eu estou completamente apaixonado por você

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Eu e Taeyong dormimos tarde ontem à noite. Nos beijamos bastante. Bastante. Bastante. Muito. E ficamos abraçados na cama fazendo cafuné um no outro. Foi muito gostoso. Mas eu caí no sono primeiro, então não me lembro do que houve depois que ele começou a esfregar as pontinhas dos dedos no meu couro cabeludo. Mas me senti bem. Me senti tão bem após tanto, tanto tempo... Estou tão apaixonado. Tão apaixonado. Eu nem sei para onde ir. Sinto-me perdido.

E perdido acordo, ainda cansado, ao lado dele. Ele e suas pálpebras fechadinhas, a expressão leve e serena, e sua mandíbula mais travada e o braço apertadinho ao redor do meu. Ele está dormindo mesmo. Eu confesso, não vou omitir, que abraço-o um pouco e cochilo por alguns minutos. Está escurinho no quarto e gelado, respectivamente causados pela cortina fechada e ar-condicionado.

Encaro seu rosto, meu coração está a mil. Talvez porque eu sinto-me em êxtase por estar num patético grude por ele ou porque gosto de ficar vendo seus detalhes. Passo os olhos nos fiapinhos que estão crescendo no queixo, porque Taeyong é preguiçoso e só faz a barba quando já está bem perceptível de longe. Ele é a única criatura bagunceira e preguiçosa que tem meu coração por inteiro. Às vezes sinto vontade de gritar e colocar ele no lugar. Mas sei que não vai adiantar.

Ele geme e move um pouco a cabeça, também empurrando o abdômen contra o meu. Está acordando. Está tudo bem. Estico a mão para tocar seu rosto, eu acaricio com calma e serenidade. E eu me lembro que ontem eu quis algo a mais que apenas beijos e carícias, porém percebi que o que fazíamos viria a ser mais gostoso. Eu nunca gostei tanto de grude se não fosse encontrar o pote de ouro detrás do arco-íris — se é que venha a entender-me. Mas, querido, aqui estou eu olhando com os meus próprios olhos todas as palavras ditas por mim voarem por entre as cortinas, assustadas, pois o dono ousou renegá-las.

— Ai — ele abre os olhos e me encara, após bastante tempo. Quando vê que estou encarando seu rosto, joga a cabeça debaixo do travesseiro. — Ten, eu estou muito feio... Não olha pra mim, não!

Começou a palhaçada...

— Se você ficar de drama, eu vou embora sem falar com você — arranco o travesseiro do seu rosto e pego-o rindo.

— Vai cutucar a ferida mesmo, Chittaphon? — ele tenta esconder o rosto entre as mãos, deslizando o corpo pela cama.

— Deixa de drama, Taeyong... — eu seguro suas mãos e faço-o me olhar nos olhos. — Bom dia pra você.

— Bom dia — ele ainda sorri. — Você está fofo, tão bonitinho... Ficou me olhando pra ver quão esquisitinho sou, é?

— Ah, vá pra puta que pariu, viu? — eu lhe dou uns saculejos, porque... Porra, um dos homens mais bonitos da Terra falando um negócio desse é inadmissível! — Se falar isso mais uma vez, eu vou meter na tua cara tanta porrada que você vai ficar com medo de se olhar no espelho pelo resto da vida!

— Caralho, Chittaphon... Precisava disso não... — ele encolhe os ombros, eu aproveito para abraçá-lo. — Da próxima vez fala assim: "amor, você é lindo".

— Eu nunca vou te chamar de amor — lhe dou um beijo na bochecha.

— Que romântico — ele ri e aperta os olhinhos.

Ergo-me para sair da cama e puxo ele comigo, porque aparentemente os efeitos de ontem à noite ainda estão em mim. Sinto-me bem e leve, com seus braços ao redor da minha cintura e seu rosto bagunçando meu cabelo. Eu faço sua barba, ainda que ele reclame. Ele reclama e eu reclamo da suas reclamações. E ficamos nós dois reclamando um do outro, entre lâminas e cremes e escovas e sabonetes. Vamos tomar banho e ele brinca de fazer esculturas no meu cabelo de shampoo, mas sempre cai e ele refaz outra vez.

thé et fleurs༶✎༶tae. tenOnde histórias criam vida. Descubra agora