Como era de se esperar, logo cedo vieram algumas empregadas para me ajudar a tomar banho. Elas fizeram o mínimo de barulho possível, mas eu tinha um sono muito leve. Fiquei irritada com tudo aquilo, mas elas nem me ligaram e foram preparando o banho com essências aromatizadas. Eu estava paralisada sem saber o que fazer. Por Allah, não pode ser verdade que querem mesmo me dar banho de novo... Vou perder toda minha privacidade. Comecei a chorar baixo para que elas não percebessem.
Camila: Pronto, comadres, podem sair. Todas as gazelas ficarão sob minha responsabilidade agora, chega.
Dassy: Muito obrigada. Já estava nervosa com tudo isso. Obrigado por vir, só conheço você e sinto que posso confiar. Eu não estou entendendo por que tudo isso, me explique. Se não, ficarei louca. Me ajude.
Camila: Calma, o Sheik Omar vai recebê-la e poderá tirar todas as suas dúvidas. Relaxe. Agora, vamos aproveitar o banho relaxante que as comadres prepararam e saiba que sempre terá elas para fazerem isso, esse é o trabalho delas. Hoje te salvei delas, mas nem sempre será assim, gazela. Permita-me dizer que sua cor parece de uma deusa, tem muito que agradecer quando orar e é linda demais. O Sheik vai enlouquecer... kkkkkk
Dassy: Muito obrigada, é muito gentil. Quanto ao Sheik Omar, ele é um grosseiro e machista. Mas meu tio Tariq vai me salvar.
Camila: Pobre de você, Dassy, ninguém poderá contrariar a vontade do soberano. Agora, tome seu banho. Vou procurar uma roupa adequada.
Não pude responder e fui tomar meu banho. Depois ouvi vozes no quarto. Era o Mussa. Como sou boa em reconhecer vozes, percebi que ele estava bisbilhotando. Que falta de respeito, pensei sozinha.
Dassy: Estou saindo do banho.
Entrei no quarto e encontrei Camila com outra moça jovem. Não entendi nada e fiquei em silêncio.
Camila: Antes que pergunte, ela vai pentear seus cabelos e fazer maquiagem em você, para ficar ainda mais bela como uma ninfa.
Ela saiu do quarto e a moça ajudou-me a vestir um lindo vestido longo azul claro e, depois, fez minha maquiagem, deixando-me parecendo uma princesa árabe. A moça saiu, deixando a porta aberta. Meu instinto falou mais alto e eu saí do quarto sozinha. Eu ouvi passos e encostei-me numa parede, sem saber que era uma porta secreta. Entrei para me esconder e ia sair assim que ficasse em silêncio. Esperei um longo tempo e não ouvi mais vozes, então pensei que poderia sair. Tentei vezes sem conta abrir a porta, mas nada aconteceu.
Eu saí do quarto gritando por socorro porque já temia a reação do sheik.
Camila: Socorro, venham aqui! A gazela sumiu do quarto, me ajudem, por favor!
Raj perguntou o que aconteceu e pediu para que Camila explicasse com calma.
Camila disse que a gazela estava se preparando para se juntar ao Emir, e ela deixou a maquiadora terminar o serviço dela enquanto foi se certificar de que tudo estava pronto para voltar e buscá-la. No entanto, a porta não estava trancada, pois as chaves estavam no bolso de Camila. Ela temia que seria banida por essa falha e que teria trazido desonra para sua família. Camila chorava tanto que dava pena.
Raj emitiu um comunicado para que todos do palácio procurassem pela gazela e informassem quando a encontrassem. Ele também sabia que teria que informar o sheik, que já estava agastado pela demora. Raj bateu na porta da biblioteca e recebeu permissão para entrar na sala. Ele ordenou que todos saíssem da sala, e o sheik olhou diretamente para ele.
Omar perguntou: Onde está a gazela?
Raj: "Ela desapareceu do quarto. Estamos procurando por todo o palácio, não se preocupe.
O emir, enfurecido, lançou o copo de uísque, fazendo um barulho por toda a sala. Estava descontrolado e começou a gritar como uma fera.
Omar: Você sabe que ela pode morrer dentro desta casa sem ser encontrada. Desapareça das minhas vistas, só volte com ela são e salva. Se não, haverá muitas mortes. Sai daqui...
Ao sair da sala, apenas se ouviam gritos de fúria e louças quebrando. O sheik estava descontrolado, nunca havia sido visto assim, pois sempre foi frio em todas as atividades do dia a dia. Nos corredores, havia agitação entre os empregados e guardas. Já havia passado duas horas desde o seu desaparecimento.
Dassy: Estou aqui, me ajudem por favor. Tenho medo do escuro, que Allah me proteja e cuide da minha mãe em especial, minha família e amigos. Desta vez, não vou escapar.
No quarto, o emir ainda esbravejava e, tentando se controlar, ouviu o bater da porta.
Omar: Pode entrar.
Era Mussa e Raj, pois estavam preocupados com ele e não sabiam como acalmá-lo, mas tinham que tentar.
Mussa: Calma, o que se passa, Omar? Estamos muito preocupados.
Omar: Não sei, meus amigos. Peço desculpas, Raj. Meu coração está descontrolado. Acho que caí na minha própria armadilha, pois meu amor está com aquela gazela brava.
Abraçaram-se e o emir se acalmou, pois com eles podia ser ele mesmo, sem arrogância.
Raj: Você realmente caiu na sua própria armadilha. Calma, irmão, vamos conseguir salvá-la. Não estou zangado com você, relaxa.
Pediu-lhes que se retirassem, pois queria orar. Então, assim o fez e se acalmou bastante, sabendo que tudo tem um propósito e que o destino a ele pertence.
Já havia passado mais de seis horas, e Dassy decidiu andar para tentar encontrar uma nova porta. Andou por duas horas e chocou-se com uma parede. Tirou a sandália e começou a bater. Já estava desidratada e cansada de tanto bater nas paredes.
Algo perturbou a oração do emir. Será que o barulho vem de onde ela está?
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Como enlouquecer um Sheik Árabe!
RomanceAqui haverá muito sedução e desafio às culturas árabes. Pois, por um infortúnio do destino, uma jovem médica cairá nas mãos de um Sheik tirano e atraente demais para resistir. Mas o Sheik não sabe que o destino já estava escrito há muito tempo. A jo...