Capítulo 5

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POV. Laura

Na manhã seguinte, primeira coisa que vejo ao abrir os meus olhos é o tal envelope, que pelo entendi palavras ditas pelo senhorzinho ter as respostas dos sentimentos do meu coração. Percebendo o imenso absurdo que estava refletindo naquele momento, levantei da cama na esperança de que esse delírio momentâneo se dissipa-se da minha cabeça. Sempre fui muito curiosa, peguei o envelope na mão, mas naquele momento não tive coragem de abrir e ler.
Fui ao banheiro fazer minha higiene matinal, sem pressa pois como era sábado não tínhamos nenhum compromisso com os estudos, escovei os dentes, escolhi uma roupa confortável, mas bonita. Sei lá depois daquela noite tenho cuidado mais da minha aparência. Fiz um rabo de cavalo, coloquei um tênis confortável, um calça que definia bem o meu corpo e uma blusa que tinha uma certa transparência. Me olhei no espelho e gostei do que vi, sai do quarto, notei que o apartamento estava em silêncio, já passava das 9 horas da manhã fui até o quarto do Marcelo, a porta estava entreaberta, mas ele já tinha levantado.
- Oxi, aonde terá ido ele tão cedo, sem me avisar?
Balançando a cabeça pela curiosidade fui até a cozinha preparar o café, pois já tinha notado que não estava em casa mesmo.

POV. Marcelo

Eram mais ou menos 7 horas da manhã, quando acordei e não consegui mais dormir, meu primeiro impulso era ir até o quarto de Laura , mas hoje era sábado dia em que podíamos nos esbaldar na preguiça, não seria justo com ela, sei o quanto essa semana foi desgastante na universidade e o sonho que tive com ela essa noite também não me deixava confortável para estar próximo dela em momento tão íntimo. Então levantei tentando esquecer o que tinha sonhado e fui até o banheiro fazer minha higiene matinal, joguei um pouco de água fria na cara, pois precisava esfriar os ânimos. Resolvi colocar um calção folgado,uma regata branca e meus velhos e esquecidos tênis de corrida, fazia tempo que não corria, preguiça, compromissos mas hoje era prioridade pra mim, precisava liberar tanta adrenalina, extravasar de alguma maneira aquela eletricidade que estava em meu corpo desde o dia que estive com Laura.
Peguei meu fone de ouvido, sai do apartamento sem sequer avisar ela, estava dormindo e sinceramente precisa desse tempo sozinho.
Enquanto corria, notei que não perdi muito do meu condicionamento, mas minha cabeça estava longe, entre o término com Marco, que ainda me machuca pelo fato de ter sido feito de bobo, pois sei que o que tinhamos já estava desgastado, mas era cômodo, pelo menos pra mim estar com ele. E o que estava surgindo entre eu e Laura que eu sinceramente não conseguia administrar... Pensei no sonho... Que sonho!!! Como iria encara-la quando chegasse em casa? Com certeza algo mudou é como se eu a visse com outros olhos e por mais que eu me esforçasse a vê-la como antes não conseguia. Já tinha corrido uns 5km quando parei sentei no canto da praça, tomei um gole de água da garrafinha que trouxe comigo e do nada me veio a mente a frase que tirei no realejo ontem.
"O que prevemos,raramente ocorre.
O que menos esperamos geralmente acontece."
Não sou uma pessoa mística ou supersticiosa e sei que pra vender seu produto o senhor teve que apelar para o meu lado curioso e que provavelmente suas frases são tiradas de pesquisas da internet, mas não nego que essa frase mexeu comigo e que a maneira que ele me abordou chamou de fato minha atenção. Suspirei, respirei fundo, fiz alguns alongamentos e voltei a correr de volta pra casa.

POV. Laura

Já tinha colocado a mesa, me correu água da boca ao lembrar dos croissant da Dona Nona, como eu estava arrumada e a padaria dela ficava a poucas quadras do apartamento fui lá buscar.
Chegando lá, pedi dois doces e dois salgados e uma fatia enorme de torta holandesa a favorita do Marcelo, paguei sai da padaria, amo a maneira que eles embalam seus produtos e a sacolinha de papel da um charme todo especial.
Estava a uma quadra de casa quando escuto a voz do Marcelo gritando atrás de mim.

- Laura, Laura espera.

Olhei pra trás assustada, quando vi Marcelo correndo, já o vi várias vezes usando essa roupa de corrida, mas era como se eu tivesse vendo ele pela primeira vez, nunca tinha notado o quanto aquele calção definia suas pernas e será que a regata encolheu? pois deixava a mostra todo seu peitoral que era definido por natureza.
Fui tirada desse transe erótico, quando senti sua mão suada em meu ombro. Ele estava ofegante a ponto de colocar as mãos sobre as pernas e com um sinal pedir um minuto.

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