She's shocked!

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Trevor

Ela está de braços cruzados e uma careta raivosa, pronta para me dar um direto de direita bem no meu queixo se eu dizer uma palavrinha errada. Então me mantenho calado. Entro no meu prédio e estaciono o carro. Ela imediatamente desce e vai em direção ao elevador me esperar. Eu vou ao porta malas pegar todo meu equipamento, me estico para pega-los e solto um suspiro de dor. Chego ao elevador e ela aperta o botão, as portas se abrem, e entramos. Ela treme igual aqueles aqueles cachorrinhos nervosos e um pouquinho de culpa me atinge.

Eu joguei água nela e ainda fiz comentários implicantes com ela dentro do carro. Mas me segurar nos comentários foi difícil, todas as vez que vejo ela fazer essas suas gracinhas estupidas, planos mirabolantes e tentativas de desviar a atenção eu me sinto com raiva dela.

Estamos quietos, nenhum dos dois fala uma palavra. É constrangedor. Acho que nunca passamos tanto tempo sozinhos, só nós dois. Ela se abraça tentando diminuir o frio. Minha culpa aumenta mais um pouquinho.

Eu não penso, apenas vou e faço. Chego ao seu lado e ponho um braço ao redor de sua cintura e a abraço na tentativa de aquece-la. Ela fica chocada com o gesto e tenta protestar. Eu a abraço um pouquinho mais forte e não dou a chance dela falar algo. - "Eu talvez esteja me sentindo um pouco culpado. Não reclame." - Ela tenta dizer algo novamente mas a porta do elevador abre. Eu a solto no mesmo instante e ela sai do elevador como se eu fosse radioativo e ele tivesse que manter uma certa distância.

O apartamento que divido com meu melhor amigo Brax está uma bagunça. Cervejas na mesinha da sala, caixas de pizza na cozinha, roupas no chão e até mesmo um pacote de camisinha saí do bolso de uma calça que não sei se foi eu ou Brax quem deixou ali. - "Eu vou aquecer o chuveiro e pegar uma toalha para você. Tem algumas roupas de Kate no meu antigo quarto. Você pode pegar algo lá." - Ela parece chocada e primeiramente eu não entendo o porque, mas sua sobrancelha arqueada em desconfiança me faz entender. - "Não seja tão cínica,eu posso ser gentil com você às vezes."

"Uhum sei." - Ela revira os olhos. - "Lembra daquela vez que você foi gentil?" - Ela faz aspas ao falar a palavra gentil. - "E do nada resolveu me dar um par de patins no Natal e quando eu coloquei eles, estavam cheio de minhocas?" - Ela cruza os braços como se tivesse falado algo que eu não pudesse argumentar contra. - "Ahh Reagan, você vem com essa mesma história todas as vezes." - Eu reviro os olhos em sinal de tédio. - "Claro, você me deixou traumatizada. Eu nunca mais pesquei depois desse dia."

"É, e algumas horas depois você colocou um sapo nos meus patins e ainda por cima quebrou meu stick favorito." - Eu a acuso e ela dá de ombros. - "Você sabia que isso iria acontecer, eu sou boa com vinganças." - Ela se elogia. - "E ver você sair correndo pela casa com medo dos sapos foi hilário." - Ela relembra a minha não tão elegante cena. - " Minha irmã e Brina que o diga. Vocês três passaram o inverno todo rindo de mim." - Ela dá uma risadinha e parte para o quarto da minha irmã.

A lembrança da sua mini vingança de quando éramos crianças me faz pensar no que ela tem planejado para amanhã. Reagan é profissional, ela sabe chamar a atenção dos outros para distraí-los dos verdadeiro problema. Tenho pena da outra menina, que se meteu com um peixe grande de mais, Reagan vai comê-la viva, mas o pior é que sei que Reagan não vai achar graça em nada disso.

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