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» I wish I could go back to the day I met you and just walk away. Because, honestly, it would've saved me so much hurt and pain. «

1 de fevereiro de 2020

Depois da nossa ida matinal ao ginásio, a Rita convence-me a ir almoçar lá a casa com ela e com o Hugo para podermos celebrar o facto de eu ter entregue a minha tese de Mestrado, que vou defender para a semana. Com a sua insistência, eu sou obrigada a aceitar.

- Vai ser um bom momento para pormos os três a conversa em dia. Já não vais lá há imenso tempo. – a Rita continua a argumentar, mesmo depois de eu já ter dito que ia.

- Sim, está bem. Mas não vou lá ficar a tarde toda, que tenho de arrumar a casa e amanhã trabalho. – respondo.

- Combinado. Mas quero tirar-te de casa nem que seja por duas horas. Ultimamente não fazes mais nada sem ser trabalhar e estar fechada em casa. E vir ao ginásio duas vezes por semana, quando decides não ser preguiçosa. – Rita refila, num tom maternal.

- Ai, para de ser chata! Já percebi e já disse que vou. – afirmo e ela assente, finalmente dando-me como vencida.

Depois de tomarmos duche no ginásio e trocarmos de roupa, cada uma entra no seu carro e eu sigo Rita até ao apartamento que partilha com o Hugo. Quando chegamos, o Hugo está a terminar de preparar o almoço, que cheira bastante bem, e nós reunimo-nos os três na cozinha para ir pondo a conversa em dia.

- Estás nervosa com a defesa da Tese? – o Hugo pergunta.

- Um pouco... Sei lá, o pior já passou. A tese está escrita e eu sei tão bem aquilo que fiz que não estou preocupada em dizer asneiras quando estiver a defendê-la. Mas tenho sempre medo que isto tudo tenha sido trabalho em vão e que eles não gostem e me chumbem. – respondo.

- Obviamente que isso não vai acontecer, Carol. – a Rita afirma – Vais ser Mestre, dentro de pouco tempo.

- Espero é que isso me ajude a encontrar, finalmente, um trabalho de jeito que me permita deixar de trabalhar na loja. Há dias em que aquilo é tão cansativo que eu me sinto totalmente drenada de energia, quando chego a casa. – declaro.

- Vais ver que tudo vai melhorar e que vais encontrar um trabalho que te vai fazer feliz. – o Hugo sorri – Bem, meninas, o empadão está pronto, vamos para a mesa.

Nós sentamo-nos, então, à mesa, prontas para provar o empadão de carne do Hugo, que além de cheirar bem tem um excelente aspeto. Depois de esgotarmos o tema da minha tese de mestrado, nós falamos sobre noticias da atualidade, sobre os trabalhos dos meus amigos. E, eventualmente, o tema para em mim e no André.

- Ele tentou falar contigo, alguma vez? – o Hugo pergunta-me.

- Não. Passou um mês e ele não mandou nem se quer uma mensagem com um pedido de desculpas. – respondo, não escondendo o rancor na minha voz – Mas tudo bem. Sempre me ensinaram que os atos ficam com quem os pratica. – encolho os ombros – Ele contou-vos, Hugo?

- Carol, tu conheces o André. É demasiado orgulhoso para admitir que cometeu um erro. Claro que não contou nada... - o Hugo responde – Mas, na semana passada, fomos almoçar os quatro. Eu, o André, o Diogo e o Rúben. Ele estava a agir de forma completamente normal e eu confesso que já andava com isto entalado há imenso tempo, por isso abri o jogo.

- Hugo! – eu repreendo-o.

- Escusas, Carolina. O André é meu amigo, mas tu também és. Eu vi o estado em que tu ficaste por causa dele e estava a custar-me vê-lo agir como se nada fosse. Como bom amigo que sou também é meu dever puxar-lhe as orelhas quando ele merece e dizer-lhe aquilo que ele precisa de ouvir, mesmo que não queira. – o Hugo argumenta e eu suspiro – Perguntei-lhe por que é que ele tinha desaparecido na passagem de ano e tinha aparecido algum tempo depois completamente bêbedo. Queria ver o que ele dizia. E obviamente que ele inventou uma mentira. Disse que tinha encontrado uns colegas de trabalho e que tinham ido beber umas cervejas todos.

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