» Sometimes, breaking down is the bravest thing you can do «
21 de dezembro de 2019
São nove e meia da manhã quando eu decido levantar-me da cama, apesar de já estar acordada há algum tempo. Apesar de me ter custado a adormecer, porque a minha cabeça estava um verdadeiro turbilhão, acabei por ceder ao cansaço e dormi bastante bem. Aliás, sinto que não dormia assim há semanas, sobretudo porque tenho dormido pouco mais do que quatro horas por noite.
Eu decido fazer um pequeno-almoço em condições para mim – e isso implica ser algo mais do que um iogurte e umas bolachas. Faço torradas e café com leite e, como o dia nasceu com sol, visto um casaco e vou comer para a pequena varanda da cozinha.
Apesar de estar mais calma do que ontem, continuo sem saber o que fazer da minha vida. Quase ponderei a hipótese de ignorar a minha descoberta de ontem e agir com o André como nada se tivesse passado, mas rapidamente concluí que eu não teria a capacidade de fingir que nada aconteceu. Não consigo ser indiferente, eu sei disso. Sei que nada seria igual e que ele iria perceber, portanto essa não é uma forma de resolver toda esta confusão na minha cabeça. Por mais que me custe, a única solução para tudo isto é falar com o André aberta e honestamente. Dizer-lhe que odiei saber que ele tem outra pessoa em Lisboa porque, na verdade, estou apaixonada por ele. Vai ser duro ter de lhe admitir isto, até porque tenho a certeza que vai acabar por gerar uma discussão enorme entre nós, mas acho que é a única saída desta situação.
Depois do pequeno-almoço, eu decido enviar uma mensagem à Rita para irmos até ao ginásio. Tenho, finalmente, uma folga totalmente livre e acabei de decidir que não vou tocar nas coisas do Mestrado, hoje. Preciso de um dia para mim, por isso ir ao ginásio parece-me uma boa forma de o começar, até porque estou mesmo a precisar de descarregar alguma energia. A Rita logo responde afirmativamente, dizendo que passa aqui para me apanhar dentro de vinte minutos.
Troco o meu pijama por umas leggings, um top desportivo, uma t-shirt e um casaco quente e arrumo no saco de desporto o necessário para tomar banho após o treino. Calço as minhas sapatilhas, prendo o cabelo num rabo de cavalo e fico à espera que a Rita me diga que chegou. Na verdade, não tenho de esperar muito porque ela chega rápido. Desço até ao estacionamento em frente à entrada do meu prédio, encontrando logo o seu carro.
- Bom dia. – cumprimento-a, mal entro no carro.
- Bom dia. Como é que estás? – ela questiona, iniciando a sua condução até ao ginásio que frequentamos.
- Bem, acho. Vou aproveitar o meu dia de folga para pôr a cabeça em ordem e decidir como quero fazer as coisas. – afirmo – Uma boa noite de sono ajudou-me a perceber que a única forma de resolver isto é falar sinceramente com o André.
- Concordo. Não vale a pena fugires disso quando não me parece que haja outra solução. – a Rita opina – E já sabes quando o vais fazer?
- Nem quando, nem onde, nem como. – respondo – Preciso de pensar nas coisas com calma, planear tudo na minha cabeça antes de decidir avançar.
- Devia ser num sítio privado, para poderem conversar à vontade. – a Rita diz e eu concordo – Como na tua casa.
- Não! – exclamo de imediato – Tem de ser em território neutro. Não pode ser em minha casa ou na do André. Tu não imaginas o quanto ele pode ser persuasivo...
- O charme dele é assim tanto? – a Rita goza e eu apenas reviro os olhos em resposta – Se for preciso que seja lá em casa, eu empresto-te as chaves.
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Flirtationship | André Silva ✔️
Romance«More than a friendship Less than a relationship» Nota Importante: Nesta história, o André não é futebolista nem famoso. [Terminado a 16 de julho de 2021.]