Pour me a glass.

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    Reagan

"Eu devo chegar em casa em algumas horas, não se preocupe." - Eu aviso Sabrina pelo vidro do carro, ela me pergunta se tenho bateria no celular eu digo que sim e ela vai embora.

Eu me viro para frente do bar e não sei se fico feliz ou triste por ele estar vazio. O nome do bar é EmptyNet e é claro um bar de hóquei e como hoje não tem nenhum jogo ele está quase vazio, por um lado é bom não estar lotado como geralmente está, muito barulho, muita bebida, muita gente e muita briga mas é meio deprimente vim num bar vazio bem na quinta à noite, mas como eu faço isso regulamente eu entro sem nem pensar duas vezes.

O bar está quente e tem todas as televisões ligadas em canais esportivos, algumas pessoas jogam sinuca, outras estão no balcão ou em mesas bebendo, reconheço alguns da faculdade e reviro os olhos, provavelmente vão achar que vim aqui da afogar as mágoas, o que é realmente o que vim fazer.

O atendente do balcão logo me vê e abre o sorriso sedutor que ele sempre tem no rosto, não sei se ele gosta mais da minha companhia ou das minhas gordas gorjetas. - "Pode tirar o cavalinho sorridente da chuva Brad, nem sequer trouxe minha carteira." - Eu falo ao me sentar nas banquetas confortáveis no balcão, seu sorriso se abre mais, os olhos azuis se fecham quando ele rir. Ele já me ganhou noites a fio sorrindo desse jeito, o cabelo loiro e o corpo maravilhoso ajudaram também.

"Uma pena você achar que eu te vejo como uma carteira ambulante." - Ele tem um pano no ombro e já vai pegando a garrafa de cerveja que eu sempre peço. - Me ponha um copo de bourbon hoje Brad." - Peço antes dele pegar a garrafa.

"Uh, então hoje foi um dia daqueles em?" - Ele se vira pegando um copo e o colocado no balcão. - "Pode tirar o cavalinho da chuva de novo, hoje é daqui para o meu apartamento." - Eu enfatizo na hora de falar pra onde vou depois.

"Uma pena você achar que eu te vejo apenas como uma transa com boas gorjetas." - Eu reviro os olhos já bebendo um gole do bourbon que ele acabou de por no copo. O comentário foi totalmente inocente mas não deixa de descrever exatamente como são algumas noite quando eu venho aqui para afogar as mágoas e esquecer as coisas.

"Já que você parece que foi atropelada por um zamboni vou deduzir que, ou você visitou sua família ou teve um dia de merda no trabalho." - Ele está apoiado no balcão esperando atento eu desabafar sobre meu dia.

"Fui visitar minha família e tive um dia de merda na faculdade." - Ele parece curioso, Brad tem vinte e seis anos, não está mais na faculdade, quer dizer, nunca soube se ele fez faculdade, por isso ele não deve saber do que houve hoje mais cedo.

Eu falo todo o meu dia para ele, ele não parece nem um pouquinho surpreso. Já contei tantas maluquices e ele já deve ter ouvido tantas que nada deve o surpreender. - "E agora vim aqui afogar a vergonha e culpa na bebida."

"Uma hora não vou te servir mais nada, você não pode vim aqui beber toda vez que se sentir mal." - Ele me dá um sermão e eu o dispenso com um gesto. Ele vai servir outros clientes e eu fico ali sentada bebendo e pensando.

Em algum momento Brad fica livre e consegues vim conversar comigo novamente, ele se recusa a encher meu copo de novo então eu chamo a outra atendente do bar. Lizza vem sorridente, seu cabelo hoje está azul, e seu decote é enorme. - "Minha cliente favorita, quanto tempo não te vejo senhorita Confusão." - O bourbon fez efeito rápido no meu sangue, ouvir o  apelido que Trevor me deu geralmente me faz fechar a cara mas agora eu rio como boba, o álcool já está fazendo o efeito que quero.

"A saudade estava grande Liz, suas mãos mágicas fazem drinks maravilhosos para eu ficar muito tempo sem vir aqui." - Eu venho ao bar praticamente dia sim e dia não, mas nós últimos sete dias vim aqui apenas duas vezes, o que para Brad e Liz é anormal.

"Mas vejo que hoje irá ficar só no bourbon, nada de drinks da Lizza hoje." - Ela fala divertida enquanto faz uma mistura de frutas e vodca em um copo. - "O dia que tive hoje pede uma bebida mais forte Liz." - Falo com a língua já enrolada por trás do copo.

