8. CONFISSÕES

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Na manhã seguinte, Jhenny acordou assustada com uma ligação, mas dessa vez era Rafael.

- Alô. Oi Rafinha! - Atendeu com a voz ainda rouca de sono.

- Gatinha, isso é hora de acordar? - Ele brincou.

- Dormi mal a noite.

- Ainda está muito chateada?

- Acho que mais do que eu deveria. Estou sendo boba sabe? Cristiano jogou na minha cara várias vezes que não queria se envolver. Eu vejo o quanto fui tola em me deixar levar! - Ela disse num tom desanimado.

- Ele disse da boca pra fora! Sei que sente o mesmo por você, ele só está fugindo dos próprios sentimentos.

- Não acredito nisso, as atitudes dele mostram exatamente o contrário.

Rafael respirou fundo no telefone, quanto a isso não havia argumentos.

- Então vamos esquecer essa história um pouco? Quero combinar o dia de hoje. Vou buscar a Dani, e queria passar aí pra te pegar em seguida!

- O que? Ela deixou você ir na casa dela?

- Não! - Seu tom era frustrado. - Vai pegar um ônibus pro shopping, irei encontrá-la no estacionamento.

- Que saga!

- Meu sonho era bater de frente com esse ex dela!

- Isso é um pesadelo, isso sim. Ela disse que ele é perigoso, e anda com gente barra pesada!

- Se ninguém parar ele, essa história nunca vai acabar. Não digo isso por mim, mas pela própria Dani.

- Mas não será você quem vai fazer isso! - Ela impôs.

Rafael sorriu se calando por um tempo no telefone.

- Sabe Jhen, eu sinto muita falta da minha irmã, nós éramos muito companheiros e sinto falta das nossas conversas. - Ele disse com um nó na garganta.

- Imagino Rafinha, sinto muito pela sua perda!

- Conversar com você tem me feito bem!

Jhenny sorriu satisfeita ao ouvi-lo.

- Fico feliz, gosto muito de você, pode contar comigo sempre!

Apesar de adorar Rafael e a forma como estavam construindo uma bela amizade, ela ainda sentia uma pontada de ciúmes, pois em sua cabeça Cristiano não gostava dela realmente e apenas queria se sentir mais próximo de Clara como o primo.

- Posso te pegar dentro de uma hora?

- Sim, mas... Não íamos sair à noite?

- Vou almoçar na casa da minha avó, Dani vai comigo e quero que você vá também, quero te apresentar pra minha mãe!

Jhenny ficou surpresa com as intenções do amigo e o questionou.

- Será que lembrar da sua irmã não vai fazer mal pra ela?

- Minha mãe entrou em depressão após a morte da minha irmã, largou o emprego, ela era médica, e virou uma pessoa triste, sobrevivendo à base de remédios

- Sinto muito, Rafa!

- Às vezes ela tem delírios Jhen, acha que está vendo ou conversando com a Clara, vê minha irmã em outras garotas na rua. Tem tomado remédios fortes para dormir, nunca mais foi a mesma.

Rafael se emocionou, deixando-a sentida.

- Eu não sabia disso Rafinha, imagino o quão difícil seja. Mas como eu poderia ajudar?

O destino dita as regrasOnde histórias criam vida. Descubra agora