capítulo final

770 158 126
                                    

Catra e Adora caminhavam um pouco pela praça. Nunca haviam feito isso em todos os dias que ficaram juntas no banco da mesma praça.

— Aqui é bonito, não é? — Catra perguntou.

— É sim. Eu nunca tinha parado pra observar ao redor.

— Eu também não. — Catra disse, pensativa. — Quer dizer, eu sempre reparei como céu aqui é bonito. — disse, parando de andar e encarando o céu quase tomado pela noite.

As estrelas estavam ocupando quase todo o céu e mal passavam das sete da noite.

— Catra. — Adora chamou a atenção de Catra, que a olhou e sorriu. — Eu fiz isso pra você.

Colocou as mãos no bolso e retirou um papel dobrado de lá, entregando-o para Catra.

— Eu tentei várias vezes, até que eu consegui. — disse, enquanto Catra abria o papel. — Desculpa se isso ficou...

— Ficou perfeito. — Catra sorriu ainda mais. Adora havia lhe desenhado e dessa vez não era um boneco de palito. — Eu amei, Adora. Tanto quanto amei o primeiro.

Adora riu.

— Você realmente gostou daquilo?

— Claro, eu guardo até hoje. — aquilo mexeu com Adora. Também guardava todos os recortes de dicionário que havia recebido, mas não imaginava que Catra guardasse um boneco de palito que ela tinha desenhado para ela. — Obrigada, Adora. Isso deve ter dado trabalho.

— Eu fiz com carinho. — Adora disse e Catra ficou na ponta dos pés, encostando seus lábios na face de Adora.

A loira fechou os olhos, apreciando aquele contato até que ele foi cessado. Adora estendeu sua mão para Catra que tomou a mão de Adora para si e entrelaçou seus dedos.

— Acho que tenho que ir pra casa. Está entardecendo. — Catra disse, olhando o céu.

— Eu posso te acompanhar? — Adora morava ao lado oposto que Catra, sabia disso porque sempre via a garota indo embora da praça até desaparecer no fim da rua.

Estava com medo de ter sido invasiva, mas seus pensamentos foram interrompidos pela voz de Catra.

— Vamos. — Catra parecia ter ficado feliz com o pedido de Adora e as duas caminharam juntas em silêncio.

Era um silêncio calmo e agradável, não constrangedor. As duas se sentiam confortáveis, quase abraçadas por aquele momento.

— A lua está linda hoje. — Adora comentou, olhando pro céu.

Suas mãos ainda estavam entrelaçadas e aquilo lhes trazia conforto. Naquela noite parecia ter algo no ar, dançando ao redor delas.

É, aquelas duas emanavam paixão por aquele momento e uma pela outra.

— As estrelas também. — Catra respondeu, sorrindo. Caminharam um pouco mais até que chegaram na porta de sua casa. — É aqui.

— Bom, está entregue. — Adora sorriu e Catra também. Suas mãos foram desentrelaçadas e parece que uma bolha foi estourada naquele momento e elas voltaram a realidade. Adora olhou nos olhos de Catra e pensou em dizer algo, mas repreendeu seus pensamentos. — Acho que eu já vou. Tchau, Catra. — disse, se virando para ir enquanto a mente de Catra trabalhava.

A garota estava parada em frente á casa, pensando no que fazer. Balançou a cabeça e decidiu parar de pensar.

— Hey, Adora! — disse, alto para que Adora a ouvisse. A loira se virou e parou de andar.

Catra correu até ela e a abraçou, colocando seus braços ao redor do pescoço de Adora. As duas olharam nos olhos uma da outra por alguns segundos, com seus rostos a centímetros de distância.

— Catra... — Adora teve seus lábios tocados pelos de Catra naquele momento, impedindo que ela dissesse mais alguma coisa. Moveu suas mãos para a cintura da garota e a puxou para si.

Explosão: também descrita como uma manifestação súbita de um sentimento moral, uma paixão. Mas naquele momento as duas sentiram seus corações explodirem e dançarem ao ritmo da mesma música.

Sentiram os toques, o calor, os batimentos descontrolados e o amor chamando seus nomes. Catra se afastou e suspirou, dando um selinho em Adora, que sorriu.

— Eu tenho uma coisa pra você. — disse, entregando para Adora um novo recorte do dicionário. — Até amanhã, Adora.

Deu-lhe outro selinho e foi até sua casa, deixando Adora parada no meio da rua.

Segurou o recorte de dicionário e começou a andar em direção a um poste de luz que havia ali perto, leu o que dizia o papel e sorriu.

— Até amanhã, Catra. — disse, caminhando na direção de sua casa e guardando o papel no bolso.

Agora ela sabia um dos segredos do universo.

"indiscritível
adj.
1. difícil ou impossível de ser descrito porque a descrição não corresponderia à verdadeira expressão da realidade
2. digno de grande admiração; extraordinário
3. Adora"

Dicionário - catradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora