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To drink ot not to drink?

Reagan
Hoje

A ressaca deveria ser uma velha amiga, mas graça a Deus não somos tão íntimas, creio que minha dor de cabeça é devido puramente a toda merda em que tenho me metido ultimamente, eu espero até mesmo meu mundo rodar quando me levanto da cama, mas nada acontece e a garrafa de uísque na minha frente parece debochar de mim, como se dissesse "ha ha, parece que meia garrafa em menos de uma hora na foi o suficiente Reagan".

Patético, simplesmente degradante, ao chegar em casa não tive nem mesmo tempo de tirar os sapatos quando meu corpo me guiou pra garrafa de uísque, mas minha mente não pareceu lutar contra, simplesmente repassei todos os eventos da noite enquanto bebia sentada na cama, torcendo pra Brina não me encontrar e me ver naquele estado.

Ontem quando disse para Trevor que suas doces palavras eram as únicas coisas que eu queira me lembrar hoje eu realmente quis dizer isso, e suas palavras ainda estão cravadas na minha memória, mas junto com todo o resto da noite, cada porra de segundo.

Sentada na cama agora eu sei que quando cheguei em casa e fui direto para garrafa de uísque, parecia que, enquanto eu colocava todo aquele álcool pra dentro de mim, a noite saia da minha mente por um breve momento, mas agora o álcool já saiu e a noite já voltou.

Suspirando alto eu tomo coragem para levantar da cama, não me olhar no espelho é inevitável, mas tenho medo do que vou ver e com razão. Eu sei que depois da meia garrafa de uísque eu totalmente apaguei, mas minha olheiras estão astronômicas, meu cabelo parece um ninho dourado e meu rímel está todo borrado, e escorreu até minha bochecha, meu batom chega até meu queixo e por um milésimo de segundo desejo que Trevor estivesse aqui ontem para me por na cama e tirar minha maquiagem com toda aquela delicadeza.

Mas pensar nele me deixa, com raiva, não, não com raiva, mas me deixa confusa, porque reagimos daquele jeito ontem, quero dizer, nós poderíamos apenas ter ficado lá e fingir que nos importamos e gostamos um do outro certo? Porque foi o que fizemos né? Fingimos.
Eu já não sei, já não sei mais de nada.

  Eu olho o relógio e são 7:10h, preciso estar no trabalho as 8:20h para encontrar o novo chefe, que irá substituir meu antigo, então logo corro pra me arrumar, ficar bonita não vai ser problema, o difícil vai ser tirar essa expressão de saco cheio da cara.

Eu tomo banho e logo me arrumo, calças jeans, uma blusa colada, jaqueta de couro e saltos altos, quando fico pronta vou pra cozinha tentar fazer um algo pra comer, mas a preguiça fala alto, apenas abro a caixa de leite e dou uns cinco goles. O café em cima da mesa que Brina fez antes de sair de casa me encara e quase sinto o leite voltar, eca, café é ruim de mais.

Mas outra coisa chama minha atenção, o armário de vidro bem atrás da mesa, com infinitas garrafas de vodka, uísque e vinhos. Eu chego a rir, como se tudo o que eu bebi ontem não fosse o suficiente para derrubar dois jogadores de hóquei, patético Reagan, patético você querer se afundar ainda mais em merda. 

Mas não vou negar, a vontade de encher a garrafa de água com vodka passa na minha cabeça mil vezes antes de sair de casa, com o argumento de que preciso desse incentivo para aguentar o dia, mas eu me mantenho forte e ignoro a vontade.  

Eu não posso me tornar uma pessoa inda pior do que sou, e cair nesses pensamentos e comportamento só vai me levar onde não devo ir.