Capítulo X

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- É seio?! - Michelle questionou incrédula.

- Ah, e eu brinco com coisas sérias, senhorita? - Ana esboçou fingindo indignação. - Eu quase pulei da janela de tanta vergonha.

- Nem me fale! Quer dizer, não é sempre que o seu crush e a irmã dele te oferecem carona.

- Ah, para, que crush que nada. - Reclamou áspera. - Eu não tenho crush nenhum. - Defendeu-se.

- Sei... - Michelle tremia os lábios tentando conter a gargalhada que insistia em se exteriorizar.

- Não faça essa cara. - Ana avisou.

- Qual cara? - Michelle se esforçou ainda mais a manter a seriedade. Que bom que estava atrás de uma tela e não na frente da amiga.

- Não se atreva. - Ana ameaçou entre dentes.

- Ah, admita. Você tem uma paixonite pelo instrutor. Sempre teve.

A expressão facial de Ana Maria carregou-se de imediato.

- Cale a boca, Michelle Magno. - Bradou furiosa. - Eu não tenho nenhuma paixoneta por ninguém. O Samuel era um dos poucos que nunca considerei um idiota. De alguma forma, sempre o admirei muito. Nada mais.

Michelle ria tanto que o seu corpo ameaçava uma dispneia se a ela não parasse imediatamente.

- Dário perguntou recentemente por você. - Ela contra-atacou estrategicamente. Se a outra procurava um motivo para parar de rir, teve. - Não vai querer saber o que ele disse?

- Não... Quer dizer... Não precisa me dizer se não for importante. - Ela falou orgulhosa. Porém, por dentro, roía-se para saber da tal conversa.

- Tudo bem, então. Eu preciso ir, combinei com a Tamara de vasculharmos as coisas da minha mãe. Ela cismou de pegar algumas bugigangas que eram dela.

- Está bem. - A vontade de saber da conversa permanecia, e o orgulho de admitir também.

- Certo. Ana sinalizou que iria desligar o notebook. Ela queria ver até onde ia a enrolação da amiga.

- Pronto, conta tudo o que conversaram. Você ganhou. - Ela gritou desesperada.

Ana Maria olhou-a maliciosa.

- A vingança, é um prato que se come frio, ma chéri. - Ela falou debochada. - Até a próxima chamada, Michelle.

- Ana, Ana não se atreva a desl...

- Tarde de mais, querida.

Sorriu para si mesma. As vezes não entendia os amigos que tinha.

- Terminou? - Josué perguntou adentrando no quarto da irmã. - Tamara está enlouquecendo com a sua demora.

- Apesar do nosso pai ser bastante ocupado, ele faz questão de dar a devida instrução e educação para os filhos. - Ana despejou chateada. - Este quarto não é seu.

- Você devia aprender a honrar com os seus compromissos. - Falou sério ignorando completamente o sermão dela.

- Sabe, eu ainda sou a sua irmã mais velha. Você não fala comigo como se eu fosse uma amiguinha sua.

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