E à flor da pele existe um adeus difícil de esquecer

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A pele é o maior órgão do corpo humano, já que o recobre.
A pele possui um sistema sensorial extremamente apurado possuindo desde receptores de dor a receptores de toques mais suaves que geram arrepios.
Sendo assim, sua pele é seu lar. Cada toque deferido a ela é íntimo, é pessoal.
Provoca diferentes reações e sensações.

Ficaram assim durante um tempo seus corpos encaixados. Nada interferia no contato direto entre suas peles. Estavam confortáveis como a tempos não sentiam-se.
Falavam sobre seus amigos, riam do passado, contavam como sentiram falta um do outro.

Mia: "Eu estava tão louca que um dia achei ter te visto na porta da minha universidade." - riu.

Miguel: "Então, eu estive mesmo na porta da sua faculdade, mas achei que você não tivesse me visto." - gargalhou constrangido.

Mia: "Como assim e porque não falou comigo Miguel?" - Falou virando-se e lhe conferindo um leve tapa no rosto que o fez rir. Depois manteve seu olhar fixo nele ansiando por uma resposta.

Miguel: "Olha, Mia, eu estava com medo de você me rejeitar e além disso - deu uma pausa tentando achar as palavras. Tentando conter a dor que lhe trazia falar sobre esse assunto. - me ligaram para avisar que a minha… mãe tinha… tinha morrido. Então eu fui pra Monterrey." - seus esforços para não demonstrar sua dor não foram tão eficientes, já que seus olhos se encheram de água.

Ela acariciou o rosto dele e olhou em seus olhos.

Mia: "Foi nesse dia, Miguel? Eu queria tanto ter estado com você. Me perdoe!" - lamentou com os olhos também marejados.

Ele segurou a mão dela em seu rosto e a acariciou.

Miguel: "Não foi sua culpa, meu amor. Eu deveria ter feito tudo diferente com você. Mas de uma coisa eu não me arrependo, ou melhor de duas." - disse, abrindo seu sorriso brincalhão.

Mia: "Do que? Do que você não se arrepende?"

Ele a puxou mais para perto de seu rosto.

Miguel: "Primeiro não me arrependo de ter conhecido e de amar você - depositou o dedo indicador no nariz dela, fazendo com que ela contorcesse o rosto e desse um tapa na mão dele - Ai, Mia!"

Mia: "Fala logo a outra coisa, Caipira!"

Miguel: "Não me arrependo de ter te deixado ir. Talvez não tenha sido da melhor forma. Eu errei tanto com você. Mas sei que foi o melhor. Eu nunca poderia te impedir de realizar seu sonho."

Mia: "Sim, Miguel. Eu amei ir para Paris, mas teria gostado mais se você estivesse lá."

Ele sorriu.

Miguel: "Eu sempre estive com você, meu amor. Não vê como fiquei um caco sem você?"

Mia: "Olha, tenho que dizer uma coisa: fiquei muito feliz em saber que você não namorou outra pessoa, sei que isso é egoísta já que eu fiquei com alguém… mas é que você - riu ao pensar em como se expressar - você está muito gostoso, sabe? Assim, falta uma hidratação nesses cachos, uma vida que só Mia Colucci poderia lhe proporcionar. Mas você está bem…" - gesticulou com as mão mostrando a volta do corpo dele.

Ela caiu na gargalhada.

Miguel: "Que bom que gostou! Porque é seu." - disse fazendo cócegas na barriga nua dela.

Ela caiu para trás ainda rindo e ele caiu sobre ela.

Mia: "Miguel, vamos fugir?" - eles se olhavam nos olhos. Seus corpos um sobre o outro e completamente descobertos do lençol.

Miguel: "Só se fugirmos pra ilha e aí dessa vez podemos fazer um monte de menininhas Colucci e menininhos Arango." - depositou um beijo sobre os lábios dela e depois outro em seu pescoço.

Ela sorriu.

Mia: "Vamos, então! Quando vamos?"

Miguel: "Quando você quiser, meu amor. Mas por enquanto podemos continuar treinando."

Os dias se passaram e Miguel e Mia mantiveram contato, sempre encontrando-se às escondidas. Não porque tinham vergonha um do outro ou porque sentiam estar fazendo algo errado e sim porque queria um recomeço sem drama, sem pressão.
É evidente que Franco e Alma desconfiavam dos dois e quando Roberta chegou na noite de domingo e os encontrou juntos vendo filme, não só desconfiou, teve certeza, porém nada disse, apenas gargalhou ao contemplar aquela cena.
E se fez de cega.

O dia da festa de ano novo se aproximava, estavam todos ansiosos.
A festividade seria na casa que Lupi e Santos haviam comprado recentemente.
Seria como uma inauguração para a casa, já que haviam se mudado recentemente e esta seria sua primeira recepção para os amigos.

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Desde o primeiro olhar - MyM (Mia e Miguel)Onde histórias criam vida. Descubra agora