Teníamos algo real Pero de pronto todo nos cambió

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A caminho do aeroporto discou o número do celular dele, dotada de bravura, necessitava ouvir a voz dele naquele momento.
Miguel: "Alô, quem é?"
Esqueceu-se de que havia trocado de número.
Ao ouvir a voz dele sentiu seu coração pulsar tão forte que parecia poder sair pela sua boca.
Mia: "O o o o o i, sou eu, Mia." - não conseguia falar sem gaguejar.
Miguel não conseguia acreditar, era ela. Ela ainda se preocupava com ele. A tristeza que ocupava seu coração desde que se separaram e que agora, com a morte de sua mãe, havia tomado definitivamente seu coração por completo, silenciou-se brevemente, dando lugar a esperança de tê-la novamente.
Miguel: "Mia?"

Mia: "Eu só queria saber se você estava bem. Eu soube o que aconteceu. Queria estar aí com você!"
As lágrimas que já haviam em seu rosto encontram-se com novas lágrimas. Era ela. A voz dela. Fazia tanto tempo que não ouvia aquela voz.

Miguel: "Obrigado, Mia. Tudo bem eu entendo. Você não pôde. Está tudo bem. A culpa disso tudo é minha. Eu que fui um filho egoísta que não percebeu que a mãe dele estava - exitou antes de conseguir terminar a frase - morrendo". Desculpa, Mia. Você não tem nada a ver com isso. Obrigada por ligar. Espero que esteja tudo bem por aí. Fique com Deus!"
Ele não queria causar à Mia mais problemas, ela estava bem. Não precisava envolvê-la em sua tristeza novamente.

Mia chorava, não conseguia nem ao menos respondê-lo. Ele não era culpado de nada. Era o filho mais carinhoso que já conheceu.
Mia: "Miguel, a culpa não é sua." - a voz dela era trêmula.

Miguel: "Tudo bem, Mia. Obrigado mais uma vez! Eu te amo!" - saiu de sua boca antes que ele conseguisse perceber.

Ele desligou antes que ela ao menos tivesse a chance de responder. E lá estava ela novamente, chorando dentro de um táxi.

Ligou para o seu pai que a informou que Miguel retornaria ainda hoje para massachusetts, portanto ela jamais chegaria a tempo.
"Então é isso? A nossa história terminaria assim? Por que isso tudo está acontecendo com a gente? Eu só queria poder estar com ele." - pensou.

Quando ela veio para Paris, após aquela noite em que eles terminaram, nem se quer tinha conseguido a bolsa ainda, mas estava tão devastada e tão irritada pela forma como ele a deixou que só queria sair do lugar onde estava como se magicamente ao fazer isto, seus sentimentos também mudariam. Obviamente, isto não ocorreu.
Com o passar do tempo, a dor ainda se manteve, porém ela já conseguia conviver melhor com ela. Já possuía novos amigos. Falava sempre com Roberta e Lupita ao telefone e planejava encontrá-las quando elas fossem à Paris. Franco fora visitá-la muitas vezes. Ela era grata por isto, pois voltar ao México, a sua casa, mas sem Miguel, seria mais do que doloroso. Pensou em ligar para ele algumas vezes. Mesmo após ter trocado o número do celular, pois havia decorado o número. Houve uma vez em que foi em frente e ele atendeu, ao ouvir a voz dele, ela congelou.

Durante os anos que se seguiram, os pensamentos dela sempre se voltavam pra ele. Apesar de estar vivendo o seu sonho.
Em um certo dia em que já fazia quase quatro anos em que estava em Paris, pegou-se no site da universidade de massachusetts, procurando formas de tranferir sua vaga, já que havia seu curso por lá, ela poderia ficar mais perto dele. Mas ela lembrou-se de que ela não queria isto. Queria ele, mas não assim.

