Capítulo IX

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A energia que o lugar transmitia era contagiante, parecia a definição perfeita de "paraíso"!

As flores, o lago, ah, a fonte! Nunca se vira nada mais lindo do que aquele jardim. Parecia tudo tão sincronizado, tudo no devido lugar!

Havia até chuva de pétalas, era um verdadeiro sonho!

— Eu sei! — Tamara suspirou extasiada. — É encantador!

— É mágico! — Ana esboçou. — Parece irreal! Parece utópico! — Ela girou enlevada. — Eu acho que estamos tendo um mesmo sonho, Tam, acho que estou flutuando...

Tamara olhou alegre para a irmã, a última semana foi difícil para ela. Não sabia o porquê, Ana não compartilhava muito o que sentia. Vê-la alegre deixava o ambiente mais leve.

Sorriu genuína à menina que observava o local escolhido para o casamento.

Como ela se parecia com a mãe!

E como Tamara sentia falta dela!

Estava preparando seu o casamento, ela deveria estar aqui. Mas não estava, era a vontade de Deus.

Ela precisava seguir e ser forte.

Ela era a mais forte!

— Não tenha vergonha. — Ana falou ao reparar que a irmã tinha os olhos marejados, não fazendo ideia do verdadeiro motivo. Eu também estou prestes a chorar de emoção por isso aqui. — Rodopiou evidenciando o sítio.

Tamara suspirou sorrindo em concordância. Ninguém precisava saber que estava mais abatida que o normal.

— Vamos? — Arthur se aproximou com a cortezia habitual. Ana Maria não o detestava, mas não morria de amores por ele. Na verdade, tinha mais ciúmes do que outra coisa dele.

— Claro. — Tamara respondeu roca. Entrelaçaram os braços e começaram a caminhar, porém, pararam ao ouvir uma tossidela de Ana. — Quer dizer alguma coisa, maninha. — Tamara perguntou entre dentes. Ultimamente a irmã estava bem armada à desmancha-prazeres.

— Nada. Mas não era suposto o Arthur segurar ambas? — Perguntou fingindo indignação.

Tamara queria protestar, porém, o noivo foi mais rápido.

— Claro, peço desculpas, Aninha. — Arthur se aproximou conduzindo-a também.

— Só Ana basta. — Ela refilou.

Tamara suspirou já começando a se aborrecer com o comportamento dela.

— Você está bem, minha querida? — Arthur perguntou preocupado. — Ultimamente parece um pouco em baixo.

Ana estava tão enjoada com o agir cavalheresco do cunhado que nem se deu o trabalho de constatar o que falava.

— Estou bem sim, meu bem, mas não se preocupe. — Ela mentiu. — O estresse do casamento tem me afetado um pouco, nada de mais.

Eles realmente combinam. Talvez seja por isso que estejam se casando. — Ana Maria pensou.

— Relaxe, então. — Ele parou de caminhar e encarou o amor da sua vida. — Não quero que adoeça. — Tocou-lhe a face levemente.

Ana acompanhou o gesto ternurento dos dois. Ele era carinhoso e amoroso com a irmã. Mas acima de tudo, era respeitoso.

Ele era perfeito para ela!

Eram perfeitos um para o outro!

Ela continuou a sua caminhada mirando cada canto e recanto daquilo. O paisagista havia feito um ótimo trabalho sem dúvidas.

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