What a game!!!

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Trevor

O primeiro faceoff do jogo é feito no círculo no meio do gelo. Eu e o capitão do outro time, Nathan O'Rilley, número 37, estamos frente à frente esperando o juiz soltar o puck para o jogo finalmente rolar.

Não nos encaramos, temos apenas o olhar fixo no gelo esperando o momento que o puck irá cair e nós podermos agir. O juiz se prepara mas antes O'Rilley faz um comentário. Nathan e eu temos um histórico enorme de ódio um pelo outro, ele joga sujo de todas as maneiras e não vai se hoje que ele vai decidir ter um jogo competitivo mais saudável, mas vai ser hoje que vou jogar da maneira dele, ele só precisa esperar um pouco.

- Ela já é gostosa pra caralho normalmente, mas de patins a bunda dela fica ainda mais empinadinha! - Ele se enche de esperteza achando que o comentário vai me distrair mas acaba prejudicando ele mesmo porque o juiz solta o puck e eu o jogo mais rápido fazendo ele ir pro meu companheiro.

O jogo segue sem que eu e O'Rilley nos enfrentamos novamente em nenhum faceoff, apenas roubadas de puck e alguns hits e ele não soltou mais nenhum comentário sobre Reaves, o que me deixa aliviado porque mesmo não querendo admitir me incomodou sim o que ele falou sobre ela, porque me fez pensar se não foi ele quem pediu para ela fazer o puckdrop.

Ao longo do primeiro período nossa estrategia é estudar o adversário e fazer gols, nada de muita confusão. Então nós seguimos o plano, nos jogamos concentrados e com garra, não cedendo as provocações.

O período passou rápido, já está quase acabando e não fizemos gol algum, apenas hits, cotoveladas e xingamentos que só fizerem nossa vontade do gol aumentar. Estou no banco esperando minha vez de voltar pro gelo, olho pro cronometro e vejo que faltam três minutos. Ótimo, no hóquei três minutos e mais que o suficiente mas também passam rápido.

A linha que está no gelo vem para o banco e eu volto pra ação. Logo ao entrar eu já pego o puck e vou para minha zona defensiva, meus colegas me seguem, deixando apenas Andrey, nosso terceiro melhor jogador, perto do gol adversário.

- Vamos fazer aquela jogada que treinamos! - Eu falo rápido ao contornar o gelo e passar perto de Gus, ele me segue evitando que qualquer um chegue perto de mim, eu disparo, agora é eu contra o relógio. Atravesso o gelo inteiro e como planejamos Andrey está na cara do gol, apenas ele e goleiro, eu passo o puck para ele, que pega de primeira e põe no gol.

A torcida pula dos bancos e ele vem em minha direção comemorar, nós nos abraçamos e meu peito enche com ego e satisfação, é pra isso que eu treino. Para ganhar.

Na comemoração eu passo ao lado de O'Rilley e o provoco - Foi com essa jogada que Reaves ganhou seu time feminino algum tempo atrás capitão, quer ela no gelo mesmo assim? Porque acho que ela iria acabar com você! - Eu gargalho e ele sai de perto de mim furioso.

O sinal toca e o fim do primeiro período é anunciado, nós saímos do gelo em puro êxtase e eletrizados, loucos por mais disso.

    Reagan


     A torcida aí meu redor é ensurdecedora, mas ela só está reagindo ao que está acontecendo no gelo.
   O segundo período começou como o primeiro, os jogadores mais concentrados no jogo e às vezes alguns hits leves, cotoveladas e xingamentos aqui e ali. Mas agora aumentou, os hits estão mais pesados, os cotoveladas deram lugar aos empurrões e de vez em quando um stick no capacete o nas pernas, xingamentos agora são trocados a todo minuto e o número de penalidades aumentou consideravelmente.

E é isso que está acontecendo agora, um cara do time adversário empurrou Gus, do nosso time, pelas costas e o juiz tirou ele do gelo por dois minutos, então estamos na vantagem com um jogador a mais, estamos no powerplay, mas perece que não funciona nada. Porque apesar de termos um jogador a mais o time não faz um gol e os dois minutos de penalidade do outro time acabam.

O jogador penalizado entra de volta no gelo, ninguém nem o nota. Ele rouba o puck de Charlie, nosso defensor e patina sozinho pro gol, ele dribla Brax e faz o gol.
A torcida vaia mas o time adversário comemora.

Faltam segundos para o fim do período, e o time adversário tem a posse do puck, eles recuam para longe do gol porque nossa defesa está fechada demais, então eles tentam atirar o puck de longa distância. Mas no caminho o puck encontra Trevor, que bloqueia o puck com o próprio corpo e impede que ele chegue no gol.

Mas quando o puck encosta nele, ele imediatamente cai no chão, com as mãos no rosto, o juiz para o jogo e o time vai ajudá-lo, quando ele levanta consigo ver pingos de sangue no chão, ele patina para os bancos de pressa, sai do gelo e depois segue para o vestiário. Tudo acontece rápido demais, o jogo já recomeçou e eu ainda estou com a respiração presa desde o momento que em que Trevor caiu no gelo. Será que ele está bem?

E agora o período acabou, 1x1, e por mais que eu odeie admitir eu estou na beirada do assento querendo mais disso tudo. A sensação de adrenalina é tão familiar que eu respiro fundo recuperando todo o ar que perdi durante o primeiro período.

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