A brisa noturna de Seul sopra suavemente na janela do confortável apartamento de Choi Yeonjun.
Apartamento este, que costuma sempre ser tão solitário, mas que hoje abriga o calor de outras duas pessoas.
Yeonjun e Soobin adormeceram no emaranhado de colchões e lençóis dispostos pelo chão da sala, postos lá depois que perceberam o desconforto de Yurin em dormir no berço improvisado.
Porém a suavidade do sono deles logo tem fim, quando o choro escandaloso da criança anuncia a sua necessidade de atenção.
Os garotos acordaram sobressaltados e trocam breves olhares antes de dedicarem sua atenção completa a bebê. Soobin a toma nos braços primeiro, mas não sabe o que fazer em seguida.
— O que ela quer, Yeonjun-ssi? — pergunta, com os olhinhos miúdos metade abertos, metade fechados, o que arranca risadas discretas do mais velho.
— Eu não sei — Soobin passa Yurin para Yeonjun — pode ser a frauda.
Ela leva a garota até a bancada de mármore, onde tira a frauda em uso do corpo da bebê, sempre sobre o olhar atento de Soobin.
— Não, continua limpa.
— Então o que é? — Soobin murmura, com a voz rouca pelo sono.
— Ela deve estar com fome. — o mais velho aponta, com incerteza crescente sobre o que fazer.
Afinal, de tudo o que já passara por sua cabeça, Yeonjun jamais se imaginara sob a responsabilidade de cuidar de uma criança tao pequena. Seus planos quanto a paternidade eram adotar uma criança já mais velha no futuro, portanto tudo o que sabia sobre crianças nessa idade é o que viu em sua sobrinha.
Apenas agora a ficha de Yeonjun caira, e ele não poderia se sentir mais perdido. E tem de admitir que, embora Choi Soobin não seja alguém por quem nutra bons sentimentos devido as suas próprias rasões, o garoto estava aliviado por estar passando por essa situação com ele.
O choro incessante e cada vez mais desesperado de Yurin continua a se fazer presente, tirando o mais alto de seus pensamentos.
— O que nós damos pra ela comer, Yeonjun-ssi?
Yeonjun pega Yurin no colo, deixando a cabeça da pequena apoiada em seu ombro e balançando o próprio corpo suavemente. Seus tímpanos já começam a doer quando o mais novo se volta para si novamente.
— No google diz que depende da idade do bebê, como eu vou saber disso?! — o Choi mais novo bufa, remexendo o corpo em um trejeito infantil que faz um sorriso teimoso querer crescer nos lábios do mais velho.
Em silêncio, Yeonjun vasculha em suas memórias alguma conversa sobre bebês com sua irmã em que tenha sido dito algo útil.
Parecendo se lembrar de algo, ele muda a criança de posição em seu colo, fitando algo no rosto rechonchudo e recebendo um olhar confuso de Soobin.
— Ela já tem uns três dentinhos Soobin-ssi, com certeza tem mais de cinco meses.
— Aleluia!! — o garoto levanta as mãos ao alto de maneira exagerada, arrancando risos do vizinho. — Estaríamos perdidos se ela fosse mais nova, daonde tirariamos leite?????
— Seria o momento de sentar no chão e chorar junto com ela.
Sorridentes, Yeonjun se aproxima do maior, mirando a página do google aberta no aparelho que carrega.
— Você tem frutas aqui?
— Não... — Afinal eu vivo a base de miojo, pensa Yeonjun.
— Sorte que eu tenho umas bananas lá em casa, então. — murmura o mais novo.
Realmente, seria complicado arrumar qualquer coisa às três da manhã.
Soobin volta com as frutas, os dois desastradamente amaçam as frutas, e mais desastradamente ainda servem a comida para a bebê.
Os vizinhos tornam a se sentar no emaranhado de colchões e lençóis dispostos pela sala. Estão exaustos, mas não podem dizer que foi uma derrota desde que Yurin conseguiu comer e tornara a se acalmar.
O mais velho ainda tem a criança em seus braços e ambos estão sentados lado a lado, com as costas apoiadas na parede gélida.
— Yeonjun-ssi... — Soobin chama, rebendo um murmúrio do vizinho sonolento. — acha que nós aguentamos três semanas?
— Eu não tenho a menor ideia...
E assim o silêncio voltou a reinar no pequeno apartamento, todos os três perdendo a batalha contra o sono.
Um Soobin atordoado desperta com a luz em seus olhos cansados, e pisca algumas vezes até se situar.
Percebe que dormiu sentado na mesma posição, talvez por isso seu corpo doa tanto, e tem um Yeonjun dormindo apoiado em seu corpo, com Yurin ainda em seu colo.
Por um instante ele trava. O rosto do mais velho, ainda que continue extremamente bonito, aparenta estar totalmente cansado. Não sabe se deve acorda-lo, apenas ficar parado nessa posição para não despertar os dois, ou jogar tudo pro alto se aconchegando de volta no mais velho e voltando a dormir.
Sua timidez e consciência lhe dizem para apenas ficar imóvel, mas o cansaço que faz seus olhos pesarem fala mais alto.
Ele se recosta mais contra o corpo do menor e apoia delicadamente a cabeça sobre a dele, tao confortável que sequer nota quando cai no sono novamente.
Assim a primeira coisa que Yeonjun sente ao acordar, é o cheirinho de baunilha que exala dos cabelos macios do vizinho.
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Desculpa pelo pouquinho de atraso, mas o capítulo cheio de boiolice compensa ^^
As atts de Surprise Box vão ser toda segunda feira, okay?
Pfvr votem e comentem pq isso me incentiva bastante, até <3
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Surprise Box! • yeonbin
FanfictionOs vizinhos Choi não tinham lá a melhor das relações, mas são forçados a mudar isso quando ambos escutam um barulho incomum no andar que dividem, se vendo sem saída a não ser colaborarem. ❝ O mais novo pega o bilhete da mão do vizinho e sua face se...