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Why I don't have a fucking umbrella?

Reagan

O elevador não tem espelho e respiro aliviado por isso, porque se me olhasse no espelho agora eu iria querer dar um murro na minha própria cara linda.

Me foco em tentar achar um táxi e pego meu celular para tentar ligar para um, ou talvez para Loius o mordomo da minha família, mas adivinha? Estou sem a porra de bateria.
A porta do elevador se abre e decido ir para a rua já que a tempestade por algum milagre parou e esperar um táxi passar.

A minha sorte é que no momento que saio para a rua um carro vira a esquina, chego  mais perto da pista para o taxi me ver, mas burra que sou percebo que o carro não é amarelo como um táxi deve ser, mas percebo isso tarde demais...

"VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO?" - Eu grito da calçada na mesma hora em que a água empoçada da rua é jogada com tudo em mim quando o carro passa por mim. Meu jeans, meus coturnos, minha jaqueta preta e um pouco do meu cabelo e minha toca de frio vermelha estão molhados.
Esse definitivamente não está sendo meu dia, minha semana, meu mês ou ano, porque tá foda cara.

Eu me mexo como um cachorrinho que acabou de sair do banho para tirar o excesso de água, e vejo o carro vindo de ré em minha direção. - Eu juro que se esse carro jogar água em mim de novo eu mato ele com minhas próprias mãos." - Penso alto e a esse ponto eu acho que sou capaz disso sim. O carro para bem na minha frente e o motorista abre a janela do carona. Quando eu vejo quem está dirigindo eu tenho certeza que não vai ser um problema tentar um homicídio aqui.

"Ahh mas é claro que é você, quem no mundo poderia deixar minha noite pior?"- Aposto que ele pode ver fumaça saindo dos meus ouvidos. Ele dá uma risada e faz uma cara de dor depois provavelmente por conta de um machucado do lado da boca e diz. -
"Acho que seu carma bom me trouxe aqui hoje para te salvar Reagan, então não seja mal agradecida" - O deboche em sua voz é claro, o sorriso que ele tem no rosto me irrita profundamente.
Travor Colten, claro. Quem poderia tornas as coisas mais ruins ainda? Ele é o capitão do time de hóquei da faculdade, todas as garotas que possuem um par de olhos funcionais querem ele. Eu conhece ele durante a minha vida toda e acredite em mim quando eu digo que ele não é essa coca-cola toda. Nosso pais se conhecem desde sempre e são inseparáveis mas comigo e com Travor as coisas não podiam ser mais o contrário.

"Sem gracinhas Colten, estou a dois passos de cometer um homicídio bem aqui e todos nós sabemos muito bem que meu carma bom é quase inexistente" - respondo séria e ele ri novamente. Eu não vejo graça em porcaria nenhuma aqui. Quero dar um soco bem em cima da covinha em sua bochecha esquerda que aparece toda ver que ele rir.

"Vamos entre no carro, você está tremendo tanto de frio que parece que vai quebrar"

"Eu não estou tremendo" - grito de frustração, estou encharcada e sim, estou tremendo, mas acho que é mais raiva do que frio (mentira minha bunda está congelando aqui). Ele recua um pouco dentro do carro com meu grito.

"E nem pensar que vou entrar no carro com você" - Aponto para ele com desprezo. - "Vou ligar pro Louis, tenho certeza que ele viria me buscar na hora." - Ele revira os olhos e passa as mãos no cabelo curto e depois pela barba grande em um gesto dramático e teatral. - "Vamos lá Reagan, nós dois sabemos o quão teimosa você é, mas se nossas mães descobrirem isso, elas vão me matar por eu não ter te levado pra casa e você também, por não ter aceitado minha carona, e não quero ouvir reclamações por sua causa."

Mas é claro que suas preocupações são consigo mesmo. - "Ahh e minha pobre alma achou que você estava preocupado comigo." - Eu estou me segurando para não bater nele. Fazer alguns movimentos para aquecer o corpo.

"Não dificulte as coisas Reagan. O carro está quente e eu tenho uma jaqueta extra aqui." - Ele vira para o banco de trás com uma careta que parece ser de dor e pega uma jaqueta do time igual à dele. Merda a jaqueta parece quentinha.
"Não vai ser o fim do mundo se você entra no carro." - Ele fala me desafiando.

Eu me abraço para parar de tremer um pouco. Mordo minha língua e viro a cabeça num gesto pensativo e debochado. - "Acho que vai ser sim." - Minha resposta o deixa um pouquinho irritado, sua usual feição brava fica mais séria ainda.

Ele parece ter uma ideia e dá um sorrisinho. - "Não me faça descer do carro e tirar uma foto sua nesse estado."

E com esse comentário ele me venceu. Eu é que não vou ficar aqui com a bunda congelando. Mesmo que minha carona seja ele.