Pequeno Bernie.

90 7 1
                                    

《2045》
{POV NARRADOR}

Doze de outubro, o dia da pequena Conny ser adotada. Durante a noite do dia anterior, foi alertado a todos da casa sobre isso, e como esperado, foi uma tristeza só. Todos estavam feliz pela garota, finalmente veria o lado de fora e teria pais que cuidariam de si, a ajudariam a crescer, a se tornar uma mãe igual é Mama, mas tudo tem um preço, e o preço seria se afastar dos seus irmãos que tanto a apoiaram durante todos esses anos.

{POV EMMA}

— Bom dia, todo mundo! Hora de levantar, ou vocês vão perder o café da manhã! — Disse de braços abertos, em plenas seis horas da manhã. Sempre sou a primeira a acordar, mesmo sem despertador.
Meus irmãos se levantaram logo depois de mim e começaram a se arrumar rapidamente, mas a Sarah... não. Ela é bem dorminhoca, sempre demora para acordar! Eu fui até ela e a balancei, na tentativa de despertar ela de vez.
— Deixa eu dormir mais um pouco... — Sua voz estava um pouco rouca por conta do cansaço. Será que ela foi dormir tarde de novo? Fiquei em dúvida mas tentei de novo, afinal, a Mama iria brigar com ela caso não fosse comer.
— Vamos lá, Sah! — Tentei o velho truque de insistir, e acabou funcionando. Ela fez carinho na minha cabeça e finalmente desceu, mas ainda assim, parecendo um zumbi!
— Emma! Eu não consigo amarrar meu cadarço! — Phil se aproximou de mim com seus sapatos nas mãos, junto de Shelly. Ajudei ambos, e quando estava prestes a descer, ele segura na minha blusa e me impede de ir.
— Me leva no colo?
— Mas é claro! — Eu o pego enquanto dou risada, abraçando-o fortemente. Seu rostinho é simplesmente adorável, como eu poderia dizer não?
Vou em direção à cozinha praticamente saltitando, preparada para ajudar minha família com as mesas. No meio do caminho encontro algumas crianças da casa, e as cumprimento.
— Bom dia Don, Conny, Pequeno Bernie!
— Bom dia!
— Bom dia, Emma!
Chego finalmente logo depois de mais alguns, e só de pisar o pé lá, dois sapecas esbarram em mim: Thoma e Lani. Olhei para trás e apenas vi eles rindo de mim, com aquele jeitinho deles.
— Moleques... — Sorrio maleficamente, levantando os braços pro alto com minhas mãos no formato de garras. — Eu vou devorar vocês! — Fui atrás deles, que saíram correndo. Os alcancei e dei um abraço nos dois, com um grande sorriso no rosto, só não tão grande quanto o deles.
— E lá vão eles de novo... — Gilda estava acostumada com nossas brincadeiras, e apenas observava de longe.
O Phil subiu em minhas costas depois disso, voltei correndo pra onde eu estava para dar bom dia aos únicos que faltavam: Norman, Ray e Sarah.
— Buom diah Norman, Rey, Sah! — Não conseguia falar direito por conta do pequeno que estava em cima de mim, então acabei pronunciando as palavras de um jeito bem errado.
— Bom dia, Emma. — Norman sorriu, levando um carrinho com os pratos, os talheres e as duas panelas de comida.
— "Buom diah", Emma. — Ray me cumprimentou de volta e da mesma maneira, não pôde perder a oportunidade. Levava o bule com o café, então não conseguia acenar pra gente.
— Bom dia Emma, bom dia Phil! — Sarah estava com as toalhas de mesa em volta do próprio pescoço, como se fosse um cachecol.
— Você está tão animada, e ainda nem tomou o café da manhã!
— Quantos anos você tem, afinal? Cinco? — Soltei meu irmãozinho, e falei para ele ir até a cadeira dele.
— Tenho onze, assim como vocês! Sou a mais velha daqui! — Eu não era assim tão infantil, e ele sempre falava coisas desse tipo! Temos a mesma idade, não somos assim tão diferentes.
Mama também acordou e estava ali do lado, rindo de mim.
— Também está rindo, Mama?
— Emma, pode vir me ajudar?
— Ah Mama, eu quero recomeçar minha entrada desde o começo! — Abracei ela já meio manhosa, insatisfeita com a minha chegada.
— Por que? Eu gosto desse seu jeito.
— Jeito de quem ainda tem cinco anos?
Ela discordou movendo sua cabeça, também colocando suas mãos em meu rosto. Suas mãos quentinhas, fofinhas e confortáveis.
— Jeito de quem se preocupa muito com sua família.
É incrível como ela sempre consegue me deixar feliz apenas com algumas palavras. Eu não sei como ela consegue, é como se fosse mágica. Sendo magia ou não, eu amo isso...
— Obrigada, Mama! — Dou um sorriso e aperto ainda mais o abraço, como se fosse um travesseiro.
— Vá se sentar, já está quase tudo pronto. — Dito e feito, me sentei na minha cadeira e coloquei minha comida, apenas esperando o sinal da Mama.

Patético (OC!AU)Onde histórias criam vida. Descubra agora