"Então acho que vou te servir mais um copo, porque você vai precisar." - Ela termina de falar e aponta com o queixo para porta, eu me viro no acento com o copo na mão para ver o que é, dou um gole que acaba com toda a bebida no copo ao perceber quem é.

Trevor entra no bar, ele ri alto de algo que alguém falou, tem uma menina de mãos dadas com ele, ela ri histericamente, como se a piada fosse bem mais engraçada para ela do que para ele. Três jogadores do time de hóquei entram com eles, algumas outras meninas e caras, Brax vem logo atrás com duas garotas de cada lado, eles riem baixo como se tivessem um plano.

Trevor e a garota passam direto por mim, os meninos do time me cumprimentam com sorrisos e acenos, eu mando um beijo para eles. Brax logo me vê e despensa as garotas para vim falar comigo.

Ele chega e logo me dá um abraço, não nos vimos hoje na faculdade, sei que sua língua coça para falar sobre o que aconteceu mas ele sabe que não gosto de falar sobre essas coisas.
- "Veja Brad, se você não tem a cliente mais gata e rica de toda cidade, se casasse com ela não teria que trabalhar pelo resto da vida." - Ele mantém um braço em minha cintura me abraçando de lado, ele não tem uma cerveja nas mãos como alguns outros caras que chegaram com ele, amanhã é dia de jogo.

"Não preciso de casar Brax, com o tanto que Reagan vem aqui eu tenho quase todo o dinheiro que preciso para não trabalhar mais na vida." - Ele responde, Brax e Lizza que está ali ao lado servido outras pessoas morrem de rir. - "Eu também estou quase perto de me aposente só com as gorjetas da Reagan." - Lizza diz

Eu mostro meu dedo do meio para os dois e espero Brax parar seu ataque de riso.
"Vocês vivem as minhas custas, vou parar de vim aqui e ir á outro bar." - Falo fingindo estar revoltada.
"Aposto que esse aqui falirá." - Brax fala todos caímos no riso.

Conversamos mais um pouco até Brad e Lizza voltaram ao trabalho, Brax pediu uma cerveja, mas não o vi dar um gole até agora, já eu nem sei em qual copo já estou, talvez o quarto.
"É então, como você está?" - Ele pergunta meio vago, como se tivesse falando de qualquer outra coisa menos sobre o que eu fiz e a aposta.
"Estou bem, ela sabia o que estava por vim e das consequências, tenho que admitir que deixou tudo mais fácil." - Eu minto, só deixou mais difícil, fiquei querendo saber porque ela fez o que fez sabendo que eu iria fazer algo.

"Então você vai mesmo ao jogo." - Ele pergunta incrédulo. "Sim eu vou." - Eu respondo como se ir ao jogo fosse minha atividade favorita e me perguntar se eu vou fosse um absurdo.

"Se te fez se sentir melhor eu dei um hit no Mason que fez ele ficar fora durante dez minutos do treino por estar sentido dor." - Ele fala solidário. Eu rio e desço para abraçá-lo.

"Você precisa de carona para casa?" - ele pergunta. - "pode deixar, eu pego um táxi, assim você não precisa ir lá e depois voltar." - "Ei, isso não é problema." - Ele fala na defensiva, e eu sei que não seria problema algum, ele faria qualquer coisa que eu pedisse, mas só quero ir para casa sozinha, sem precisar falar mais nada com ninguém, nem mesmo meu melhor amigo.
"Eu sei que não é Brax, mas está tudo bem." - Eu dou um sorriso e ele relaxa.

"Tudo bem então, acho que se você não quer carona o meu plano com as duas garotas e Trevor ainda está de pé." - Ele faz uma cara safada e eu faço uma de nojo não querendo imaginar o que eles vão fazer.

Eu dou um abraço forte nele e ele volta para o grupo com quem ele entrou. Eu pego meu celular no balcão e me viro para ir embora.
"Na conta de quem eu boto os seus bourbons de hoje senhorita Reaves?" - Ouço Brad me pergunta do balcão.
Eu olho para onde risadas altas chamam minha atenção, um cara em particular se destaca, ele diz algo que faz todos rirem, duas meninas agarram o braço dele, ele termina de falar e sai dali rápido.

Eu nem me dou o trabalho de olhar para Brad quando digo - "Pode por na conta do Colten."

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