Conjurador: A Família Raleigh

15

  Ao pousarem em uma árvore da Grande Floresta, Fletcher ouve Sylva chamando um elfo próximo, pedindo para avisar seu pai que estavam lá e que precisavam conversar. O elfo nervoso por causa do imenso dragão, saí em busca do pai de Sylva, que aparece com um rosto contente alguns minutos depois. Fletcher já havia infundido Ignácio, e agora, a pressão e o medo começavam a crescer no corpo do rapaz, que suava frio.
  O elfo mais velho os guia pelos galhos enormes, levando-os para uma ampla sala reservada, fora do alcance de outros elfos. Sylva notou a inquietação de Fletcher, e entrelaçou seus dedos com os dele, fazendo com que o jovem rapaz se acalmasse. - Pai.. temos algo para conversar com você.. algo muito sério - Sylva dizia com uma certa coragem e vigor, que fez com que Fletcher esquecesse o medo - Pois bem filha, o que seria? - a voz do elfo mais velho saia como uma melodia, porém havia um toque de preocupação visível - Fletcher? - induziu Sylva, dando a entender que o rapaz deveria assumir dali - Ahm, senhor... - começou o rapaz, nervoso sobre o olhar do pai de sua noiva - Eu queria a sua permissão para me casar com sua filha - Fletcher disse tudo de uma vez, como se as palavras queimassem sua boca - Eu a pedi em casamento e ela aceitou, e agora, eu gostaria da sua permissão para que eu possa me casar com ela - as mãos de Fletcher estavam tão suadas, que ele foi obrigado e secá-las disfarçadamente em suas calças. O pai de Sylva, Legolas, o encara de cima à baixo, como se estivesse o estudando - Então Fletcher, tenho duas coisas para você. Primeira, o certo, é me chamar de pai, pois te trato como um filho desde que te conheço. E a segunda seria.... - novamente Fletcher foi tomado por medo e inquietação, tão fortes, que agrediam fortemente seu coração acelerado - É sim. Você tem minha permissão para se casar com minha filha. Mas com uma condição: que você a ame e a proteja como se não houvesse nada no mundo que seja mais importante do que ela. Ok? - Legolas o olhava com um sorriso no rosto, e com uma piscadela marota, abraçou o jovem casal eufórico.
  O resto do dia para Fletcher, foi como um sonho. Ele não conseguia conter sua felicidade, e mesmo que Sylva estivesse igualmente feliz e animada, ele sentia que seu coração explodiria de amor por ela. Enquanto viajava em seus pensamentos, Fletcher sentiu algo lhe puxando de volta à realidade. Era Sylva. Ela estava o avisando que deveriam voltar, pois nas próximas horas, uma chuva forte iria cair. Como se de imediato, Fletcher conjurou Ignácio e montou em seu lombo, ajudando Sylva a subir, alçando vôo logo em seguida. Não havia escuridão. Eles contemplavam o pôr do sol laranjado, e pensavam em como seriam suas vidas dali em diante, para Fletcher, não importava o quão difícil seria ou quantas guerras ele iria travar, se ele pudesse retornar para sua amada no final do dia, ele se sentiria em paz.