She smells like alcohol!

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          Trevor
   Entro no bar e vejo que não está tão cheio, mas tem tantas pessoas entrando ao mesmo tempo que eu que deve ficar lotado bem rápido aqui.
Tenho uma garota morena muito gata colada no meu braço que não lembro o nome, tenho quase certeza que ela me disse mais cedo mas eu não lembro, tento lembrar mas meu amigo do time acaba me desconcentrando e eu acabo rindo, ao meu lado a morena rir como se ela tivesse entendido algo na piada que eu deixei passar.

Eu logo procuro minha mesa de sempre, ao lado da sinuca e do bar e bem perto de uma televisão para eu poder ver os jogos perfeitamente. Meus amigos do time me seguem, não era para nenhum de nós estarmos aqui hoje, amanhã é dia de jogo então hoje nós não bebemos e como eu sou capitão do time tenho meio que ficar de babá dessas crianças que chamo de companheiros de time.

Eu me sento no banco e converso com meus amigos, a morena que estava comigo já sumiu, agora duas meninas, uma de cada lado estão coladas no meu braço, elas eu conheço, Karen e Amanda,  primas que estavam com Brax quando chegamos.

Eu procuro por ele e o vejo no bar conversando com alguém, instantaneamente me alegro pensando que ele vai arranjar mais uma garota, mas ao ver com quem ele conversa faz meu humor mudar.

Reagan está de frente para ele, eles conversam com os melhores atendentes do mundo Brad e Lizza, eles riem quase que tão alto quanto a música, tento prestar atenção no que eles falam, mas só consigo entender os gestos.

Lizza e Brad se afastam dos dois e eles começam uma conversa séria, provavelmente sobre a merda que ela fez hoje de manhã, alguém me chama e minha atenção é desviada, eu deixo os dois para lá e volto a conversar com Karen, Amanda e meus amigos.

Brax logo volta para mesa, e eu percebo que esqueci meu celular e as chaves do carro dentro do carro, eu saio rápido da mesa e sigo até meu carro. O inverno está quase chegando, as noites já estão congelantes, ainda não está perto de nevar, mas fumaça  já sai da minha boca quando respiro.

Eu pego meu celular e as chaves e volto pro bar, eu vou abrir a porta para entrar mas ao mesmo tempo alguém a abre para sair quase acertando meu rosto mas eu desvio rápido.
- "Me desculpe, eu não!" - Ela para no meio da fala e reformula a frase. - "Ahh é só você, da próxima preste mais atenção na hora de entrar em bares, sempre vai ter um bêbado saindo!"

Reagan não tem a fala enrolada mas cheira a álcool, posso ver que ela não está no pior estado de embriaguez, mas que também não está tão sóbria. Ela passa por mim como se eu não estivesse mas ali, essa é a primeira vez que nos falamos desde ontem no meu apartamento, onde eu disse coisas que deixaram ela irritada.

Eu dou um passo para entrar no bar, ainda olhando para ela, não sei o porque mas uma irritação começa a surgir em mim. Ontem ela estava parada no meio da chuva, hoje de manhã ela fez um showzinho desnecessário na faculdade e agora está aqui no bar, bebendo sozinha para afogar as mágoas dos próprios erros.

Eu pareço não conseguir controlar meus pés, e vou até onde ela está parada na calçada pedindo um táxi, eu pareço não controlar minha língua também, por que me vejo falando contra minha vontade.
"Tem com você estar mais no fim do poço?" - Eu não sei o porque mas segurar a raiva que cresce toda vez que a vejo em situações assim parece impossível, eu tenho mais autocontrole dentro do rinque de hóquei do que quando estou com ela.

Ela me olha devagar, eu a encaro de volta, não tenho motivos para desviar o olhar, sei que estou certo só estou tentando fazer ela perceber isso.

"A minha resposta para essa pergunta seria não, mas já que você está aqui tudo pode piorar." - Ela fala convicta e sei que a minha companhia é realmente horrível para ela.

"Você não tem jeito, fica cada vez pior." - Eu digo sem medo e eu não ligo se ela partir para cima, essa é a realidade, eu já levei socos dela por dizer menos. Seus olhos verdes fervem e sei que ela está a ponto de ficar furiosa.

Dessa vez ela se vira completamente para mim e anda na minha direção com passos duros, tenho a sensação que o chão treme a cada passo dela. Ela para a dois passos de distância, o cheiro de bebida fica um pouco mais forte, seu rosto está vermelho tanto por conta do frio, tanto pela raiva.

"Não me venha com essa conversa Trevor, sei que quanto mais na merda estou mais você gosta." - Ela tem um dedo apontado para mim, sem medo algum, pura raiva. Eu me sinto chegando perto do olho de um furacão.

Eu dou os dois passos que ela deixou de distância entre nós, estamos rosto a rosto, fico quase embriagado com a respiração alcoólica que sai da boca dela e atinge meu rosto.
A rua está vazia, o vento bate nos cabelos longos dela a fazendo parecer pronta para batalha. Estamos na beirada da calçada, nos encarnado de perto, prontos para briga.
A qualquer momento sinto que ela vai fazer algo, como me nocautear. Eu não posso deixar, tenho que me defender ou partir para o ataque.

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