Mais forte.

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{POV SARAH}

— ...Phil? — Não, não fomos pegos. Quando o Don disse aquilo, finalmente voltei a respirar. Sério... nunca fiquei tão assustada quanto agora. Pelo menos... até hoje...
— Shh! — O pequeno colocou o dedo indicador na boca, pedindo silêncio. — Estou brincando de esconde-esconde com a Naila e o Eugene!
— Entendi... — Nós três suspiramos de alívio e saímos do cômodo imediatamente, indo até outro local da casa.
— Eu vou pegar a chave com a Mama, ela deve estar com ela.
— Eh?! Don, você tá doido? Digo... ainda mais?
— Eu já falei, eu preciso entrar lá! Precisamos de qualquer pista!
— Mas e se... — Não continuei minha frase por motivos óbvios... eles não sabiam da verdade. Se eu falasse qualquer coisa, eles suspeitariam. Morrer é mil vezes pior do que apenas ser enviado para caras maus. Eu... — Tudo bem. Eu conto com você.
— É sério?! Não vai tentar impedir? — Ele parecia feliz com isso, mas seu sorriso se desfez logo em seguida.
— Com uma única condição.

{POV GILDA}

Nós acabamos aceitando o acordo da Sarah, mas ainda sim com um leve... remorso. Isso não é justo, se algo acontecer, nós seríamos tão culpados quanto ela.
— Sah, você acha que-
— Shh! — Don já havia ido roubar a chave, estávamos esperando-o do outro lado do corredor. Eu estou nervosa, já a Sarah... estava confiante. Muito. Alguns minutos se passaram e o Don finalmente chegou, revelando a chave.
— Consegui.
— Ótimo. Agora tudo que vocês precisam fazer é... distraí-la.

{POV SARAH}

De volta ao escritório da Mama, mas dessa vez, eu iria conseguir entrar na sala secreta. Abri a estante, respirei fundo, e então finalmente... destranquei. Deu certo. Meu coração está acelerado, mas isso não é algo importante agora. Preciso me focar.  Olhei em volta à procura de câmeras, alarmes ou apenas qualquer coisa que fosse de ajuda, mas não encontrei nada. Caminhando mais um pouco, consigo achar uma... portilha? Eu não sei o que é isso, mas parecia dar em algum tipo de porão. Estava tudo muito escuro, então peguei um lampião e o acendi com fósforos que vi ao lado da porta. Abri e comecei a descer, com o maior cuidado possível. O silêncio daqui chega a ser perturbador, sem contar em toda essa escuridão. É em momentos como esse que começo a imaginar coisas, como alguém me observando ou alguma coisa prestes a me matar aqui mesmo, mas é tudo... paranoia. É apenas um porão. E ainda, um porão no qual a Mama vem todo dia, não tem porquê algo tentar me assassinar aqui.
Ao pisar o pé ali, eu olho em volta... eram...
— Os brinquedos... — Todas as pelúcias e os bonecos das crianças que foram enviadas... está tudo aqui... e eles parecem estar me... — N-Não, Sarah, se acalme, são só... bonecos... está tudo bem... — Sussurrei para mim mesma tentando me acalmar, e sem notar, estava dando alguns passos para trás de pavor. Nisso eu esbarrei numa estante, que acabou se abrindo sozinha. Lá dentro tinha... um dispositivo. Espera, é aquilo! Aquilo que se comunica com a Matriz! Será que eu devo? Não, eu não posso, eles vão acabar descobrindo que alguma criança sabe do segredo dessa casa. Eu preciso sair daqui, eu preciso...
— Espere um pouco Phil, Don, Gilda. Eu já volto. — Essa voz... a Mama está aqui! Eles não conseguiram distraí-la! Puta merda... eu não consigo fugir... não, a Emma disse sobre a outra entrada, eu posso ir por lá! É fácil, é só achar aquela saída...

{POV DON}

Merda, merda, merda!
— M-Mama!- — A Gilda me impediu enquanto tremia, e sussurrou pra mim.
— Ela pode suspeitar!
— Mas a-
— O livro envolvia algo com código morse... — Essa voz... Emma! Os três vão acabar percebendo o sumiço da Sarah! Meu Deus... Sah, cadê você? Volta logo!
— Don? Gilda? — Ray e Norman se aproximaram da gente, enquanto a Emma ficou atrás procurando algo.
— E-Eh?! O-Oi!
— Cadê a Sarah?
— E-Ela deve estar lá fora! Eu vou lá chamar ela!
— Don. Cadê a Sarah. — Ele me impediu de sair, me puxando pela blusa. O que eu falo?! Ele vai brigar com ela se descobrir, até mesmo com a gente! Por que tá tudo dando errado?! — Norman.
— Ela não tá aqui!
— Não me diga que...
— Ela não tá do lado de fora também. Don, Gilda, não me diga que vocês-
— Falaram meu nome? — Finalmente, ela apareceu. Que alívio... antes mesmo que pudesse cumprimenta-la, sou interrompido.
— Onde você estava? — Os dois ficaram em silêncio, até que somos levados para uma outra sala de jantar.

Patético (OC!AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora