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» What's coming is better than what's gone «

Depois do nosso almoço, eu e a Rita ainda ficámos durante algumas horas no sofá a fazer maratona de uma série que ambas vemos, mas depois ela acabou por ir embora, visto que ela e o Hugo ainda têm de fazer compras para o jantar de hoje. Depois de ela sair, decidi deixar de procrastinar e aproveitei o resto da tarde para arrumar o meu quarto, que estava uma bagunça gigante, e para tratar de outras tarefas de casa. Por volta das sete da tarde, vou tomar duche e começar a arranjar-me para o jantar. Não vou vestir nada demasiado elaborado, porque é só um jantar de amigos em casa da Rita e do Hugo, por isso opto por umas calças pretas de cintura subida, combinadas com uma t-shirt branca básica, apenas com uma frase na zona do peito, e pego no casaco de ganga para levar vestido também. Calço uns ténis brancos e a única maquilhagem que coloco é um pouco de rímel nas pestanas. Seleciono um par de brincos com pérolas e uma mala preta para levar, colocando no interior os meus pertences.

Combinei com a Rita levar uma sobremesa para o jantar, mas como acabei por não ter tempo de fazer nada, saio de casa mais cedo para passar numa pastelaria ótima perto de minha casa e comprar um bolo. Eles fazem uma ótima tarte de nata, por isso essa é a minha escolha. Após comprar a sobremesa, conduzo, então, para o apartamento da Rita e do Hugo, onde me vou juntar ao resto do grupo.

É quase estranho o facto de nos irmos juntar todos, novamente, tendo em conta que no último ano e meio isso quase nunca aconteceu com o grupo todo, muito por causa do sucedido entre mim e o André. Apesar de estranho, a sensação de podermos estar todos juntos novamente é boa e eu confesso que já tenho saudades dos nossos jantares.

A porta de entrada do prédio está aberta, por isso eu subo até ao andar do apartamento dos meus amigos e só aí toco à campainha. Poucos segundos passam até que a porta seja aberta pelo casalinho de recém-casados. Troco um abraço com o Hugo e dois beijinhos com a Rita, seguindo-os depois para o interior. Para variar, os rapazes estão todos atrasados e eu fui a primeira a chegar.

- Como andas? – pergunta-me o Hugo.

- Bem. – sorrio em resposta.

- E estás confortável com o jantar de hoje? Eu sei que já te perguntámos isto, mas quero mesmo ter a certeza que não estás aqui porque sentes que és obrigada a isso. – esclarece-me o meu amigo e eu sorrio perante a sua preocupação.

- Eu e o André estamos bem, conseguimos estar no mesmo espaço e conversar naturalmente. Isso já aconteceu antes. – relembro-o – Eu estou bem, juro. E já estava com saudades destes nossos jantares. Não estou aqui por obrigação, mas porque quero. E estou confortável com a situação, não precisam de se preocupar.

Ambos assentem, mas o toque da campainha impede que a conversa prossiga. Eu fico com a Rita na cozinha, enquanto o Hugo vai abrir a porta. A voz familiar do Diogo distingue-se, mas junto com ele entra também o Rúben. Cumprimento os dois, trocando um abraço, e rapidamente iniciamos uma nova conversa. Breves minutos depois, a campainha toca novamente e, desta vez, marca a chegada do André. Ele cumprimenta-me do mesmo modo rápido e casual como cumprimenta o resto do grupo e eu devo confessar que me sinto aliviada quando ele não pergunta nem faz quaisquer comentários acerca da sua pequena surpresa desta manhã. Tenciono agradecer-lhe, pelo menos, mas não estou pronta para que esse momento seja já.

- Bem, já que estamos todos vamos para a mesa, que o jantar está pronto! – exclama a Rita.

Após todos ocuparmos os lugares à volta da mesa, os anfitriões trazem o jantar até nós: um arroz de marisco que cheira incrivelmente bem. Depressa eles enchem os nossos copos com vinho verde e logo se instala uma conversa sobre a lua de mel dos recém-casados e sobre a vida de cada um de nós nos últimos dias.

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