Dicionário - catradora

capítulo nove

"confusa
adj.
1. confundida, misturada
2. desordenada
3. embaraçada, enleada"

— Por quê? — Adora perguntou. Por ironia ou não, ela estava confusa.

— Reparo nas suas expressões quando leio uma palavra difícil. — Catra mentiu. Não era só por isso.

— Pensei que tivesse relação com o que aconteceu ontem.

O rosto de Catra foi tomado por uma expressão de surpresa. Então Adora havia percebido? Mas se ela tinha percebido tinha fingido que não percebeu. Por quê?

Catra não sabia se queria saber, estava preparada pra pedir desculpas quando Adora retomou sua fala.

— Mamihlapinatapai. — disse, olhando nos olhos de Catra. — Parece o nome de um dinossauro. — Adora riu da própria frase e Catra esboçou um sorriso tímido. — Mas eu sinto.

O sorriso de Adora permaneceu em seu rosto, enquanto o de Catra retomava a expressão surpresa.

— Sente o dinossauro?

— A palavra.

Adora se aproximou de Catra e olhou em seus olhos. O que ela estava fazendo? Não sabia. Só sentia e sentir era o bastante.

Catra a abraçou. Adora por alguns segundos esqueceu como se reagia a um abraço e então lembrou-se e a abraçou de volta.

O abraço de Catra era bom. Seus braços a envolviam com carinho e calor, coisas que Adora mal lembrava de já ter sentido antes.

Aquele abraço. Havia algo de especial ali, uma certa magia que não podia ser encontrada em abraços comuns. Aquele abraço era o abraço entre duas pessoas que queriam aquilo com a mesma intensidade, e talvez mais do que aquilo.

Aquele abraço era como tomar uma xícara quente de café enquanto olha a chuva caindo através da janela fechada.

Era como retornar para casa depois de um longo tempo fora. Transmitia uma saudade e aquela magia. Magia.

Catra encostou sua cabeça no ombro de Adora e respirou fundo. Por um momento achou o cheiro de Adora familiar, mas ao mesmo tempo que sabia que nunca o havia sentido, sabia que nunca esqueceria aquele cheiro. Era bom.

Adora fez carinho nos cabelos curtos de Catra e sorriu.

Nenhuma das duas disse nada.