Alice nunca esteve em uma loja de ferramentas e máquinas antes. Nem seu pai nem seu marido eram do tipo que costumava fazer consertos ou reparos em casa. Por isso, a loja em Gabriel Crossing lhe parecia algo que ela tivesse visto apenas em filmes. Na varanda do armazém estavam dois homens de cabelos grisalhos sentados em um banco e um deles tentava solucionar as palavras cruzadas apresentadas em um jornal enquanto o outro o ajudava com palpites. Um deles, que parecia ser o dono da loja, assim que avistou Victor se ergueu e ambos trocaram um aperto de mãos.
- Já fazia algum tempo que eu não o via! - o homem exclamou. - Já estava começando a achar que você finalmente tinha desistido daquela velha casa e voltado para a cidade.
- Nunca! Eu sempre termino o que começo, Pat. Além disso, alguém tem que manter a loja em funcionamento.
- Não posso dizer que isso não me agrade. - Os olhos do homem se enrugaram num sorriso satisfeito.
Victor girou a cabeça na direção de Lauren e declarou:
- Esse é Pat Montgomery, o dono do armazém.
- Prazer em conhece-lo, sr. Montgomery - Lauren falou com um sorriso cordial.
- Por favor, não há necessidade de formalidades comigo. Diga apenas Pat - o homem revelou e depois de lançar um olhar especulativo para os dois, perguntou: - Vai ficar por mais algum tempo visitando Gabriel Crossing?
- Na verdade, eu me mudei para a região. Pelo menos temporariamente.
- Alice alugou a cabana que fica na minha propriedade - Gavin esclareceu.
- Não me diga! - O homem ergueu as sobrancelhas e os lábios se curvaram num sorriso insinuante.
Alice sentiu as faces esquentarem. Ela sabia o que ele deveria ter pensado e imaginou como seria se a gravidez já estivesse evidenciada.
Felizmente Victor a socorreu:
- Alice está tirando um descanso da atribulação da cidade e seu marido logo virá lhe fazer companhia.
Alice deixou Victor falar o que achava porque não era de sua natureza mentir ou omitir a verdade. E permanecer calada parecia a coisa mais certa a fazer naquele instante. Por isso, quando Pat lhe disse que tinha certeza de que seu marido iria gostar de Gabriel Crossing, ela apenas assentiu com um sorriso.
- As tintas ficam no final daquele corredor. - Victor apontou com um dedo um canto distante do salão. - Eu vou lotar o porta-malas da caminhonete com as coisas que preciso enquanto você seleciona as cores que gostar.
- Tudo bem.
Depois de passados uns vinte minutos, Alice pressentiu que Victor estava logo atrás dela. Ela não tinha ouvido seus passos, mas sentira o perfume do xampu com que ele enxaguara os cabelos. Embora ela não soubesse a razão, o fato de sentir Victor por perto lhe dava uma sensação de segurança e bem-estar. Outros atributos que desfilaram em sua mente, ela se recusou em considerar.
- Eu estou em dúvida entre esses dois tons - falou Alice antes de girar o corpo. - Ouvi dizer que o verde é uma cor relaxante e perfeita para estimular uma boa noite de sono. Só não sei se devo levar um tom mais claro ou outro mais escuro.
- Uma das paredes do meu quarto está pintada de vermelho. Mais propriamente um tom rubro. Eu estava imaginando o que essa cor deverá estimular - ele comentou com um brilho divertido no olhar.
Ela percebeu a insinuação de malícia e evitou a resposta que surgiu de imediato em sua mente. Em vez disso comentou:
- Insônia, eu suponho.
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Sonhos basta Acreditar
RomanceQuando Alice descobriu que estava grávida, soube imediatamente que sua vida mudara... pois seu maior sonho havia se realizado. Ao encontrar o lugar perfeito para ser o lar de sua pequena família, logo se deu conta de que se sentia atraída por Kevi...