Dia 15
Para os cidadãos comuns de Seul são uma e meia da tarde, mas na casa dos Choi ainda é a hora do café da manhã.
Yurin, ainda sonolenta, brinca com os dados de borracha que ganhou de presente dos mais velhos enquanto ignora completamente Soobin falando consigo.
— Yu, diz assim — o garoto aponta para si mesmo e pronuncia a palavra exageradamente devagar — b-i-n-n-i-e.
Nada.
Nem mesmo um olhar confuso por parte da garota.
— Vamos lá, você consegue! — Soobin aponta para o vizinho do outro lado da sala — J-u-n-n-i-e.
E como o esperado, tudo que saiu da boca da menina foram murmúrios incompreensíveis, fazendo binnie finalmente se dar por vencido e deslizar pelo estofado do sofá.
— Ainda nessa Bin? — Yeonjun ri da carranca emburrada do vizinho.
— Não entendo por que ela não fala nossos nomes. — reclama com um bico enorme nos lábios — São tão simples!
— Talvez seja porque ela ainda é só um bebê? — o mais velho responde com sarcasmo.
— Mas não é justo! Ela costumava sempre chamar pela mãe, por que não pode aprender nossos nomes também?
— Ela vai falar no tempo dela, Soobin. — Yeonjun sorri e bagunça os fios roxos do garoto emburrado, desfazendo sua carranca em uma careta fofa.
O estômago de Soobin ronca alto em ansiedade enquanto ele assiste o mais velho colocar a omelete que acabara de fazer nos pratos e, por incrível que pareça, a comida de Yeonjun já não era mais tão ruim.
No início Soobin tinha que fazer de tudo para manter o loiro longe da cozinha, a menos que quisessem lidar com outro incêndio. Teve uma vez que ele se distraiu por alguns instantes e o Choi conseguiu torrar um pacote de miojo, sendo que Binnie nem sabia ser possível estragar macarrão instantâneo.
Qualquer nutricionista teria uma crise analisando a alimentação dos dois, mas não é como se estivessem tendo tempo para fazer qualquer coisa. No dia anterior Yeonjun mal teve tempo de lavar a cabeça antes de Soobin se desesperar com o choro da menina.
Alguns dias são tão leves que os fazem pensar que as coisas sempre foram daquele jeito, já outros são tão exaustivos que, se não fosse pela companhia um do outro, os garotos já teriam pulado no rio han.
Noite passada Yurin teve mais uma de suas crises de choro e não deixou ninguém no prédio dormir. Parte o coração dos meninos ver a garotinha chorar e chamar pela mãe até ser vencida pelo próprio cansaço, sem muito o que possam fazer.
— O pessoal da faculdade me mandou milhões de mensagens perguntando se o tal do resfriado me matou. — ele conta a Yeonjun e compartilham um riso cúmplice enquanto Soobin avisa a alguns amigos de que ainda não deveriam se preocupar com o seu enterro.
— Quem mandou ser popular? — provoca enquanto luta contra a xuxinha em sua mão para fazer um penteado em Yurin — Só a moça da biblioteca me perguntou porque eu sumi.
— Espera... Você tem o número da mulher esquisita da biblioteca?
— Ei! Ela não é esquisita, é uma pessoa muito legal, ouviu?! — Jun retruca com um biquinho infantil nos lábios.
— Tá bom, tá bom. Não questiono mais as suas amizades esquisitas. — Soobin implica e corre para desviar da almofada que o menor arremessa, e passa raspando por si — Nossa Junnie, você deve ser ótimo lançando dardos.
![](https://img.wattpad.com/cover/257926554-288-k892015.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Surprise Box! • yeonbin
FanfictionOs vizinhos Choi não tinham lá a melhor das relações, mas são forçados a mudar isso quando ambos escutam um barulho incomum no andar que dividem, se vendo sem saída a não ser colaborarem. ❝ O mais novo pega o bilhete da mão do vizinho e sua face se...