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» When you really love someone, you risk everything and you don't give up. «

(André)

18 de setembro de 2021

Depois da receção na quinta, todos os convidados dirigem-se ao interior do salão para o início do almoço. Como padrinho do Hugo, eu fico na mesma mesa que os noivos, os pais dos noivos e os padrinhos. Como é a única dama de honor da Rita, a Carolina também fica na mesa, o que acaba por colocar um ambiente estranho entre nós, depois da nossa conversa lá fora.

Apesar de as coisas terem melhorado entre nós, acho que a Carolina continua a não me querer na sua vida e isso é algo que eu tenho de respeitar. Quando eu pude fazer com que as coisas funcionassem com ela, eu deitei tudo a perder e, agora que queria tentar talvez lutar por ela, é ela quem não quer. A vida tem formas bem lixadas de nos ensinar algumas lições...! Mas resta-me aceitar e respeitar a sua vontade, porque a última coisa que eu quero é voltar a magoá-la. Sei que ela não confia em mim – ela própria acabou de mo dizer -, por isso tenho de lhe mostrar que respeito a sua vontade, que só quero vê-la feliz e que, se ela quiser, eu saio definitivamente da sua vida, por mais que isso me possa custar. Quem sabe isso lhe mostre que pode confiar em mim.

As conversas são leves e simpáticas, sobre o casamento, os convidados, os meses de preparativos... O ambiente é animado e o álcool obviamente vai ajudando à festa. Durante o intervalo entre pratos, junto-me a Diogo e Rúben na mesa dos nossos amigos para um brinde e algumas conversas.

- Estive a falar com a Carol há pouco... - o Diogo declara, como se estivesse a desvalorizar o tema, mas fazendo-me obviamente entender que foi sobre mim que estiveram a falar.

- E então? – pergunto, curioso.

- Eu tentei argumentar a teu favor, puto, mas ela é teimosa... - ele responde.

- Ela não é teimosa. Ela tem razão. – assumo, encolhendo os ombros – Não posso julgá-la por ela não confiar em mim, pois não? Fui eu quem instalou essa desconfiança.

- Mas já passou tanto tempo... E tu mudaste, André. Toda a gente viu essa mudança e a Carolina também se apercebeu dessa mudança. – o meu amigo afirma – Acho que ela está a ser um bocadinho cabeça dura ao não querer dar-te uma oportunidade.

- Não importa o tempo que passou, Diogo. Eu fiz asneira da grossa, magoei muito a Carolina e desiludi-a. É normal que ela não esteja pronta para voltar a confiar em mim ou para voltarmos a ser grandes amigos. – contra-argumento – Já tenho muita sorte no facto de ela falar comigo ou sequer olhar para mim. Ela podia simplesmente ter-me excluído por completo da sua vida e ela não o fez. Temos uma relação civilizada e cordial e, neste momento, não posso pedir mais do que isso.

- Posso dar-te a minha opinião sincera? – o Rúben intervém e eu assinto – Acho que te estás a acobardar, André. Okay, a Carolina está magoada contigo, tem razões para o estar e não confia em ti. Até aqui, eu entendo. Contudo, cabe-te a ti ganhar a confiança dela e mostrares-lhe que estás diferente, que estás disposto a lutar por ela e pela amizade dela. E, se realmente gostas dela como mais do que uma amiga, precisas de lhe mostrar isso, de lhe provar o que sentes e de lhe mostrar que estás disposto a tudo para a conquistar. As miúdas gostam de sentir que os rapazes não desistem delas à primeira contrariedade. E a Carol é uma miúda especial, que merece o teu empenho. Por isso, se gostas dela e queres realmente resolver as coisas entre vocês, tens de parar com essa postura passiva e tens de te mexer. Eu entendo que a queiras respeitar e que queiras respeitar a vontade dela, mas, se não fizeres nada, garanto-te que a vais perder para sempre.

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