Capítulo 8

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As semanas que se seguiram foram muito cansativas para Lauren, enquanto tentava se adequar a uma espécie de pro­gramação que fosse adequada tanto para ela quanto para Emily. A única pessoa com quem ela poderia contar quando suas forças chegavam ao limite da exaustão era Gavin. Ele sempre estava por perto quando ela precisava tirar um cochicho ou tomar um banho. Seu único tempo livre acontecia quando já era tarde da noite. Mesmo assim, Lauren sabia que se precisasse dele, bastaria ligar. Uma semana depois do nas­cimento de Emily, os pais de Lauren foram conhecer a neta. Eles se hospedaram em um hotel modesto em Gabriel Crossing, e durante todo o tempo em que permaneceram no lugar, não faziam outra coisa do que reclamar. Felizmente não ficaram por muito tempo. Três dias ouvindo sobre o su­cesso de suas carreiras era mais além de suficiente para Lau­ren. O único ponto positivo da visita deles foi o de que seus pais pareceram realmente entusiasmados com Emily. Não que eles ficassem literalmente "babando" por causa da neta.

Camille e Dwight não eram do tipo que se amarra em crian­ças. Contudo, eles pareceram mais animados do que ela ima­ginava. É claro que tinham aproveitado a oportunidade para reprovar a atitude dela em abandonar Holden, mas, aparente­mente, acabaram aceitando que Lauren não iria mudar de idéia. Quando eles conheceram Gavin, agiram de maneira cordial, mas não amigável. Assim como Holden, seus pais avaliaram Gavin de acordo com a maneira simples como se apresentava e o consideravam como um homem que ganha­va o sustento através de trabalhos físicos. Eles teriam ficado surpresos se soubessem que Gavin era um homem de negó­cios e muito bem-sucedido. Mas, Lauren não via razão para lhes contar a verdade.

Quanto a Holden, ele nem mesmo tivera interesse em ver o bebê. Enquanto esteve no hospital, Lauren havia li­gado para ele e fim de lhe contar sobre o. nascimento de Emily. Ela não estava com a mínima vontade de falar com ele, mas, como Holden era o pai de sua filha, Lauren sabia que ele tinha o direito de saber. Ele fez as perguntas casu­ais de quanto o bebê pesava, se era saudável e outras coi­sas. No fundo, ela percebia que Holden não demonstrava nem um pouco de entusiasmo pelo fato de saber que era pai. Pelo menos, ele não mencionou nada sobre um possí­vel teste de DNA. Assim que ela encerrou a ligação, sen­tiu-se triste por Emily, contudo estava aliviada por Holden não querer fazer parte da vida delas. Holden não queria saber da filha, mas Lauren sabia que Gavin era louco por Emily.

Quando chegou a primavera, os sentimentos dele foram percebidos por Emily. Sempre que ele se aproximava do ber­ço, ela sorria e agitava as pernas e os braços com enorme excitação. Assim como Lauren, a pequenina parecia saber que poderia contar com Gavin sempre que precisasse. Em muitos aspectos, Lauren, Gavin e Emily pareciam uma famí­lia. Frequentemente as pessoas pensavam que se tratava de uma família comum quando os viam juntos nas poucas vezes que precisaram comparecer ao pediatra na cidade. Lauren e Gavin compartilhavam suas refeições e ele a ajudava com o bebê. Eles agiam como uma família, mas não formavam uma família. Seus objetivos e aspirações pessoais eram diferentes e separados. E isso se tornou muito claro quando Gavin de­cidiu retornar ao trabalho em Manhattan no final do mês de abril. Ele tinha um compromisso com o irmão e obrigações com a empresa.

Lauren compreendia isso, da mesma maneira que entendia que Gavin não estabelecerá nenhum compromisso com ela. Portanto, não lhe devia nenhuma obrigação. Ela imaginara que teriam um futuro juntos. Estava certa de que Gavin desejasse se casar outra vez. Ele mesmo lhe dissera que pre­tendia se casar com a mulher certa quando se passasse mais algum tempo. Bem, o tempo havia passado e o divórcio dela estava praticamente concluído. Contudo, Gavin não tocara nesse assunto. E agora que suas economias estavam acaban­do e as dívidas se amontoando, Lauren decidiu que era tempo de pensar seriamente em conseguir um emprego. Ela precisaria contar para Gavin o que havia decidido assim que o visse na manhã seguinte. Ele sempre tomava o café da manhã com Lauren e insistia em dar a primeira mamadeira do dia para Emily, caso a pequena já estivesse acordada, antes de seguir para Manhattan. Nos dias em que o tráfego estava mais intenso ou ele precisasse ficar até mais tarde na cidade, o único momento em que ela o via era no café da manhã.

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