples que vivemos no interior.
- Se for pequeno uns três, senão dois dá?!
- Mãe! Como vou saber o que é pequeno ou não? Falei rindo, pois ela nem sequer deu a mínima pra minha pergunta.
- Ein, a minha bicicleta tá aí ainda ou já venderam?!
- Tá lá atrás no galpão, teu pai arrumou ela todinha esses dias.
- Legal, vou ver se ainda sei andar. Falei pegando a bolsinha em cima da geladeira, hábitos da minha mãe que amo, para não precisar mexer com dinheiro graúdo ela tem sempre trocados para compras do dia a dia, muito carreguei essa bolsinha pra cima e para baixo.
Cheguei no galpão lá estava minha bicicleta rosa pink que ganhei aos 15 anos, que se definitivamente se podesse falar, tinha muita história para contar.
Abri o portão e sai pedalando, a sensação do vento no rosto, me fez ser transportada para anos atrás e não nego por instantes me senti nostálgica do quanto minha vida tinha tomado outro rumo e o quanto estava feliz.
Fui tirada do meu transe por um assobio familiar, pois nem tinha percebido estava passando em frente da casa de Marcelo que lavava seu carro na calçada.
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Um Amor Em Construção
RomanceLaura e Marcelo amigos desde de sempre, dividindo um apartamento a cinco anos, alunos em uma universidade da capital, descobrem no meio do percusso um sentimento, muitas sensações ou somente carência da solidão e das decepções vividas durante esse t...