A viagem

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Dassy

Durante muito tempo, meus amigos e eu planejamos uma viagem para conhecer o Oriente Médio, a região de onde vêm minhas raízes maternas. Meu tio Tariq, irmão mais velho da minha mãe, ainda mora lá e é um dos conselheiros mais fiéis do Sheik Omar.

Meu tio era um verdadeiro muçulmano, mas como minha mãe se casou com um estrangeiro, ele tentou se abrir um pouco para o mundo ocidental. Eu o achava o máximo, pois ele sempre me chamava de sua princesinha Ndindassy, e quase nunca pelo meu nome tradicional do povo do meu pai, da parte sul da África.

Meu nome era em homenagem a uma rainha muito inteligente, linda, guerreira e respeitada pelo seu povo. Deram-me esse nome em homenagem a ela, pois os médicos haviam dito aos meus pais que eles nunca teriam filhos devido à condição de saúde da minha mãe.

Certo dia, meu pai sonhou com a rainha dizendo que abençoaria ele com uma filha, a quem deveria dar seu nome e sua homenagem. Ao acordar do sonho, contou à minha mãe, e eles riram, já que eu tinha sido concebida na noite anterior. Minha mãe compartilhou o sonho com meu tio Tariq, que teve um pressentimento positivo e sorriu.

Meus amigos me chamavam de Dassy, e nunca conseguiam me chamar pelo meu nome completo. Eu era uma morena alta com seios avantajados, curvas que deixavam qualquer um louco, olhos azuis e lábios próprios para beijar, mas me vestia como uma velha, pois nunca deixava nada se mostrar. Por minha escolha de vida, decidi ser muçulmana como minha mãe e seguir a religião, mesmo tendo nascido e crescido em Los Angeles.

Formei-me em Medicina aos 23 anos e terminei o curso como a melhor da classe médica, recebendo um prêmio de 15 mil dólares pela Universidade. Foi a partir daí que a viagem começou.

Sheik Omar

Ele era conhecido como um homem jovem e forte no meio do clã e muito respeitado no mundo dos negócios, já que parecia que tudo que ele tocava virava ouro ou máquina de fazer dinheiro. Mas o tempo era curto para a tomada de decisão em relação ao casamento, apenas um mês.

Ele nunca cogitou a ideia de casar, apenas queria herdeiros e nada mais. Era mulherengo e frequentava casas de sexo, onde apenas homens com dinheiro iam para relaxar. Sempre viu as mulheres como objeto de desejo sexual e usava-as de forma abusiva, mas era muito generoso com os pagamentos em dinheiro ou joias.

Cada dia vinham mais pessoas tentarem oferecer suas filhas lindas e jovens para ele, mas nada parecia agradá-lo. Os dias foram passando, e ele não encontrava uma noiva adequada, o que começou a chatear o clã de sheiks, que esperavam que ele casasse para que fosse oficialmente coroado rei do clã.

Dassy

Junto com Flavia, Papsi, Fatima e Agostinho, seus amigos e colegas de turma, chegaram a Dubai por volta das 13 horas.

Logo que saíram do aeroporto, sentiram um calor intenso. Todos cansados, encontraram uma van de táxi e deram a indicação do endereço da casa do tio Tariq.

O motorista nos informou que a viagem duraria cerca de 4 horas. O motorista simpático parou para que pudéssemos fazer um lanche rápido e seguirmos viagem até a casa do meu tio. Durante a viagem, falávamos em árabe e eu traduzia em inglês para meus amigos tudo o que contava sobre os lugares que passávamos, tudo muito bonito e a cidade super moderna.

Chegamos a um lugar e Agostinho, que vinha desde Los Angeles bebendo cerveja, quis urinar e pediu para o motorista parar o carro. Ele desceu aflito e começou a urinar enquanto a comitiva do sheik passava. Eles vinham de uma inauguração de um abrigo para refugiados. Sem perceber, fomos cercados pelos seguranças e o motorista e Agostinho foram amarrados sem direito a falar.

Nós, as meninas, fomos tiradas do carro e inspecionadas pela guarda feminina. Entramos em pânico sem saber o que fazer. O motorista tentou falar, mas mandaram calar a boca e apontaram uma arma pequena para ele e Agostinho. Eu, sabendo de algumas leis daquele país, sabia que eles seriam executados ali mesmo, sem direito a julgamento.

Tentei pensar em algo e não conseguia. Foi então que lembrei que geralmente é o sheik quem dá a ordem para a execução. O segurança, que usava um termo diferente dos demais, abriu a porta de um dos carros, o mais luxuoso BMW que eu já tinha visto, de onde saiu um homem alto, atlético e lindo de morrer. Seus olhos azuis eram mais visíveis porque ele havia pintado o resto do rosto de preto para afugentar o mau-olhado.

Tudo ficou em silêncio e fiz um esforço para me libertar das seguranças. Agarrei a túnica do homem chorando e pedindo clemência pelas vidas dos dois. Pedi perdão aos senhores do tempo, das montanhas e do deserto. Disse que dariam minha vida e minha inteira devoção pelo resto dos meus dias se perdoassem meus amigos, meu sheik.

Quando as guardas tentaram me arrastar, ele apenas levantou um dedo e todos paralisaram, sabendo do que ele era capaz se alguém se movesse.

"Levante-se já" Ele disse com um ton autoritário.

Foram apenas estas palavras que ouvi, e eu logo me ergui sem olhar nos olhos dele, com medo da punição severa.

Como enlouquecer um Sheik Árabe!Onde histórias criam vida. Descubra agora