Os dias se passavam rapidamente, já faziam quase 7 anos em que ele estava nos Estados Unidos.
Sua irmã estava com 19 anos e cursava programação na mesma faculdade em que ele havia se formado.
Miguel havia subido rapidamente de cargo na empresa, já era presidente daquela filial, sempre conversava com Franco, que ia visitá-lo sempre que possível, estavam a cada dia mais íntimos.
Miguel passou 6 anos focado somente em seus estudos, trabalho e cuidar da sua irmã.
Porém, após este período, quando seus estudos e a pós-graduação haviam terminado pensou que talvez devesse tentar sair com outras pessoas, talvez ele e Mia não tivessem mais conserto.
Ele tentou, mas comparava cada uma das mulheres que saiu com ela, não que o problema fossem as mulheres em si, elas eram incríveis, o problema é que a mente, o coração e o corpo dele, já não o pertenciam mais.
A noite ele tentava imaginá-la ali para tentar pegar no sono, olhava a estrelinha solo que havia naquela cartela que ele roubou do quarto dela e sonhava que ela o beijava.

Mia decidiu que talvez ela e Miguel não fosse mais possível. Decidiu dar uma chance à Fernando, um amigo que conheceu quando estava no segundo ano da faculadade. Ela estava em um bar curtindo com uns amigos quando avistou um homem alto, de cabelos claros e olhos castanhos, por algum motivo a bebida a deixava solta fazendo-a iniciar uma conversa com aquele homem. Desde então, eram amigos. Nunca tinham tido nada além disso. Ela gostava da companhia dele, ele a fazia rir, apesar de não fazê-la rir como ele fazia. Ele era bonito, não da forma que ele era, mas de uma forma diferente.
Com o término da universidade, Mia decidiu que continuaria na França. Iria morar com Fernando e quem sabe até formar uma família. Já fazia anos que não via Miguel. Tentava não pensar nele.

Oito anos se passaram, Miguel continuava em massachusetts dirigindo a filial de Franco com excelência. Os esforços de Miguel rendiam grandes frutos. Em uma noite em que estava até mais tarde no escritório, já passava das onze, ouviu seu celular tocar. Não gostava de atender quando estava focado no trabalho, mas após muita insistência, deduziu que talvez fosse urgente.

Giovanni: "Olá, Miguelzinho! Quanto tempo que você não me atende. Fica achando que me responder por email é a mesma coisa. Já perdeu meu casamento. Eu deveria desistir de você."

Miguel: "Oi, Giovanni! Perdão! É que eu ando tão ocupado com o trabalho e a minha irmã. Mas mandei um presente para você e o Bruno. Espero que tenham gostado."

Giovanni: "Não, nós não gostamos. Preferiamos sua presença, aliás, preciso te pedir algo."

Miguel: "O que foi? Você está com algum problema?"

Giovanni: "Não, Miguelzinho! Eu quero que você venha para um reencontro que quero fazer aqui em casa com nossos antigos amigos. Vai ser um pouco antes do natal. Vamos matar a saudade, principalmente de você, já que quase não fala mais com ninguém. Se isoulou aí e ninguém te acha."

Miguel: "Não me isolei. Falo sim com o pessoal por telefone, as vezes mando mensagens ou emails."

Giovanni: "Ah, é! Eu sei como um email ou mensagem é íntimo."
A ironia na voz de Giovanni irritou Miguel.
Giovanni continuou dizendo, antes que Miguel o interrompesse: "Olha, cara. Você vai vir e eu não aceito não como resposta. Se você não vier, vou fazer um discurso te detonando quando eu ganhar meu próximo grammy e além disso, vou ficar muito magoado com você."

Miguel: "Está bem! Está bem, Giovanni! Vou ver o que posso fazer."

Giovanni: "Obrigado, Miguelzinho! Beijo!"

"A meu Deus! E agora? O que eu vou fazer? Será que ela vai estar lá?" - Pensou.

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Desde o primeiro olhar - MyM (Mia e Miguel)Onde histórias criam vida. Descubra agora